Noite na taberna

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Penúltimos capítulos 27/30

[...]

Não sabia ao certo o que aplacava sua alma, o estupor ainda estava em si e não foi capaz de pronúnciar uma palavra se quer. Ficou ali ao mira-lo e se perguntava por vezes se tudo não passava de um sonho, mas não, era de fato a mais absoluta realidade. Talvez seus olhos estivem enganados, mas não estavam, era o que de realmente via. Tentou usar muitas hipóteses para tentar explicar o que se passava ali. Pensava as vezes ser sonho, mas logo desviou-se da ideia. Depois, pensou que seu estado de estupor forá tão colossal que se deixava enganar pelas ilusões, mas logo modificou a ideia, e aceitou que tudo o que se passava perante a si naquele instante era o bem da verdade. Talvez a exarcebação do espírito que eclodia em si, oferecesse a ele aquele estado caótico de assombro fatal, mas seja lá o que possa explicar com clareça todo esse seu estado caótico, deveria estar bem a distância, pois, não se sentia capaz de lhe dar essa satisfação necessária. Continuou ali a mira-lo e somente Deus pode explicar o que estava se passando dentro de sua majestade. 

- Hugo Grant?

Pensou ele ao se indagar, ainda não estava crendo no que via, e se é que via, pois estava em estado de tal assombro que jurava estar perante a uma alusão, contudo, não se tratava de qualquer que fosse a fantasmagoria, era tudo real. Ficou ali sem seu lugar sem ser capaz de erguer-se, pois seu corpo estava práticamente imóvel, era incapaz de mover-se, apenas o olhava em desnorteio fatal. O padre apenas o encarava sério, árido e sem qualquer espanto presente em suas faces, se quer olhava para os lados e nem mesmo notou que os presentes estavam completamentes estupenfados por seu semblante. Depois de tantos anos vivendo com um véu, ninguém jamais esperava que sua tez fosse composta por uma formosura tão sublime e até mesmo um exagero colossal. Durante tempos, muitos se questionavam em como seria as faces de sua santidade, e por vezes julgavam que talvez obtivesse um semblante um tanto que feiume, mas, notavam agora o quão equivocado seus julgamentos estavam, porque a natureza foi exageradamente gentil com sua santidade, jamais se viu beleza igual e não desviavam seus olhos e nem mesmo suas maiores atenções eram dirigidas ao seu novo rei que possuía um semblante de arcanjo, seus olhos necessitavam mirar aquele semblante, não de arcanjo, não de querubim e sim de uma beleza desconhecida. A pele alva e delicada como as maçãs no norte, o semblante que mais se asselhava as porcelanas, qualquer que fosse a luz que ali tocasse, a cútis cintilava delicadamente, tal como os mares ao ser tocados pelos raios de sol. Possuía Os fios negros como as noites e mácios como algodão, naris fino, lábios rosados e pequenos. Seus cílios longos e negros escondiam as pálpebras superiores.  Os olhos, possuíam a peculiaridade de todos os céus, o esquerdo era tão verde quanto as esmeraldas, já o direito, possuía o azul de todos os mares. Aquela genuídade chamou a atenção, jamais se viu em Ribe alguém que possuísse aquela natureza nos olhos, simplesmente um continha a cor diferente do outro, e brilhavam como estrelas do céu poente.

Era quase impossível desviar a atenção do padre, jamais viram algo igual, era belo, encantador e era como se os olhos de todos estivem enfeitiçados. Ele por sua vez, encarava sua majestade com os olhos áridos e sem qualquer emoção, parecia que a frieza havia abatido seu espírito de uma maneira extremamente intensa. Sentia o palpitar do coração, talvez a resposta esteja em vê-lo novamente, mas não permitia que tal emoção lhe lançasse a vez, sentia ele aquela rigorosa impassividade e rancor. A dor da magoa ainda se encontrava em seu peito e não sentia-se capaz de esquecer e apagar a lembrança. Se fez presente naquele momento, não com o desejo de revê-lo e sim com o desígnio de feri-lo, e tocando em sua mais recente obsessão. O porque de estar agindo de tal forma era claro, precisava mostrar a ele que poderia ser tudo que sua majestade havia julgado, sim, poderia ser todos os absurdos que disse e até piores. Nunca sentiu tanto a necessidade de vingar-se de alguém, mesmo que esse alguém fosse sua majestade, aquele por quem se apaixonou tão profundamente. Provou para si que poderia ser mais do que um padre e menos que um humano, nunca foi de aprecisar a desumanidade, mas nesse instante a precensa dela não lhe era de todo desagrádavel. Não dizia uma palavra se quer, apenas insistia em mira-lo com muito furor e sem nenhum sorriso no semblante descoberto. Sua majestade possuía do mesmo comportamento, não desviava os olhos e o mirava com seriedade, procurando em seu rosto a compreensão para o que se passava.

O padre - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora