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''Se tem uma coisa que eu sempre aprendi com o Benjamin, desde suas primeiras horas de vida, é que o tempo passava rápido demais para quem estava enfiado em um universo de descobertas e prazer. Eu tive a honra de poder estar com meu filho 24hrs, 7 dias por semanas. Eu vi cada mudança, eu sabia cada pinta, era como se eu soubesse cada fio de cabelo.

Eu amava isso.

Eu amava o tempo.

O tempo era bom comigo.

Como a vida muda em um mês? Em um mês, meu filho estava mais esperto, tinha centenas de palavras novas no vocabulário. Ele corria melhor, seus movimentos iam se aprimorando, ele ia observando mais as árvores, os pássaros, os carros. Aprendia novos jeitos de chamar minha atenção, de me emocionar, de cuidar de mim.

O tempo passava rápido, e as mudanças vinham com ele.

Alexandre vinha junto. Um mês desde a nossa primeira noite, e ele vinha junto comigo. Ele segurava minha mão, ele caminhava junto, ele estava lá e estava tentando desesperadamente me mostrar que estar com ele era bom. Que ele podia ser bom.

Como era possível eu estar começando a amar o presente? O presente estava se tornando o que eu sempre quis. Meu pai falava que o amor era paciente, mas nessas horas eu gostaria de não ter precisado esperar 3 anos para estar realmente casada. Tê-lo era bom.

Abraçar ele.

Tocar ele.

O que diria para a Giovanna que acordou sozinha na noite de núpcias se ela soubesse que estou me apaixonando de novo pelo meu marido?''

— Senhora Nero? — ela ouviu da porta do quarto.

Bethânia sorria cumplice. Parecia surreal o dia em que contaram para a governanta que estavam tentando de novo. Que estavam se conhecendo de novo. A mulher quase não pareceu acreditar nisso. Nem Giovanna, na verdade, todas as vezes que acordava com ele em sua cama ainda parecia surreal.

Ele não era de outra. Ele não tinha ido embora e nunca mais falou de viagens a trabalho.
Alexandre tinha ficado.

Giovanna fechou o diário e se levantou da penteadeira. Foi até o espelho e arrumou o vestido em tom vinho.

— Como estou? — ela perguntou.

— Maravilhosa, Alexandre já está a sua espera na sala.

— Diga que já vou, e vá logo para sua festa, ou vai se atrasar. — Giovanna falou sorrindo antes de abraçar a mulher mais uma vez.

— Feliz aniversário, querida. — Bethânia falou com carinho.

Quando se viu sozinha de novo, caminhou devagar até o armário. Na última gaveta onde costumava guardar roupas de treino, Giovanna tateou por uma caixinha, quando sentiu, sorriu involuntariamente. Abriu devagar, como se a realização de ver aquele anel de novo fosse como olhar para o sol. O ouro brilhava, chamava sua atenção, era lindo, mas...
Ela ainda não se sentia pronta para isso.

E agradecia aos céus por ele entender tão bem.

Deixou a caixa no exato lugar. Só precisava ver para entender que evolução dos dois era real. Real e progressiva.

Desceu as escadas devagar e encontrou Alexandre todo de preto. Completamente delicioso, e ela se pergunta se por ser a aniversariante não poderia escolher que ficassem em casa. Uma casa só dele, aliás, já que o filho estava na casa da avó. O homem lhe sorriu, quase não se contendo.  O olhar dele foi lascivo, percorreu todo seu corpo como se ela já não usasse nada.

minta pra mim | gnOnde histórias criam vida. Descubra agora