Atração Perigosa

Capítulo 60

Júlia 🌪️

dois mês depois...

Nesses dois meses o Alexandre recebeu alta semanas depois de todo ocorrido e segundo ele tá pronto pra outra, uma parte de nós tá muito feliz pela recuperação dele, mas a outra se encontra completamente destabilizada pelo meu irmão, ele é a ponte que ligou todos nós e por mais que tenha aquele seu jeitão, ele tá fazendo muita falta.

Mas a que mais sofre com isso é a Analu, faltou bem pouco pra minha cunhada não voltar para o hospital mais uma vez por desidratação, desde o dia que nós descobrimos que ele estaria em coma ela praticamente se isolou dentro de casa e ficou semanas sem comer, a sorte foi que eu descobri e eu posso até dizer que nesse segundo mês ele tá um pouco melhor.

Agora ela meio que mora comigo e o Leonardo, eu e o pessoal achou melhor tirar ela da casa do meu irmão antes que acabasse acontecendo algo bem pior, mas as únicas coisas capaz de distrair a mente dela é falar com o bebê na minha barriga que segundo ela é um menino, se isolar no quarto pra ter aula online da faculdade preferência dela mesma, já que ela ainda tem receio de fazer aula presencial e o Samuel aparecer por lá novamente e o principal é visitar meu irmão.

Olho as horas no relógio e percebo que passam das uma da tarde e que até agora ela não desceu pra almoçar, nego com a cabeça e com um pouquinho de dificuldade subo as escadas indo até o quarto que ela tá hospedada, antes de entrar bato na porta e depois abro com delicadeza vendo ela deitada na cama e chorando mais uma vez.

— Chorando mais uma vez cunhadinha? — pergunto me sentado ao seu lado na cama.

— Eu sinto tanta falta dele Ju, eu tenho tanto medo dele nunca mais acordar. — fala com a voz embargada e meu coração se aperta.

— Você sabe que ele vai acordar, é tudo questão de tempo cunhada! — falo fazendo carinho no cabelo dela.

— E se ele não acordar? Eu não consigo mais viver sem ele. — escuto ela fungar baixinho.

— Eu tenho certeza que meu irmão vai lutar pra sair daquele coma e voltar pra você, ele te ama mais que tudo e eu sei que você sabe disso. — enxugo suas lágrimas.

— Eu também amo ele e a única coisa que eu desejo é poder escutar o som da voz dele! — deu um suspiro.

— Você vai! Agora levanta dessa cama e vamos almoçar junto comigo — falo e vejo ela fazer uma careta — Você vai mesmo fazer essa desfeita pra sua cunhada e seu afilhado? — pergunto passando a mão na barriga.

— Isso é jogo baixo tá bom? — falou dando um sorriso e se levantando da cama de braços cruzados.

— Você nunca resiste a ele! — me gabo e ela revira os olhos.

— Pelo visto você já aceitou que o bebê é um menino. — falou caminhando pra fora do quarto.

— Foi de tanto você encher meu saco e eu confesso que também sinto isso, dizem que intuição de mãe não falha né? — pergunto e sigo ela pra fora do quarto.

— Sabe o que eu tô pensando? Que se esse bebê for uma menina, nós vamos ser péssimas mãe e madrinha. — falou soltando uma gargalhada.

— Cala boca, se for uma menina ela nunca irá saber desse pequeno equívoco! — falo e ela rir negando a cabeça.

— Falando nisso, vocês já decidiram os nomes? — pergunta entrando na cozinha.

— Sim, decidimos! Se for uma menina vai se chamar Luna e se for um menino vai se chamar Nicolas. — falo e dou um sorriso.

— Achei dois nomes lindos! — deu um sorriso e se abaixou dando um beijo na minha barriga.

Eu fiquei toda boba com o beijo e confesso que sempre que vejo a minha cunhada sorrir desse jeito meu coração enche de alegria, era tão difícil ver um sorriso verdadeiro saindo do seu rosto ultimamente e saber que ela sorria por causa do bebê na minha barriga me deixa radiante, a melhor escolha que fiz na minha vida foi ter escolhido ela pra ser madrinha desse bebê, algo me diz que a conexão desses dois será extraordinária!

— Júlia, eu tô falando com você! — estala os dedos na frente do meu rosto me fazendo sair dos meus pensamentos.

— Desculpa, eu tinha me distraído, o que você tinha falado mesmo? — pergunto e ela rir negando com a cabeça.

— Eu perguntei onde o Ribeiro se meteu, esse horário ele sempre te em casa enchendo nosso saco. — falou se sentando na cadeira.

— Ele teve que passar na boca pra resolver sobre o ataque ao seu pai e ao meu irmão, parece que um morador viu o rosto de quem atirou neles e tá dando a descrição! — falo e ela suspira.

— Eu só queria que esse pesadelo acabasse logo e meu namorado tivesse aqui pertinho de mim. — falou com os olhos lacrimejando.

E mais uma vez ela começa a chorar, tem sido assim durante esses dois meses, ela lembra desse assunto fica sensível e chora, no começo até combinamos evitar falar com ela sobre isso, mas ele é namorado dela e evitar ou até mesmo esconder as coisas poderia ser bem pior.

— Ah não Analu, nada de começar a chorar, vamos comer? Eu fiz sua comida preferida! — falei tentando arrancar um sorriso dela.

— Isso não é justo Ju! — fala com a voz embargada e um bico fofo na boca.

— O que não é justo? — olho pra ela um pouquinho confusa.

— Você tem que cuidar de você, do bebê e agora de mim? — cruza os braços e eu gargalho da sua reação.

— Pra mim não é incomodo nenhum, eu quis trazer você pra cá lembra? — pergunto e ela fica calada — Além do mais você é minha amiga, cunhada, madrinha do meu bebê e a responsável por roubar o coração do meu irmão, acredite que nada disso é sacrifício pra mim! — enxugo suas lágrimas e dou um beijo delicado na sua testa.

— Obrigada Ju, de verdade mesmo você tá sendo muito incrível pra mim! — falou um pouco mais calma.

— Não me agradeça por isso, nós duas estamos compartilhando da mesma dor, eu só estou me mantendo mais forte por causa do bebê. — dou um sorriso.

— Eu te amo demais Júlia Matarazzo! — falou me dando um abraço apertado.

— Eu também te amo Ana Luiza Fernandes, saiba que nós duas vamos passar por isso juntas tá bom? — pergunto fazendo carinho no seu cabelo.

— Juntas! — fala baixinho.

Dou um sorriso e respiro aliviada por ter conseguido acalmar ela mais uma vez, se depender de mim vai ser sempre assim, ela nunca vai passar por isso sozinha!

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Preparem os lencinhos..