Sour Candy

Capítulo 11

Depois de almoçarem, eles foram de carro até o centro da cidade, onde ficava o estúdio de tatuagem. O letreiro era luminoso e rosado, com uma flor desabrochando. Eles adentram o local e Adan, com a bolsa nas costas, vai até ao rapaz da recepção e conversa com ele.

– Deixa passar, Jordan, está no horário dele – disse uma mulher alta próximo a uma maca preta.

– Vamos – disse Adan.

Os três passaram pela recepção e atravessaram a sala com outras cinco macas, onde pessoas eram tatuadas. A mulher loira que esperava por eles, se levantou e estendeu a mão para Adan, que a cumprimentou de volta ao sorrir para ela.

– Boa tarde, rapazes – disse a mulher com uma orquídea tatuada no ombro.

– Ela é a irmã da Loren, Caroline – disse Adan.

– Vocês também são amigos da Loren?

– Mais ou menos. A gente se conhece por causa da faculdade – disse Juan.

– Tudo bem então. – Ela pegou um rolo de papel e foi desenrolando em cima da maca preta de couro. – Tudo pronto para continuar, Adan? A tarde vai ser longa.

Ele concordou com a cabeça e andou até a porta do vestiário, passando por ela.

– Vocês também marcaram hora? – perguntou Caroline.

– Não! – disse Boris.

– Não tenhas medo – disse Caroline, enquanto preparava as tintas na pequena mesa. – A tatuagem é uma arte linda. Todo mundo que eu conheço, gosta.

– Pode ser bonita, mas eu odeio sentir dor – disse Boris, fazendo Caroline rir.

– E você, gigante? – perguntou a loira.

– Eu? Eu não sou gigante – disse Juan.

– Quanto você mede? – perguntou Caroline intrigada.

– Dois metros e três – sussurrou Juan.

– Você é mais alto que a porta da minha casa, por três centímetros – disse Caroline, rindo.

– Cheguei. Vamos começar logo, ainda falta muito – disse Adan, agora vestindo short e com o celular na mão.

– Deita na maca, bebê – disse Caroline, vestindo as luvas.

Mesmo vestindo short, Juan não conseguia ver a tatuagem de Adan, o que só passou a ser possível quando ele se deitou na maca e puxou a roupa para cima, revelando a coxa cheia de desenhos coloridos. Eles eram delicadas espalhavam-se do meio da coxa para cima, deixando a metade de baixo vazia.

Havia um olho chorando dentro de uma jaula, uma árvore que carregava duas maçãs, uma roda dentada rosa, lilás e azul, uma orquídea parecida com a de Caroline e o nome dos irmão em letra cursiva dentro de dois frascos ligados por uma corrente.

Haviam mais algumas tatuagens um pouco mais acima, mas a roupa não permitia a visão, há não ser uma pata de cachorro com "Adeus" no centro.

– Se der tempo, a gente retoca algumas das antigas também – disse Caroline.

– Se eu chegar vivo até lá, tudo bem – disse Adan.

Para Juan, era muito interessante ver a maneira como Caroline tatuava a coxa de Adan. Naquele momento ela fazia uma borboleta em que as bordas perto do contorno eram rosadas, mas amareladas no centro, num tom que parecia brilhar. Juan não sabia se era a cor em si ou a pele hidratada de Adan que refletia a luz do teto. Estava ficando incrível. A loira estava fazendo um contraste incrível usando rosa, magenta e a pele escura do próprio Adan.