Capítulo Vinte - E se...

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O ferro velho continuava o mesmo, só que com mais árvores em volta. Steve estacionou o trailer entre duas delas e nós nos espalhamos para terminarmos o trabalho mais rápido. Eddie foi ajudar Dustin a bater pregos gigantes contra uma tampa de metal de uma lixeira. Lucas, Erica e Max estavam fazendo lanças. Robin e Steve estavam preparando os coquetéis molotov dentro das garrafas e eu fui ajudar Nancy, segurando as armas para que ela pudesse cerrar seu cano.

– Isso é legal? – perguntei.

– Pra falar a verdade, acho que é crime – respondeu Nancy. – Mas vai garantir uma coisa. Eu não vou errar.

– Certo – exclamei, um pouco atordoada pelo jeito dramático que ela falou.

Nancy bateu a parte de trás da serra no cano, que caiu no chão. Ela pegou a última arma, admirando o seu trabalho, e eu me levantei. Andei até um pouco mais perto de Eddie e Dustin e fiquei os observando. Eddie pegou o escudo improvisado e o ergueu no ar.

– O que achou? – perguntou Dustin.

– É leve, mas resistente – respondeu ele, dando golpes do ar com sua arma. – Mortal, mas confiável.

Dustin riu, orgulhoso. Eddie esticou a mão para ele.

– Você, escute-me agora – começou ele, com sua voz grave. Não consegui conter um sorriso. – Não haverá mais debandadas por parte de Eddie, o Banido.

– Uau, está pronto mesmo para a "bat-alha" – brincou Dustin, rindo. – Entendeu? Bat, de morcego. – Eddie o encarou com as sobrancelhas cerradas. – Não? Achei que ia ser boa. – Dustin ficou cabisbaixo por tempo o suficiente para que Eddie se agachasse e o atacasse, envolvendo sua cintura em seus braços e o empurrando para longe.

– O que está fazendo? – perguntou Dustin. – Seu bosta! – exclamou, voltando contra Eddie, que gritou.

Dei risada enquanto os dois se empurravam de um lado para o outro. De repente, Eddie parou, segurando os ombros de Dustin e o encarando.

– Nunca mude, Dustin Henderson – pediu ele. – Promete?

– Não estava nos planos – respondeu Dustin, segurando o choro.

– Que bom! – exclamou Eddie. – Que ótimo.

– Que ótimo – riu Dustin.

– Ei, Sinclairs e Mayfield, como estão essas lanças? – gritou Eddie e Lucas fez de longe um sinal de beleza.

Seu olhar rapidamente encontrou o meu. Ele abriu um sorriso. Cruzei os braços na frente do corpo e, com a cabeça, fiz sinal para que ele me seguisse.

Andei até o antigo ônibus, que já havíamos usado mil vezes para nos esconder de alguma encrenca do Mundo Invertido.

– Se me dá licença, minha dama me chama – disse para Dustin, correndo até mim.

Empurrei a porta rangente para o lado e subi os dois degraus. Eddie entrou logo atrás de mim, fechando a porta. Olhei em volta, abrindo um sorriso bobo.

– Parece que foi ontem que Steve salvou todo mundo de uns Demodogs aqui.

Demodogs? – perguntou, confuso.

– Era uma mistura de cachorro com uma criatura do Mundo Invertido... – Dei risada. – Longa história.

Encostei em um banco e encarei Eddie, que brincava nervoso com suas mãos, estalando os dedos.

– Seu irmão realmente é um herói. Nasceu para ser. – Ele andou até a minha frente, ficando bem próximo de mim. – Por que me chamou aqui? – perguntou, curioso, enquanto suas mãos tremiam.

My queen of HellfireOnde histórias criam vida. Descubra agora