Sentei em uma mesa bem próxima da janela, de frente para a mesa dos nerds de Dungeons and Dragons, que discutiam um artigo de jornal com atenção.
Mike e Dustin andaram até a mesa e eu fiquei observando os dois enquanto mordia um pedaço do meu hambúrguer. Os dois pareciam tensos ao olharem o homem que estava na minha sala mais cedo, Eddie. Só percebi que era ele quando ele abaixou o jornal com força sobre a mesa, enfatizando seu ponto.
Se sentaram ao seu lado enquanto ele continuava falando, indignado, até que subiu na mesa, andando por ela e falando:
– Mas desde que você goste de bandas, ciência ou festas – enfatizou "festas" com uma voz engraçada –, ou um jogo em que você joga bolas dentro de cestas de roupa suja– gritou, ficando de pé bem na ponta da mesa.
Jason se levantou de onde estava sentado e o encarou.
– Você quer alguma coisa, esquisito? – perguntou, seu rosto ficando vermelho de raiva.
Eddie não respondeu, apenas levou os dedos indicadores para o topo da cabeça, retorceu os olhos e mostrou a língua, fazendo uma careta idiota e um barulho engraçado. Não consegui me segurar e soltei uma risada um pouco alta demais, o que fez ele olhar para mim.
Nossos olhos se encontraram por segundos, e eu o peguei sorrindo para mim. Olhei para minha comida de novo, não conseguindo esconder um sorriso e o olhando pelo canto dos olhos quando ele andou de novo pela mesa e pulou para fora dela, perto o suficiente de mim para que eu desse um pulo, mas não o suficiente para que eu o olhasse.
– É falsa conformação. É isso que está MATANDO AS CRIANÇAS – gritou, assustando uma professora que passava.
Dei risada, disfarçadamente dessa vez.
– Do que estamos rindo? – perguntou Robin, sentando ao meu lado e me fazendo dar um pulo.
– De nada. – Tirei o sorriso do rosto e voltei a comer.
Cometi o erro de olhar para frente e ver que Eddie estava olhando para mim de canto de olho enquanto prestava atenção em algo que Mike dizia.
– O que aconteceu hoje mais cedo no Pep Rally? – insistiu Robin.
– Nada.
– Qual é Mads, você sabe que pode conversar comigo.
Abaixei os talheres com raiva no prato, deixando a salada cair e chamando atenção pelo barulho que fez. Eddie me encarou assustado, mas eu já nem me importava com aquilo.
– Sabe o que eu realmente queria, Robin? – falei, um pouco alto demais. – Que as pessoas parassem de querer me forçar a conversar sobre isso. A única pessoa que eu gostaria de conversar sobre isso não está mais aqui. Ele era o único que me entenderia.
Levantei com raiva e peguei a bandeja, praticamente a jogando em cima da lixeira.
Fui para a biblioteca e fiquei lá o resto dos períodos, sentada com "O morro dos ventos Uivantes" em mão e tentando sentir Billy de novo, já que aquele era o livro que eu lia para ele, sendo elogiada pelo quanto ele amava minha voz lendo, mas nada. Aquele remédio havia me anestesiado de qualquer contato que eu poderia ter com Billy.
Joguei o livro longe depois de ler mais da metade e abracei minhas pernas contra o peito, me encostando em uma estante de livros no fundo da biblioteca. As lágrimas encharcaram meu rosto rapidamente, fazendo minha visão ficar borrada.
Ergui o rosto para o limpar e reparei em uma sombra espreitando o corredor de estantes que eu estava. Quando virei a cabeça, a sombra saiu rapidamente, então não consegui ver quem era. Peguei minha bolsa do chão, o livro que eu tinha jogado e fui atrás, mas não tinha sem sinal de alguém. Aquilo me deixou intrigada. Eu tinha certeza de que alguém estava ali. Não estava ficando tão doida assim.
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My queen of Hellfire
Fiksi PenggemarApós os eventos traumáticos no StarCourt, onde presenciou o amor da sua vida morrendo brutalmente para salvar sua vida, Madeline Harrington se encontra presa em suas alucinações com o seu amor, Billy, que ela tenta manter perto de si a todo custo, n...