Capítulo 25

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Adan descia as escadas em direção a cozinha. Sua boca ardia com o sabor da pasta de dente e a pele úmida sentia falta do tecido leve do pijama. Era feriado, mas apesar de não ter que ir para a universidade, tinha que terminar o trabalho de Programação para Engenharia.

Ele estranhou ter acordado sozinho, mas no momento em que passou pela porta da cozinha, viu o motivo disso.

Juan e Boris estavam na frente do fogão, lutando contra o óleo quente. Amara estava sentada no balcão com o celular na mão, ao lado de Jonathan, que jogava no seu tablet.

– Bastou eu dormir um pouco mais para encontrar um caos na cozinha. Deve ser assim que o Gordon Ramsey se sente quando entra naqueles restaurantes sujos.

– Parece que acordaste melhor – disse Amara.

– Você também, já que vais ter que limpar a bagunça que esses dois estão fazendo.

– Nem pensar. Você os colocou dentro de casa, aguenta as consequências.

– Bom dia, Adan – disse Juan, beijando sua testa úmida. – Fizemos um café da manhã especial para você.

Em cima do balcão havia duas panquecas doces, duas salgadas, salsichas cortadas em rodelas e o prato com ovos que Juan havia pousado ali.

– Qual é a ocasião especial? – questionou se sentando.

– Um pedido de desculpas pelo bolo que a gente te deu ontem – disse Boris, dobrando o joelho do lado dele. – Desculpa, eu sei que você queria nos apresentar para a tua tia.

– Tudo bem – disse, beijando os lábios secos do loiro. – Eu conversei com ela e podemos deixar para outro dia. Você fica muito fofo nesse avental.

– E a Amara ainda teve a coragem de me chamar de ridículo – disse antes de se sentar no banco do lado.

– Eu disse que você está lindo assim, Boris – disse Juan, pousando o suco no balcão.

– Parece tudo muito bom, mas eu não estou com tanta fome. Vou apenas beber o suco e subir para começar a fazer o meu trabalho.

Adan estava sedento por um café, seu corpo estava em abstinência por causa da cafeína há tanto tempo, que seus dedos chegavam a tremer quando ele ficava parado por longos minutos.

Quando voltou para o seu quarto, escolheu deitar na cama. Demorou quase duas horas escrevendo o algoritmo antes de mandar para Loren, para ter certeza de que estava correto.

Fechou o computador e se cobriu com o edredom, quando Boris entrou no quarto, chamando a sua atenção. O corpo reto do loiro também se deitou na cama, mas permaneceu distante de Adan, apenas olhando nos olhos do outro.

– Cadê o Juan?

– Está em uma chamada com o pai.

Adan pousou as costas no colchão, preocupado. Sabia que a relação familiar do mais alto era complicada.

– Amara me contou o que aconteceu ontem, Adan.

– Que ela vai ter que ir ao mercado no meu lugar?

– Ela vai aonde?

– Domingo eu iria no mercado com a minha tia, mas ela tem algo para fazer e sábado eu tenho consulta com o psiquiatra, então Amara vai no meu lugar.

– Ela deve ter odiado isso. – Uma risada escapou de seus lábios.

– Muito.

Boris tocou na bochecha de Adan e se aproximou, deixando a distância entre eles menor.

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