É de extrema admiração a visão do padre sobre sua alteza, diferente de outros tantos sacerdotes que já estiveram de frente a sua exelência, esse era o primeiro a ser coberto por uma aura singular, além de possuir um impressionante eu interno, possuía também virtudes que talvez a igreja tivesse esquecido, virtudes como, sabedoria, calmaria, acolhimento e outros tantos que faltavam em muitos padres. Mas espere, esse não é um simples padre, ele é um padre santo, será que por isso é tão diferente? pelo que sua alteza entendia de santos, sabia ele que santos eram pessoas que foram boas e justas em sua vida, e não continham qualquer semelhança a arrogancia de alguns padres, então será por isso que esse era tão diferente? Como sua alteza saberia? Um padre que não era exorcista foi mandado para salva-lo, isso o aborrecia, porém havia algo naquele sacerdote que lhe chamava muito a atenção. Seja lá como fosse, sua alteza continuaria a tentar descobrir mais sobre esse santo.
A estátua de são Miguel Arcanjo derrotando o demônio sempre chamou a atenção do príncipe, não sabia compreender a singularidade da imagem em si, mas sabia que tinha um propósito, talvez esse tal propósito fosse demonstrar a sociedade que o bem é capaz de vencer o mal, contudo e se não existisse um mal? Lembrou-se que quando criança pediu para que construissem aquele jardim para ele, onde nesse jardim estariam das mais belas epecies de flores, rosas e animais. Deveria ser um jardim muito verde e com anjos de pedras que escondiam-se entre os arbustos, assim foi feito, mas para a sua surpresa quando chegou para conhecer o jardim, viu bem ali um estátua que lhe chamou a atenção e seu pai explicou que mandou que fissezem aquela estátua para que sempre que sua alteza a olhasse lembrasse que o mal não venceria e sua alteza compreendeu que a estátua foi colocada ali não porque foi um presente de seu pai ao seu amor pela arte, mas sim para lembra-lo que todos acreditavam que ele era um possuído e então naturalmente, que deveria de alguma forma aprender com aquela imagem, mas a única coisa que sua alteza aprendeu com aquela imagem foi a dúvida.
- Não tenho devoção, padre.
- Devoção não é o único objetivo da humanidade, meu senhor.
- E o que seria o obejtivo da humanidade, senhor padre?
- A justiça.
- E ser devoto não é bom?
- Quando a única razão por ser devoto for a conveniência a devoção de nada valerá.
O príncipe olhou para o padre com curiosidade e tentou entender de onde vinham respostas tão bem feitas e pensadas. Conhecia pessoas muito inteligentes e com vasto conhecimento, e geralmente essas mesmas pessoas eram chamados filósofos ou escritores, seres humanos que possuíam sabedoria e que discordavam de algumas atitudes vindas da igreja e de alguma forma esse padre estava se assemelhando muito a eles. O príncipe resolveu que precisava saber mais sobre ele. Sua alteza cruzou as mãos atrás das costas e passou a andar levemente pelo jardim, olhou então para uma das demais estátuas e disse:
- Crer na bondade humana, padre?
- Não.
Impressionado com a resposta direta, o príncipe virou-se rápidamente e o encarou dizendo:
- Não?
- Não.
- Porque?
- A bondade não deveria ser usada como desculpa sua alteza, mas sim como a prática, se não a prática significa que não é bom, assim serve para o mal, se não o pratica não significa que é mal.
- Como palavras ao vento.
- Sim.
- Dizem que as palavras tem mais poder, senhor padre.
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O padre - Jikook
Fiksi Penggemar𝐕ivendo por anos em um mosteiro, Jeon vive com a duvida persistente sobre sua santidade. Recebe então a missão de mudar sua alteza o príncipe, a quem chamavam de "Demônio". O padre se depara não somente com um "Diabo" com os mesmos ideais que os s...