A coroa de Gales

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Os cavalos corriam entre as árvores, parecia uma especie de corrida, ambos precisavam chegar até o fim da floresta. Passavam entre os galhos sem se importar com animaizinhos que fugiam assustados com todo aquele agito. As folhas do chão erguiam-se com a velocidade aplicada de ambos, até que exausto um deles diz:

- Devemos parar um pouco, Conde! - Ares já esta cansado. 

- Está desistindo, Hoseok?

- Claro que não Taehyung, mas eles precisam descansar.

- Você está certo.

Hoseok desmontava de seu cavalo, acariciava a crina macia do animal amarronzado com manchas brancas. Taehyung observava seu irmão ao sorrir até, que seu sorriso foge ao vê que alguns arbustos se mexiam. Parecia ser alguma criatura se escondendo entre as folhagens. O conde como sempre receoso se aproxima, desce de seu belo puro sangue negro e anda até ao arbusto, espera mais um pouco até que alguém se ergue e o mira surpreso.

- Você! - Disse o conde.

- Como vai, milordi?

- O que faz aqui?

- Estava apenas procurando ervas, senhor.

- Não sabe que essas terras são propriedades do conde do norte?!

- Perdoe meu atrevimento.

Taehyung o mirava como se precissase de mais respostas e como se não gostasse nenhum pouco daquele sujeito. Não lhe passava confiança, não sabia dizer se não gostava do sujeito apenas porque nunca gostava de ninguém assim que olhava, ou porque aquele rapaz era um tanto que estranho. Ora, o que um monge estava fazendo naquela floresta? 

- O que faz aqui?

- Já disse senhor, eu estava a procura de ervas.

- Encontrou?

- Sim, senhor.

- Posso ver?

- Claro senhor.

O jovem tirou o lenço da cesta e de lá retirou as ervas, e assim que pegou uma delas o conde sentiu um aroma agradabilissimo, poderia jurar que entrou em transe por alguns segundos, mas depois voltou ao normal.

- O que um monge iria querer com ervas do sono?

- Eu não possuo uma boa natureza, senhor.

- Explique.

- Não sou como as outras pessoas.

- Continue.

- Eu não durmo, nunca sinto a precensa do sono e por tanto, para que eu possa descansar preciso dessas ervas.

- Você não dorme? - Perguntou um pouco surpreso.

- Não senhor, eu não durmo.

Para o conde o jovem lhe parecia mais estranho ainda, nunca ouviu falar de alguém que não dormia.

- Desde quando possuí esse problema?

- Desdo meus dez anos.

- Não se senti cansado?

- Muito, fico tão cansado que meu corpo pesa e os ossos latejam, é como se uma torre estivesse sobre mim.

- E nem assim?

- Não senhor, nem mesmo assim , e por isso preciso dessas ervas.

Era cada vez mais intrigante para o conde, como uma pessoa que se sentia tão cansada a esse ponto não conseguia adormecer? Não entendia, o que uma pessoa assim fazia a noite inteira? Não conseguia imaginar. Começou então a analisar as faces do rapaz, era uma pele alva, lisa, com as bochechas levemente ruborizadas, os olhos cinzas tal como os lisos cabelos, a boca rosa e pequena. Era um jovem muito belo, não parecia ter olhos de noites maus dormidas. O jovem vendo a ávidez com que o conde o mirava abaixa o olhar corando.

O padre - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora