Capítulo Doze - Vitral de rosas

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Voltamos para o porão de Mike, eu não conseguia tirar os olhos de Max, que não dormia, mas estava completamente alheia do mundo com os seus fones no máximo, sem tira-los, nem por um segundo, por medo de que algo acontecesse. Nancy e Robin não demoraram a chegar e foram direto para abraçá-la. Sentamos em volta do quarto e eu abracei Steve, que logo adormeceu como todos os outros, mas eu não consegui pregar os olhos nem por um segundo.

Virei e revirei a carta de Max na minha mão, encarando ela pacificamente dormindo. Lágrimas silenciosas escorriam de meus olhos toda vez que eu lembrava dela flutuando no ar na frente do túmulo de Billy.

Olhei no relógio e ainda era oito da noite. Fiquei com vontade de ir até a casa de Rick Noia, ver como Eddie estava, ficar com ele, mas eu sabia que era muito arriscado, então peguei o rádio de Dustin, que estava no banheiro e logo voltaria para ficar no turno de vigiar Max, e fui até o outro lado do quarto, perto da pequena barraca que antes foi a casa de El. Encostei na parede e abracei minhas pernas. Torci para que ele ainda estivesse acordado. Apertei o botão e falei:

– Eddie? Está na escuta?

– Delie, aconteceu alguma coisa? – atendeu ele, assustado.

Meu coração acelerou com o jeito que ele me chamou de Delie. O jeito como ele tinha criado um apelido novo para mim, como se nos conhecêssemos há anos.

– Algumas coisas, mas eu só queria saber como você ta.

Quando ele começou a falar, consegui ouvir seu sorriso abrindo do outro lado.

– Entediado para caralho, mas estou bem... – Ele fez uma pausa, sem desligar seu lado. – Pensando bastante em como você está, estressado por não ter noticias, principalmente suas... Não podendo te proteger. É, aparentemente não estou tão bem assim.

Dei uma risada.

– Se serve de consolo, eu também não consigo parar de pensar em como você está.

– Ah é? – perguntou, confuso.

– Sim. Acho que se eu estivesse com você teria certeza de que você está bem, e não seria tão...

– Agonizante? – completou ele.

– Exatamente.

– Eu iria preferir um milhão de vezes ter você aqui, mas é muito perigoso. Iria ser muito suspeito.

Suspirei profundamente.

– Eu sei. A cidade está cheia de policiais, por todo lado.

– Mas eu sei que logo vocês vão dar um jeito de vir até aqui. E eu não vou te deixar sair do meu lado nem por mais um segundo.

Corei.

– Promete?

– Sempre.

– E nós vamos lutar juntos com os monstros?

– Nós vamos chutar os traseiros desses monstros. Esse tal de Vecna não vai ser nada perto de nós dois. – Dei risada.

– Então eu prometo que, assim que nós conseguirmos chegar até você, eu não vou sair do seu lado nem por um segundo.

– Ótimo – respondeu ele.

Steve se mexeu no sofá e eu o olhei, alerta, pensando que ele iria acordar.

– Delie, por que você não tenta descansar? – perguntou ele. – Deve ter sido um dia longo pra você e agora já sabe que eu estou bem. Eu vou estar aqui... Pensando em você, muito provavelmente.

Senti borboletas dançando em meu estômago.

– Boa noite, Eddie.

– Boa noite, Delie.

My queen of HellfireOnde histórias criam vida. Descubra agora