My queen of Hellfire

Capítulo Três - Hail Lord Vecna

Terminei de me arrumar e corri para o andar de baixo, onde Stevie estava me apressando.

– Vamos logo, você sabe que eu tenho que ir buscar ela ainda – disse ele, se referindo a mais um de seus encontros. Nem me dei o trabalho de decorar o nome dela, pois sabia que não ia dar em nada. Steve ainda amava Nancy e não conseguia perceber, só escondia isso saindo com várias garotas que não tinham nada a ver com ele. Isso me dava nos nervos.

– Já vou, já vou.

Ajeitei o macacão jeans por cima da blusa de manga comprida listrada colorida e desci as escadas correndo, quase tropeçando no meu cadarço que eu nem tinha visto que estava aberto. Entrei no banco de trás do carro e coloquei a música para tocar na fita que Billy havia feito para mim logo antes de ser possuído pelo mind flyer. 

Stevie parou na frente da casa do seu encontro daquela noite e eu fechei os olhos, fingindo que estava dormindo quando ela entrou no carro, para não ter que conversar com ela.

Fingi dormir até Steve cutucar minha perna, avisando que tínhamos chegado. Tirei os fones e o encarei enquanto a menina retocava seu batom no espelho à cima dela.

– Bom dia, bela adormecida – brincou Steve, mas percebi na sua voz que ele sabia que eu não tinha dormido de verdade.

– Oi – respondi, olhando para a menina, que abriu um sorriso para mim. Tentei retribuir, mas saiu muito forçado.

Steve saiu do carro e andou até o outro lado, abrindo a porta para que ela saísse também. Dei risada e saí do carro enquanto os dois já tinham andado para longe. Olhei para o outro lado do estacionamento e vi uma van parando em uma das vagas. Eddie pulou do banco do motorista.

Encarei enquanto ele arrumava sua jaqueta de couro e trancava o carro antes de ir para a entrada do lado contrário do ginásio. Ele não estava ali para o jogo e nem tentava disfarçar isso.

Abri um sorriso ao ver ele saltitando até a entrada, animado como sempre. Me censurei, balançando de um lado para o outro. 

– Qual é, Madeline? Você vai trair Billy descaradamente? – falei para mim mesma.

Chacoalhei o corpo e andei em direção a entrada. Uma multidão estava se dirigindo até o ginásio, então segui eles, tentando não esbarrar em ninguém. Vi Steve de longe, sentado no topo da arquibancada. Andei em sua direção e passei por Robin no caminho. Abri um sorriso para ela, mas ela nem me viu, estava ocupada demais se preparando com a banda, ao lado de Vicky, a menina com quem ela estava apaixonada.

Subi as arquibancadas e sentei logo atrás de Steve. Não demorou muito para a banda começar a tocar quando o diretor apareceu no meio do ginásio, andando até o microfone. Todos os aplaudiram. 

– Boa noite a todos. Hoje é uma noite muito importante, dando inicio ao campeonato. – Toda a platéia comemorou. – Para cantar o hino temos uma convidada especial. Diretamente de Nashville, dêem boas vindas à Tammy Thompson.

Todos aplaudiram. Robin olhou para Stevie com um sorriso irônico no rosto.

Tammy, que era uma antiga aluna e participava de clubes de teatro, principalmente de musicais, se colocou na frente do microfone. Todos na arquibancada se levantaram, levando suas mãos direitas para o lado esquerdo do peito enquanto ela começava a tocar o hino. O microfone chiou com o tom da sua voz.

– Uau, ela é muito boa – disse o encontro de Steve, que concordou ironicamente, fazendo uma careta engraçada.

Dei risada junto com ele, que virou para trás assustado.

– Não sabia que você ainda sabia rir.

– Eu sou uma caixinha de surpresas, irmão. 

Tammy terminou de cantar depois de uma eternidade. Todos nós sentamos e logo a banda começou a tocar de novo. As lideres de torcida entraram saltitantes no ginásio, seguidas pelos jogadores.