Capítulo Dezoito - Explosões, fogos, apocalipse

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Eddie voltou com um copo de água para mim e se sentou ao meu lado, repousando sua mão em meu joelho e a outra em minhas costas enquanto eu virava o copo com as mãos tremulas, secando todo o liquido. Ele não havia saído do meu lado nem quando Max, gentilmente, ofereceu seu banheiro para que eu tomasse banho. Ficou sentado do lado de fora do banheiro, esperando eu sair.

Segurei em sua mão e colei minha cabeça na dele, sentindo seus cabelos molhados do banho que ele também tinha tomado roçando em meu rosto.

– E o que ele te mostrou mesmo? – perguntou Steve, de novo, depois de eu ter contado detalhe por detalhe várias vezes.

Respirei fundo e enterrei o rosto na dobra do pescoço de Eddie.

– Ela já falou três vezes, Steve – Eddie me defendeu. – Os portais se juntando e tomando conta de Hawkins, explosão, destruição, apocalipse, uma criatura gigantesca com a boca escancarada e vários outros tipos de monstros. Quer que ela seja mais clara?

Steve ergueu as mãos, na defensiva.

– Depois disso... – continuei, olhando para o meu irmão, meus olhos marejando. – Ele me mostrou todos que eu me importava, mamãe e papai, você, Eddie... Todos... – respirei fundo, não conseguindo terminar.

– Tá tudo bem – disse Eddie, me puxando para mais perto dele enquanto eu reparava em Steve limpando disfarçadamente uma lágrima.

– Ele só queria te assustar – tranquilizou Steve, mais para ele mesmo do que para mim. – Não é? Tipo, nada disso é real.

– Ainda não – falei. – Mas os portais, os quatro portais, espalhados por Hawkins exatamente como está acontecendo agora...

– Espera – interrompeu Dustin. – Quatro portais? Mas nós não temos quatro portais, temos três.

– Max seria a quarta – disse Nancy.

– Mas não foi, e nem vai ser – estrilou Lucas.

– Mesmo se não for ela, a visão foi bem clara – expliquei. – Quatro portais, crescendo sem parar, se conectando um com o outro e tomando conta de Hawkins e... – parei, sentindo a bile subir pelo meu estômago quando lembrei.

– Explosão, bombas, fogo – completou Eddie. – Quantas vezes mais ela vai ter que falar para vocês entenderem?

– Quatro badaladas – disse Max, do outro lado do trailer. – O relógio do Vecna sempre toca quatro vezes. Exatamente quatro.

– Eu ouvi também. – Uma lágrima escorreu em minha bochecha, mas Eddie a limpou rapidamente.

Max se sentou do meu outro lado.

– Ele estava nos contando o plano desde o começo – disse ela. Lembrei do pesadelo que eu tive com Billy, onde ele me mostrava coisas antes mesmo que nós imaginássemos que Vecna existia.

– Quatro mortes, quatro portais – apontou Lucas. – O fim do mundo.

– Se isso for verdade, só falta uma pessoa, e não importa quem seja – explicou Dustin.

– Jesus Cristo – exclamou Eddie. Apertei a mão dele com mais força ainda, olhando fundo em seus olhos marejando e lembrando da visão, a que Vecna havia me mostrado, ele morrendo em meus braços.

– Tente de novo – pediu Steve e Max andou até o telefone. Discou os números da casa de Joyce, mas logo colocou o telefone de novo no gancho.

– Algum sinal? – perguntou Dustin.

– Não. Tocou umas vezes e deu ocupado – respondeu ela.

– Pode ter discado errado – sugeriu Steve. – De novo.

My queen of HellfireOnde histórias criam vida. Descubra agora