O toque

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O vento leste passava pelas árvores erguidas, as folhas mortas caíam ao chão frio e gélido, a neblina sussurrava e ao longe o choro fino de uma criança ecoava entre as árvores dos bosques. Não via e nem sentia nada, mas pôde ouvir claramente o som de cavalos ao correr pela praia e como se sua alma a deixasse para recair ao mundo sombrio, ouviu claramente o som da noite fria mesclada ao burburinho das árvores de sombras altas sobre a areia. Logo depois via-se em um túnel negro e cheio de neblinas, duas crianças que corriam como se fugissem de um monstro que as perseguia. Corriam bem rápido, passavam por folhagens até chegarem em um campo vazio e sem árvores, era totalmente negro e sombrio. A estranha criatura se aproximava de ambos, pegou um cesto grande feito com palhas douradas e estava pronto para roubar-lhe as duas crianças e nesse momento antes que peculiar criatura os tirasse de si, Eva desperta de seu pesadelo com um grito estridente.

A serva que dormia em seu quarto assustou-se, acordou com o grito terrível e se aproximou de Eva que estava sentada na cama respirando muito rápido e com as feições aterrorizadas.

- Eva! - Disse a moça preocupada.

Eva não conseguia dizer uma palavra se quer, o coração doía e na mente a terrível cena continuava como se não tivesse sido apenas um sonho.

- Eva, o que você tem?

Não respondeu nada, apenas trocou de roupa, colocou sua capa, foi ao estábulo e pegou um cavalo. Saiu pelos portões as pressas rumando ao norte da floresta. Cavalgou com urgência, sentia o vento forte e ouvia os sons estranhos das árvores. a cena do sonho prevalecia e ouvia claramente os gritos de horror, era como se esses não saíssem somente de sua mente e sim das redondezas da floresta escura. Fez o cavalo correr mais depressa, passava por entre arbustos e espinhos e então sentiu que um dos galhos feriu o lado esquerdo de seu rosto, mas não parou, ingnorou a dor e o corte, e prosseguiu. Depois de algum tempo, chega em fim no castelo em ruínas, a lua prateada brilhava nas pedras negras envolvidas por fungos verdes e clareavam os corvos que ao ver a precensa de alguém que chegava voavam para longe. Eva para o cavalo e desce, sobe as escadas de pedras e abre a porta, ao entrar a porta faz um barulho que ecoava por todo o escapaço e nesse momento ouve:

- O que veio fazer aqui Eva Dante?

- Onde ele está?

- A aberração?

- Não o chame assim.

- Eu não sei onde ele está.

- Como? Deixou que saísse tão tarde?

- Ele quem quis.

- Não vê que é perigoso lá fora?!

- Não me cobre nada Eva, eu não tenho nada haver com isso.

- Você prometeu cuidar dele.

- E cuidei.

- Não Heitor, você não cuidou, você foi cruel.

- Menina Ingranta e insolente! Eu faço um favor a você a ainda ousa a me afrontar, eu já fiz minha parte.

- Sua parte foi inútil.

- Mas afinal, o que veio fazer aqui a essa hora?

- Eu tive um pesadelo.

- Pesadelo?

- Sim, foi horrível.

Eva então se dispois a contar sobre o terrível sonho ao qual Heitor ouvia atentamente e notou que a moça estava assustada e preocupada.

- O pesadelo está ti preocupando?

- Sim.

- Por isso quer vê-lo?

O padre - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora