Coloquei mais algumas peças de roupas na quinta caixa que eu havia separado, a maior parte delas com edredons antigos, bichinhos de pelúcia e agasalhos confortáveis. Levantei do chão, me apoiando nas muletas. Empurrei a caixa com dificuldades até a porta e gritei para meu irmão ir buscar.
– Você quer ajudar a levar na escola? – perguntou ele, segurando uma delas na mão.
– Acho que sim.
– Vamos ter que passar na Nancy pegar algumas coisas.
– Sem problemas.
– E depois Dustin e Lucas querem ir ao hospital ver Max.
Bile subiu pelo meu esôfago, mas eu disfarcei.
– Sem problema.
Steve me olhou com os olhos cerrados.
– Vou carregar o carro.
– Vou trocar de roupa. – Ele concordou com a cabeça e desceu.
Manquei até o armário e andei por ele. Coloquei uma calça jeans azul clara e um moletom confortável. Escolhi apenas um pé de tênis e me sentei no banquinho ao lado dos sapatos para calçá-lo. Olhei para cima e vi, pendurada ao lado dos cachecóis, a guitarra que eu tinha pego da casa de Eddie. A encarei e suspirei.
– Você merece estar em um lugar melhor.
A peguei e voltei para o quarto. Parei de frente para minha penteadeira, onde eu havia trocado tudo pelas coisas de Eddie. Suas camisetas repousavam ali, sua colônia bem perto de uma foto sua e, agora, a guitarra, que eu pendurei ao lado do espelho.
– Agora sim.
– Madeline, vamos logo – apressou Steve. O ouvi subindo as escadas.
– Já estou indo.
Parei ao seu lado e ele me segurou no colo. Me levou assim até seu carro, que tinha o porta-malas lotado de coisas.
Enquanto dirigia, Steve parecia inquieto, como se tentasse me dizer algo, mas sem saber como se expressar.
– Desembucha logo – pedi.
Steve suspirou.
– Eu vi o mini altar que você fez para ele. Eu estou preocupado com você.
– Não foi um altar. Não tem velas – estrilei.
– Você entendeu o que eu quis dizer.
O encarei.
– Eu só não estou pronta para o deixar ir, para seguir em frente tão de cara. Eu sei que uma hora eu vou, mas não ainda. Aquilo é só... Eu não consigo deixar aquilo guardado.
– Tudo bem – concordou ele, ainda meio incerto. – Eu só não quero você obcecada nisso.
– Eu vou ficar bem, Stevie. Prometo.
Ele suspirou, segurando na minha mão.
Parou na frente da casa de Nancy e me ajudou a sair do carro enquanto ela aparecia na porta com uma caixa gigantesca na mão, seguida de Robin, que carregava outra.
Encostei no carro enquanto Karen trazia caixas e mais caixas de suas coisas para doar para as famílias que estavam se abrigando na escola, as famílias que tiveram suas casas destruídas pela cratera.
– Ei, Nance – disse Karen. – Achei mais coisas antigas no sótão.
Nancy andou até a mãe e olhou dentro da caixa enquanto eu tentava ajudar Robin, Dustin e Steve a colocar as coisas no porta-malas.
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My queen of Hellfire
FanfictionApós os eventos traumáticos no StarCourt, onde presenciou o amor da sua vida morrendo brutalmente para salvar sua vida, Madeline Harrington se encontra presa em suas alucinações com o seu amor, Billy, que ela tenta manter perto de si a todo custo, n...