Irresoluções.

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— Argh então me dá um pedaço disso aqui logo! — Adverti estressado, mordiscando um pedaço do salgado. Ao menos, agora a Shogun para de ficar me irritando com esse lanche estúpido. Além do mais, eu normalmente não comeria, mas eu tenho certeza que isso não está envenenado, pelo menos até onde eu vi... de qualquer forma, não é uma comida que eu odeie. Ela também despreza doces.

— Não sabia que você gostava de 'harumaki de salmão. — Ela alegou, também mordiscando o lanche brevemente.

— Ah! Mas eu não diria que eu odeio. É algo que eu engoliria se estivesse morrendo de fome... — A encarei. — E se eu estivesse sendo forçado pela insuportável da minha irmã, também.

— Você quer que eu... uh, compre alguma bebida para você? — Questionou a arroxeada, logo desviando contato visual. — Sabe, eu acho que você vai passar fome de um tempo para cá enquanto se recusa à voltar para casa.

— Imbecil, para de me tratar como se eu fosse seu cachorrinho! — Adverti, mostrando a língua. Logo me posturei cruzando meus braços. — Qualquer coisa eu moro na rua. É fácil pedir para mim voltar para casa quando se é uma das três que me espantam daquela radiação tóxica. — Insultei.

— Mas eu só faço o que a minha mãe pede. Não acho que a gente teve uma relação normal para que eu realmente me preocupasse com você. — Assim, ela estendeu o harumaki novamente para mim. — E no entanto, eu me preocupo. Prefiro ver você morto por qualquer outra coisa do que por fome. — Ela alegou, com um tom de voz calmo.

— Que carinho é esse... — Empurrei o harunaki de volta, insinuando que eu não queria.

Portanto, eu não acho que eu tenha mais alguma coisa para fazer. Me levantei prestes à ir para a sala buscar minha mochila... e também ver o Kazuha, é claro.
Porém repentinamente a Shogun logo puxou o meu pulso, impedindo-me de ir embora.

— Aquele seu namorado... — Ela se levantou, ficando de frente para mim. — Por um acaso se afastou de você? — Questionou num tom frio.

Óbvio que eu me arrepiei no exato momento. — O meu nam- — Engoli as palavras, arqueando a sobrancelha. — Por que caralhos você quer saber? Não dá para me deixar em paz? Eu só preciso acabar a escola e depois eu decido o que faço da minha vida, inclusive se eu continuo com o meu namorado ou não. — Puxei o meu braço de volta, cruzando tais.

— Kunikuzushi, tsc... — Ela desviou o olhar, inconformada. — Quero dizer que foi legal o tempo que passamos juntos e com aquela Ayaka. — Alegou a maior mordendo a bochecha.

— ...E? — Também me encontrei confuso, neste exato momento. O que essa garota pretende dizer?

— E que, bem... eu queria que você continuasse me tratando como irmã e não como uma sei lá... ser humano que viveu com você metade da sua vida? — Ela idealizou.

Eu realmente achei inesperado, mas a resposta já era óbvia. — Não? Ué... — Minha sobrancelha estava arqueada, eu 'tava confuso para caralho.

— Ugh.. é tipo assim, eu paro de implicar com você aqui na escola e você lembre que eu existo! — Advertiu, emitindo contato visual novamente.

— Argh eu não sou tão facil de manipular, não! Sai! — Dei alguns passos para trás. E no momento exato que ela calou a boca, eu já havia me retirado daquele local.
Honestamente, se não fosse essa situação que ela me fez passar eu realmente... poderia pensar mais um pouco; mas tenho certeza que isso foi algo que ela só disse por pura vontade de tentar me influenciar, eu não confio nesta garota...

• • •

Eu estive caminhando sobre os arredores, logo notei aquele exato corredor: onde eu havia encontrado o Kazuha pela primeira vez. De certa forma, a nossa sala é por aqui, então ele deve estar por lá...

"Então, era aí onde você estava." - KazuScara Onde histórias criam vida. Descubra agora