Capítulo Onze - Cemitério

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Steve saiu correndo atrás dela para a calçada da frente da casa dos Wheller e todos nós fomos atrás.

– Max, é sério – insistiu ele. – Não estou brincando. Não vou te levar a lugar nenhum.

– Se acha que eu vou passar o provável último dia da minha vida no porão nojento do Mike, então você ta louco – estrilou Max. – Então ou me leva para onde eu preciso ir ou me amarra, o que qualifica como sequestro de menor, e se eu viver mais um dia que seja, juro que te processo. – Ela parou na lateral e puxou a maçaneta, que estava trancada, e encarou Steve. – Abra a porta.

– Não – respondeu Steve.

– Conheço um bom advogado – ameaçou ela. 

Os dois se encararam, Steve em completo choque com a audacidade de Max. Eventualmente, relutando muito, ele abriu a porta do carro.

– Henderson, acho bom esse seu rádio alcançar Pennhurst – completou ele, entrando no carro.

Dustin e Lucas entraram com Max no bando de trás e eu sentei ao lado do meu irmão.

Fomos até o parque de trailers e Steve mal tinha parado o carro quando Max saltou.

– É bom ser rápida, Mayfield – disse ele.

– Vinte segundos – respondeu ela.

Steve então virou para Dustin.

– Esse troço tem bateria, né? – Dustin balançou a cabeça em reprovação.

– Me recuso a responder – disse. – Sim, tem bateria – completou, indignado.

– É, eu saquei – reclamou meu irmão.

Concentrei na música que tocava no rádio e fechei os olhos. Minha cabeça automaticamente foi para Eddie, em seus grandes olhos castanhos e em sua voz, me dizendo como eu era extraordinária. Nem vi o tempo passar, quando abri os olhos, Max estava voltando para o carro e parecia assustada.

– Demorou mais do que vinte segundos – reclamou Steve, mas Max reto por ele com os olhos marejados. – Ei, calma, você está bem?

– Estou bem, só dirija – estrilou ela, entrando no carro com raiva.

– Aconteceu algo? – perguntou Lucas.

– Podemos só ir? – gritou ela. 

Steve arrancou o carro, fazendo uma careta com a ordem dela. Steve andou por um tempo, até que Max disse:

– Vire aqui.

– Aqui? – perguntou Dustin, confuso.

Steve não hesitou, virou à direita na estrada de terra.

A placa do Cemitério de Roane apareceu e meu estomago apertou. Minhas mãos começaram a suar quando Steve parou o carro bem perto do tumulo de Billy. Todos nós descemos do carro e eu olhei para Max.

– Se importa se eu for lá conversar com ele antes? – pedi e ela confirmou com a cabeça.

Respirei fundo e olhei para Steve, que acenou com a cabeça. Subi aquele morrinho e me sentei na frente do tumulo que dizia "William Hargrove". Segurei uma mão tremula com a outra e suspirei.

– Oi, Billy – comecei a falar. Minha voz saiu tremula, e junto com ela as lagrimas começaram a escorrer. – Eu achei que já era hora de vir falar com você, pode ser minha última oportunidade para criar coragem e fazer isso. – Respirei fundo. – Existe um motivo para eu não ter vindo aqui antes, ou não ter conseguido vir no seu enterro.

My queen of HellfireOnde histórias criam vida. Descubra agora