Capítulo Quinze - Morcegos

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Andei até meu irmão, ficando de costas para ele enquanto eu observava o céu que brilhava vermelho, quando silhuetas pretas começaram a voar até nós.

– Que merda é essa? – perguntei, tentando não entrar em pânico.

Pensei em correr para trás, mas virei a cabeça, andando em círculos com o meu irmão, e percebi que eles estavam por todos os lados, vindo de todas as direções.

Steve agarrou um remo que achou ali e eu fiz o mesmo, seguida por Eddie. As silhuetas, que chegavam cada vez mais perto e mais rápido, eram uma espécie de morcego de outra dimensão. Demobats. Um deles voou em direção a Steve, que o atacou com a arma improvisada. Vários começaram a chegar muito perto, mal tive tempo de pensar antes de começar a me defender, deferindo golpes em cada um deles.

Não fomos rápidos o suficiente e um deles acabou agarrando meu pescoço com sua calda longa e me derrubando com tudo no chão. Comecei a ser arrastada como o meu irmão, que começou a correr atrás de mim, junto com Eddie.

– Madeline – gritou Steve.

Segurei na pele gosmenta daquele bicho, tentando me soltar, até que ele simplesmente parou e vários outros vieram em minha direção, dando golpes com seus dentes finos por todo meu corpo. Eddie nos alcançou e bateu no bicho que segurava meu pescoço, que caiu do meu lado já sem vida. Segurei em sua mão e ele me puxou para cima, me tirando do meio daqueles animais. Steve surgiu atrás dele, junto com Nancy e Robin, que deferiram golpes em todos eles.

– Você ta bem? – perguntou Eddie, segurando em meus ombros.

Concordei com a cabeça, eles não haviam me machucado por conta das minhas roupas. Respirei por um tempo, pelo menos até um morcego vir em direção dele.

– Cuidado! – gritei, arregalando os olhos e o empurrando para o lado. Bati tão forte no bicho que ele foi parar muito longe e sangue espirrou em meu rosto.

Um dos bichos agarrou no pescoço do meu irmão enquanto outros deferiam golpes por sua barriga e seu peito, mas eu estava ocupada demais com os que estavam cercando a mim e a Eddie. Nancy correu até ele e começou a bater com sua pá junto com Robin, mas foi atacada por um deles. Robin tentou a ajudar e Steve conseguiu se soltar sozinho, segurando o animal pelo rabo enquanto ele se debatia. Robin arrancou o que estava nas costas de Nancy e o jogou contra o chão.

– Eles não param de vir – gritou Eddie.

– Continua batendo – ordenei.

Eddie empalhou um que vinha em sua direção enquanto Steve batia o outro no chão repetidamente. Era o último deles, e não queria morrer tão fácil, então Steve pisou em seu pescoço, o separando de sua cabeça, fazendo o animal, finalmente, morrer. Steve cuspiu um monte de sangue no chão, respirando junto com todos nós.

– Steve... – Nancy correu até ele.

– Meu santo Deus – exclamou meu irmão.

Senti meu corpo ficando mole, e senti todo o peso dele indo para trás. Jurei que iria cair de costas no chão.

– Opa – exclamou Eddie, colocando o corpo atrás do meu e segurando minha cintura.

Minhas costas tombaram contra seu tronco e eu repousei minha cabeça em seu peito. Olhei por cima do ombro, tonta, tentando me firmar em minhas próprias pernas.

– Tudo certo? – Segurei em seus braços, me apoiando para ficar em pé, e me inclinei para frente, respirando profundamente e negando com a cabeça.

– Acho que vou... – Não consegui terminar de falar por conta da bile que subiu pela minha garganta. Me ajoelhei no chão e deixei tudo voltar. Eddie correu até meu lado e segurou meu cabelo para trás enquanto deslizava a mão pelo meu ombro. – Obrigada – falei, limpando a boca e me sentando no chão.

My queen of HellfireOnde histórias criam vida. Descubra agora