Capítulo Quatorze - Bem- vindo ao Mundo Invertido

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Dustin acelerou o passo, mas já era de noite e a floresta estava ficando cada vez mais escura. Eddie parava de tempos em tempos para ter certeza de que eu ainda estava perto dele e se estava bem.

Antes que percebesse, estávamos correndo por entre as árvores, seguindo Dustin que ia na direção da bússola. De repente ele parou para observá-la melhor.

– Tem algo acontecendo – disse ele, voltando a correr.

– Dustin, pode ir mais devagar? – pediu Eddie. – Dustin?

– Acho que estamos chegando perto – respondeu ele, sem olhar para frente.

Eddie agarrou em um de seus braços e eu em outro antes que ele caísse no Lago dos Amantes.

– Cuidado aí, garotão – disse Eddie.

– Caramba – exclamou Steve, ofegante, parando atrás de nós. – Só pode ser sacanagem.

– É – concordou Eddie. – Eu pensei mesmo que as árvores pareciam familiares.

– Isso é... Confuso – suspirou Dustin.

– Um portal no Lago dos Amantes? – indagou Max.

– Quando o Demogorgon atacava, sempre deixava uma abertura – explicou Nancy. – Talvez com Vecna seja o mesmo.

– Só tem um jeito de descobrir – apontou Steve.

– O barco – falei e Eddie foi até lá.

Retirou a lona do pequeno bote de madeira, que com certeza não caberia todo mundo, e a jogou para o lado. Ele e Eddie começaram a empurrar o barco para a água.

– Devagar, cara – reclamou meu irmão.

– Foi mal – murmurou Eddie. – Pronto – concluiu, segurando o barco para que todos entrássemos.

– Só vou fazer um negocinho – disse Robin, segurando a cabeça de Steve para conseguir entrar. – Obrigada.

Eddie pulou dentro do barco e ajudou Nancy a subir, quando foi minha vez, Steve estendeu a mão para me ajudar, mas eu o ignorei e entrei sozinha, me sentando ao lado de Eddie.

– E então voltamos a não nos falar – resmungou. – Juro que um dia eu vou perder a cabeça.

Suspirei profundamente e fechei os olhos. Não queria ter que lidar com mais o sarcasmo do meu irmão.

– Tudo bem? – sussurrou Eddie em meu ouvido. Concordei com a cabeça e ele abriu um sorriso, batendo com o ombro no meu suavemente. – Se você quiser, posso jogar ele do barco.

– É uma tentação, mas ainda precisamos dele.

Dustin colocou o pé no barco, mas Eddie o empurrou para fora.

– Ei, está tentando nos afundar? – perguntou, deixando Dustin confuso. – Essa coisa aguenta quatro pessoas, no máximo.

– É melhor assim – disse Nancy. – Vocês ficam aqui com Max. Fiquem de olho em tudo.

– Fiquem vocês – retrucou Dustin. – A teoria é minha.

– Ouviu a Nance – insistiu Robin.

– Quem a pôs no comando?

– Eu – respondeu Robin.

– Bússola? – pediu Nance.

E Dustin entregou, fazendo birra como uma criança.

– Ei, segura aí – gritou Steve, jogando uma mochila contra ele e empurrou o barco antes de entrar.

My queen of HellfireOnde histórias criam vida. Descubra agora