My queen of Hellfire

Capítulo Nove - Resgate a Nancy

Sentamos em uma mesa de piquenique no parque de trailers, perto da casa de Eddie. Fiquei observando o vento balançando a fita amarela cercando o trailer enquanto Dustin e Max explicavam para Nancy o que tinha acontecido. Meu corpo arrepiava toda vez que a brisa batia em mim ou quando alguém mencionava o Vecna. Eu ainda não tinha entendido o porque, mas Steve estava muito estranho comigo.

– Então vocês estão me dizendo que essa coisa que matou Fred e Chrissy é do mundo invertido? – perguntou Nancy.

– É o que parece – disse Steve.

– A nossa teoria é que ele ataca com um feitiço ou uma maldição – explicou Dustin. – Só não sabemos se fez por ordem do devorador de mentes ou porque ama matar adolescentes.

– Só sabemos que dessa vez é diferente – completou Max. – Algo novo.

– Isso não faz sentindo – refutou Nancy.

– É só uma teoria – disse Dustin.

– Não, atacar Fred e Chrissy não faz sentido. Por que eles?

– Talvez estivessem no lugar errado – sugeriu Dustin. – Foram ao jogo.

– E ao parque de trailers – completou Max.

– Estamos agora no parque de trailers – disse meu irmão, com medo. – Será que é melhor irmos embora?

Todos olharam em volta, enquanto um cachorro latia ao fundo, quase como um pressagio de algo ruim.

– Tem algo errado neste lugar – disse Nancy. – Fred começou a ficar estranho no momento que chegamos aqui.

– Estranho como? – perguntou Robin.

– Assustado, nervoso, triste...

– Mads disse que Chrissy estava triste também.

– Mas não foi aqui. Estava chorando no banheiro do colégio.

– Assassinos em série perseguem as vítimas antes de atacar, não é? – perguntou Robin. – Talvez Fred e Chrissy tenham visto esse "Vecman"...

– Vecna – corrigiu Dustin.

– Não sei vocês, mas se eu visse um monstro bizarro, contaria a alguém – disse Steve.

– Vai ver contaram – disse Max. – Vi Chrissy saindo da sala da Srta. Kelley. Se visse um monstro, não contaria à polícia, não acreditariam.

– Mas talvez contasse à terapeuta – completei, feliz de nunca ter sucumbido a pressão de falar com a conselheira da escola.

– Sim – disse Max e um barulho ecoou perto da floresta, fazendo todos virar assustados.

– É melhor sairmos daqui – disse Nancy.

Nos levantamos e andamos em direção ao carro. Nancy começou a se separar do grupo e andar até seu carro.

– Ei, Nance... – disse Steve, correndo até ela, que se virou para ele. – Aonde você vai?

– Só preciso checar uma coisa antes.

– E não pode nos contar? – perguntou Dustin.

– Vão perder tempo. É um tiro no escuro.

– Você surtou de vez? – perguntou Steve. – Quer ficar sozinha com o Vecna à solta? É perigoso demais. Você precisa de alguém para... – Entendi exatamente o que Steve estava tentando fazer. Ele jogou a chave do carro para Robin, que ficou confusa. – Pegue. Vou ficar com a Nance. Vocês ficam com o carro e vão atrás da terapeuta.