Capítulo 22

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Eram quase dez da manhã quando Loren chegou na casa de Adan. Ela se sentou na mesa de jantar, junto dos outros quatro e se serviu do café. Mirka estava sentado ao seu lado enquanto mastigava uma fatia fria de pizza. O loiro passou a noite na casa, fazendo companhia para Boris.

Juan estava na cadeira afastada da mesa. Ele abafava o sorriso no ombro de Adan, que estava sentado em sua perna. Os dois olhavam para Boris, que também ria, sentado na frente deles.

– Que estúpido – disse Loren olhando para o celular.

– O que? – perguntou Adan.

– "Deus pegou a pele mais suave e uniforme, o cabelo mais hidratado e brilhoso, os olhos mais expressivos e brilhantes, os lábios mais lindos e beijáveis e deu para um homem". Quem é assim? – perguntou a loira, sorrindo em descrença.

Adan se levantou de cima de Juan e parou em frente a Boris, tocando em seu rosto e o virando na direção de Loren.

– Boris, Deus estava muito inspirado enquanto fazia você porque ele te deu a pele mais suave e uniforme, o cabelo mais hidratado e brilhoso, os olhos mais expressivos e brilhantes, os lábios mais lindos e beijáveis – disse o negro, rindo. – Fico muito feliz que Juan e eu tenhamos fisgado você a tempo.

Mirka se debulhava em gargalhadas, pousando a testa sobre o tampo da mesa. Loren sorriu de lado e bebericou o seu café, escondendo a vergonha alheia que sentiu, enquanto Amara esfregava os olhos desejando agredir o irmão por protagonizar uma cena tão embaraçosa.

– Sim, meu Deus. Como que eu pude esquecer do Boris, o ser humano esculpido do barro com as suas próprias mãos? Perdão, foi meu erro esquecer que ele não tem defeitos. – ironizou Loren.

– Ele tem muitos defeitos, mas ser feio não está na lista – disse Adan.

– Eu tenho defeitos?

– Sim, vários – disse Mirka.

– Quais? – perguntou Boris, cruzando os braços.

– Você é muito tonificado. Sério, deitar no teu peito é como deitar em cima de uma pedra. Por isso que eu sempre prefiro sentar no Juan – disse o fazendo.

– É o que você ganha por namorar com um bailarino – disse Mika, dando batidinhas no ombro de Boris.

– Não faz mal, ainda tenho o meu atleta de dois metros, com mãos gigantes e peitos de travesseiro – respondeu o crespo, deslizando os dedos pelos cachos de Juan e o sentindo beijar seu maxilar.

– Nosso – disse Boris, sentando na perna vaga do cacheado e pousando a cabeça no ombro largo, soltando um grunhido irritado.

– É tão bom assim? – questionou Loren.

– É perfeito! – disse abraçando o pescoço de Juan. – Poderia dormir aqui durante horas.

Os braços azeitonados apertaram as cinturas deles enquanto os três riam juntos.

– E pensar que isso jamais aconteceria sem mim – disse Mirka.

– O que é que você fez de tão importante? – perguntou Loren, com a sobrancelha arqueada.

– Fui eu quem mandou esses três comprarem gelo juntos. Sem mim, vocês jamais estariam aqui.

Adan gargalhou ao lembrar de quando Boris sujou as calças de Juan pela primeira vez. Parecia tão distante de onde eles estavam agora.

– Talvez – disse o cacheado –, mas eu acho que quem nos juntou de verdade foi Jun-Seo. Sem ele, não teríamos ido à pizzaria e nem ao parque aquático. Tudo começou porque ele é burro e o Adan é um gênio.

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