Capítulo 59

12.3K 711 109
                                    

Ana Luiza 💋

Assim que chegamos na recepção os meninos vieram correndo na minha direção e quase me esmagaram em um abraço apertado, minha única reação foi sorrir e abraçar os três de volta.

E pra falar a verdade foi muito legal saber que eles também se preocuparam comigo de alguma forma, mesmo sabendo que eu não tive nada de muito grave.

— Chega pelo amor, vocês três tão me esmagando! — falei após sair do abraço.

— Que ingrata, a gente só estava preocupado com tu pô. — Souza falou fazendo drama

— Deixa pô, na próxima não prendo o cinto nela e deixo ela voar pra fora do carro ainda desmaiada. — Ribeiro acrescentou e eu dei risada.

— E eu não dirigo o carro pra socorrer ela! — Ratinho deu continuidade ao drama.

— Ai meu deus, eu sei que vocês estavam preocupados comigo e eu agradeço de coração por isso, mas além dos três patetas estarem quase me sufocando o doutor tem notícia dos meninos! — falei e na mesma hora os três calaram a boca.

— Agora os três patetas calam porra a boca né? — Bianca debochou.

— Cala boca você também e deixa o doutor falar logo! — falei e ela bateu no meu braço.

— Me respeita que eu sou mais velha que você. — Bianca falou e eu revirei meus olhos.

— Bem feito sua otária! — Vanessa riu da minha cara e eu dei dedo pra ela.

— Será que dar pra todos vocês parar com essa porra? Eu quero saber a notícia dos meninos e nenhum de vocês deixam o doutor falar caralho, parece que não estão preocupados! — Júlia falou bem puta fazendo todo mundo calar a boca.

Depois disso ninguém deu um piu se quer, principalmente eu e as meninas que sabíamos que ela estava grávida e não podia ficar se estressando desse jeito.

Após o doutor ter a confirmação que todos nós estávamos quietos ele voltou a atenção para seu prontuário e depois nos encarou novamente deixando todo mundo aflito.

— Bom, vamos falar primeiro sobre o quadro do paciente Alexandre Lopes! Ele chegou aqui perdendo muito sangue e por pouco a bala que estava alojada no seu peito não atingiu nenhum órgão vital como coração, pulmão ou fígado, o paciente teve uma leve hemorragia resultando em duas paradas cardíacas mas logo nós conseguimos reanima-lo, por um triz a bala alojada na sua coxa não chegou a atingir a artéria femoral, ela é a segunda maior na circulação sanguínea e caso tivesse atingido o paciente teria mais uma parada cardíaca e poderia vim a óbito! — terminou de ler e nos encarou.

— Mas meu pai tá bem doutor? — perguntei completamente aflita.

— Sim senhorita, agora o paciente se encontra estável. — falou me olhando.

— Ele pode receber visitas? — Bianca perguntou.

— Por enquanto não, como eu disse o paciente tá estável e o recomendado é deixá-lo descansar. — falou olhando pra ela.

— Mas quando ele vai poder receber as visitas hein? — Vanessa perguntou.

— O paciente ainda tá em observação, mas se tudo ocorrer bem em vinte quatro horas! — falou e eu suspirei.

O pessoal fez um monte de perguntas para o doutor e eu confesso que não prestei muito a atenção, eu conseguia sentir que com meu pai tudo iria ficar bem, mas em relação ao meu namorado eu não conseguia ter essa certeza e isso tava me deixando bastante angustiada.

Saí dos meus pensamentos quando percebi que o doutor iria falar sobre ele e olhei atenta em sua direção.

— O quadro do paciente Gustavo Matarazzo é um pouquinho mais complicado! As balas atingiram diversas regiões da sua coluna, uma delas atravessou seu corpo e passou de raspão pelo coração o que ocasionou uma hemorragia e três paradas cardíacas, o que gerou o entupimento dos vasos que levam o sangue ao cérebro, em outros termos o paciente teve um avc e infelizmente se encontra em coma estrutural, eu sinto muito! — falou ao terminar de ler o prontuário.

Após terminar de escutar sua fala eu sinto o meu corpo todo gelar e minha visão ficar embaçada pela lágrimas, sentir duas mãos me segurar e me puxar para um abraço apertado.

— Se acalma irmã! — Bianca susurrou no meu ouvido e me abraçou mais forte.

— Ele tá em coma Bia... Em coma... — falei com a voz embargada pelo choro.

— Você mais que ninguém sabe que o Matarazzo é forte, ele vai fazer de tudo pra sair dessa. — Bianca falou alisando meu cabelo.

— Mas eu não sei se consigo ficar sem ele, eu quero meu namorado aqui comigo irmã. — falei entre soluços.

Ela só me abraçou com mais força e me puxou pra sentar em uma das cadeiras que fica na sala da recepção.

— Quanto tempo ele vai ficar em coma doutor? — escutei Júlia perguntar meio abalada.

— Isso vai depender do próprio paciente, geralmente um coma pode durar semanas, meses ou até anos! — o doutor falou e Júlia caiu no chão sendo amparada pelo Ribeiro.

— Mas meu parceiro vai acordar né? — Souza perguntou visivelmente abalado.

— É o que todos nós esperamos, mas foi como eu disse meus jovens, isso depende do próprio paciente e de como seu corpo irá reagir daqui pra frente! — falou olhando para todos nós.

— Ele pode receber visitas? — Vanessa perguntou abraçada no Ratinho.

— Agora não! O paciente ficará em observação e só poderá receber visitas a noite apartir das seis horas! — o doutor falou — Se vocês me derem licença eu preciso visitar outros pacientes, mas qualquer notícia eu volto aqui pra falar com vocês tá bom? — falou e todos nós concordamos.

Escutei calada tudo que o doutor falava e sentia cada vez mais meu peito se apertar, era uma dor tão forte que eu nem se quer conseguia distinguir.

Eu entendia que ele só estava em coma e que a qualquer momento poderia acordar, mas na minha cabeça sempre vinha aquele e se... E se ele demorasse meses e se demorasse anos e se ele nunca acordasse?

Eu não saberia mais viver em um mundo onde o meu Gustavo não estivesse, eu amo aquele homem com todas as minhas forças e só de pensar que eu nunca mais poderia escutar a voz rouca dele me chamando de minha pretinha me deixava com um aperto fodido no peito e meu coração completamente dilacerado.

Passei meu olhar por meus amigos e eu vi a dor estampada no rosto de cada um deles, o Gustavo era importante para todos nós e estava mais que claro que isso era um fato!

×××

Atração Perigosa Onde histórias criam vida. Descubra agora