Capítulo 15 - Epílogo

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Alec se virou lentamente, ainda ouvindo o som dos helicópteros. A primeira coisa que ele viu foram muitas velas acesas para Magnus, haviam muitas flores também, é claro, Magnus era muito amado por todos, obviamente teria um velório digno de um santo.

O coração de Alec acelerou e ele começou a andar lentamente pelo grande corredor até Magnus, o mesmo corredor em que ele havia entrado para se casar com Magnus há apenas alguns dias. Seus olhos se encheram de lágrimas imediatamente ao visualizar Magnus deitado como um anjo em uma mesa coberta com panos brancos e rendas delicadas. O corpo de Magnus estava perfeitamente alinhado, com suas mãos entrelaçadas sobre o estômago. Ele usava uma roupa branca e delicada, com uma coroa de flores em sua cabeça colocada delicadamente.

Alec deixou que suas lágrimas caíssem de seus olhos ao chegar perto de Magnus e o ver nitidamente. Alec apertou seus olhos com força e se segurou para não cair no chão de tanta dor em seu coração.

Ele subiu em cima da mesa onde Magnus repousava e se sentou ao seu lado, largando a arma nos panos delicados ao lado de Magnus. Alec se inclinou ao seu lado e acariciou o seu rosto com todo o cuidado do mundo, tentando segurar seus soluços de choro.

- Meu amor... Meu marido... A morte lhe tirou a respiração mas não teve força para tirar sua beleza...- Alec disse se deitando ao lado de Magnus e continuando com as carícias.- A beleza ainda está presente em teus lábios e em tua face... A palidez da morte ainda não chegou...- Alec dizia sem saber que, na verdade, a cor de Magnus estava voltando ao normal porque ele estava prestes a acordar de seu sono.

- Amado Magnus, porque ainda és tão belo?- Alec perguntou encostando seu rosto contra o de Magnus e chorando. Alec beijou os lábios de Magnus com amor e retirou o anel de casamento de seu colar. Alec colocou o anel de volta no dedo de Magnus, beijando sua mão em seguida.

Magnus começou a recobrar a consciência e mexeu levemente sua cabeça, mas Alec não viu. Alec soltou a mão de Magnus no momento em que seus dedos voltaram a se mexer e beijou sua testa com carinho.

- Aqui... Aqui terei meu descanso eterno...- Alec disse chorando, deitado contra Magnus.- Olhos vejam pela última vez...- Alec disse e se afastou de Magnus para vê-lo melhor.- Braços dêem seu último abraço...- Alec abraçou Magnus delicadamente.- E lábios dêem seu último beijo...- Alec beijou Magnus com ternura e quando se virou para pegar o veneno Magnus abriu seus olhos.

Alec não viu Magnus olhar em sua direção e sorrir, pois estava abrindo o frasco e o virando em sua boca. Alec bebeu o veneno até a última gota, sentindo rapidamente seu efeito. E então Magnus tocou o rosto de Alec com sua mão. Alec se assustou e deu um leve tapa na mão de Magnus, ele já estava sem força.

Magnus, quando percebeu o estado de Alec, se sentou preocupado e Alec se deitou em seu lugar com uma expressão de pura angústia. Alec franziu as sobrancelhas confuso enquanto Magnus o segurava em seus braços.

Era para ele estar morto, era para Magnus estar morto! Alec gritava em sua mente, mas seu corpo não mais o respondia.

- O que é isso?- Magnus perguntou pegando o frasco vazio das mãos de Alec que tentou responder, mas não conseguia mais falar.

- Veneno...- Magnus sussurrou, sentindo lágrimas escorrerem pelo seu rosto, como isso tinha acontecido?- Tomaste tudo? Não deixastes uma única gota para mim?- Magnus perguntou vendo o corpo de Alec ficar completamente imóvel.- Beijo teus lábios esperando que ainda haja veneno neles...- Magnus disse e beijou Alec que nem sequer conseguiu corresponder.- Teus lábios estão quentes...

- Com... Um beijo... Eu morro...- Alec juntou todas as suas forças e conseguiu sorrir para Magnus uma última vez. E então a morte levou Alexander Montéquio daquele mundo para sempre.

O rosto de Alec tombou para o lado e Magnus quis gritar, mas nada saiu de sua boca. Alexander estava morto! O amor de sua vida estava morto! Porque o plano deu errado? Magnus se perguntava enquanto só sabia chorar e olhar para o rosto sem vida de Alec.

Magnus soluçou de tanto chorar e colocou as mãos no rosto, ele não podia mais olhar para Alec. Ele sentiu que sua aliança estava de volta em sua mão e sabia que tinha sido Alec que a colocou lá, ele chorou ainda mais com isso. Quando ele tirou as mãos do rosto e se apoiou na mesa sentiu algo estranho e frio em sua mão direita e viu a arma de Alec em cima daqueles panos brancos.

Magnus pegou a arma delicadamente em suas mãos e a olhou. Ele tirou a trava da arma e então lentamente apontou a arma para a própria cabeça, aquela seria sua solução.

- Eu te amo Alexander Montéquio! Sempre e para sempre vou te amar!- Essas foras as últimas palavras de Magnus Capuleto.

Magnus respirou fundo e então apertou o gatilho. O barulho estrondoso do tiro ecoou na igreja silenciosa, Magnus Capuleto estava morto. O corpo de Magnus caiu sobre Alec e os dois pareciam apenas estar dormindo juntos e abraçados, dormindo para nunca mais acordar...

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Os corpos dos dois jovens amantes só foram retirados da igreja e levados para a perícia depois que suas famílias os vissem. Maryse Montéquio nunca sentiu tanta dor em sua vida, seu filho, seu único filho estava morto pelo amor que tinha por Magnus Capuleto. Se ela soubesse que isso aconteceria jamais teria aceitado essas desavenças entre as famílias. Todos os quatro pais se sentiam daquela forma, totalmente arrependidos de seus atos, enquanto olhavam Alec e Magnus abraçados e mortos na igreja.

Luke, o chefe da polícia, estava lá desde a perseguição contra Alexander, foi ele que encontrou os corpos e então entendeu tudo.

- Veja a maldição que cai sobre o vosso ódio!- Luke disse aos quatro pais.- O céu veio matar a vossa raiva com amor! E eu por permitir tal discordia perdi dois amigos!- Ele disse bravo.- FOMOS TODOS PUNIDOS!- Luke gritou para que todos ouvissem.

E os matriarcas das famílias Capuleto e Montéquio se encararam pela primeira vez sem que o ódio fosse visto em seus olhos.

No fim de tudo, o padre Raphael estava certo, o amor dos dois trouxe a paz entre suas famílias. A partir daquele dia as famílias Montéquio e Capuleto não tiveram mais nenhuma desavença.

Raphael e Simon sentiram muita tristeza com a morte dos dois, pois para sempre se culpariam pelo ocorrido. Jace e Catarina perderam seu irmão e filho de consideração, seus melhores amigos. E ficaram completamente devastados. Eles só queriam a felicidade de Alec e Magnus.

Uma sinistra paz surgiu aquela manhã. Triste, o sol não mostrou seu brilho. Alguns foram perdoados e outros punidos, pois jamais houve história mais dolosora do que de Magnus e seu Alexander...

FIM

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Essa história chegou ao fim e eu espero muito que tenham gostado! <3

Romeu e Romeu (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora