Já passava das dez da noite quando o carro de Mathews parou no estacionamento, entre os de Loren e Adan. Elijah, Mirka, Juan, Jun-Seo e Mathews saíram do carro e foram até a frente da creperia.
Juan olhou para o letreiro neon escrito La Putaria e suspirou, sabendo que não deveria ter confiado em Jun-Seo para o ajudar e esperar algo sutil e delicado.
Fazia algum tempo que o cacheado queria avançar as coisas com os outros dois. Ele gostava da maneira como Boris deslizava a mão pelas veias de seu braço e quando Adan dedilhava o seu rosto com a ponta dos dedos.
Juan queria que eles dessem um passo à frente, então, sempre que trocavam beijos, passou a ir mais devagar e se demorar mais um pouco na boca de cada um deles. O cacheado também começou a carregar uma cartela de camisinhas e um frasco de lubrificante, mas não chegou a fazer uso de nenhum dos dois.
Juan não tinha certeza se os outros sentiam a mesma coisa e não desejava forçá-los a nada, por isso gostaria que fosse algo mais orgânico e natural.
Quando conversou com Jun-Seo, ele o assegurou que arranjaria uma maneira que fizesse Juan ter certeza, sem que acabasse fazendo com que Adan e Boris se sentissem mal por não corresponderem da mesma maneira.
Eles ainda não chegaram no momento de afirmar para as outras pessoas que estavam tendo algo, então Juan não sabia como o amigo de olhos escuros faria para ajudá-lo em uma saída com todo o grupo junto, mas, no momento em que ele leu La Putaria, o seu arrependimento foi tão grande que ele desejou voltar para dentro do carro.
– Sempre atrasado – disse Elise para Mirka, que passou por Juan e a abraçou.
– Você conseguiu. Nem parece que esqueceu dos amigos quando começou a namorar – disse Mirka.
Juan percebeu que eles foram os últimos a chegar ao ver Loren e Adan conversando apoiados no carro da loira.
Havia muita gente em frente a creperia, fazendo Juan perceber que ele teria que suportar a humilhação de ter que comer um crepe em forma de genitália.
Boris saiu do meio do mar de pessoas e acenou para os recém chegados, enquanto se posicionava na frente do semicírculo formado pelo seu grupo de amigos.
– Olha, não está muito cheio, mas não tem lugares para sentar e é muito pequeno, então vai ter muita gente acumulada lá.
– O que a gente faz, então? – perguntou Elise abraçada a Mirka.
– Podemos comprar e comer dentro dos carros – disse Jun-Seo, que bateu com o cotovelo na costela de Juan. Ele espremeu os dedos contra a testa, frustrado.
– Tudo bem, não quero comer em pé – disse Mirka.
– Eu tenho a foto do menu, a gente faz uma lista com os pedidos e duas pessoas ficam no balcão.
Juan acabou por ficar no carro junto com Adan e o cacheado não proferiu uma palavra. Ele sentiu o seu coração agitar quando Adan apoiou a sua cabeça em seu ombro.
– Você está cansado? – perguntou o cacheado.
– Provavelmente é da nova medicação, mas amanhã vou conversar com o neurologista acerca disso e fazer alguns exames, então está tudo bem.
Boris entrou pela porta de trás do carro com um pacote de cartão em cada mão. Ele deu um para o Adan que sorriu vendo escrito na caixa "Sugar Daddy".
– O nome desse crepe deixou a minha noite muito melhor – disse Adan.
– O nome do meu é Grinder Date – disse Boris.
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Sour Candy
RomanceO livro conta a história de Adan, um jovem de 21 anos que se muda com seus irmãos mais novos para outro país em busca de uma vida melhor. Entre a universidade e o emprego, ele conhece dois garotos incríveis, Boris e Juan, e sente uma atração irresis...