Narrador
— Tenha certeza que ninguém veja você sair. — ele disse ainda ofegante depois de se desmanchar dentro dela, levantou ainda sem roupas do banco de trás e pegou um moletom escrito "flowers", que era seu há alguns anos, e a deu. — Capuz sobre a cabeça, mantenha os olhos baixos. — ele beijou a sua bochecha.
— Ok, mas e a Any? — ela perguntou sobre a sua colega de quarto e melhor amiga, o que ela pensaria sobre a amiga aparecendo de madrugada em casa.
— Diga a seus amigos que você saiu para correr, já que você está corada e vai ficar mais ainda correndo nesse frio, pegue a rua menos movimentada. — ele disse e ela deu um tapinha em seu ombro.
— Ridículo, você sabe que eu acabo esse nosso caso quando eu quiser.
— Gostosa, você sabe que mesmo que você repita isso pra si mesma todos os dias, isso não vai acontecer. — ele apertou os seios de Sina os sentindo, fazendo-a arfar.
Logo ele pegou um pacote que estava embaixo do banco e a entregou.
— O que é isso? — Deinert perguntou.
— Um presente, eu vi ele na vitrine é só consegui pensar em você. — ele passou a mecha de sua franja para trás da orelha da loira.
— Preciso abrir aqui?
— Está tarde, fica a seu critério.
O que começou em quartos bonitos, agora estava a nível de carros em estacionamentos.
— Allysa precisa de você, ela pode ter acordado. — Sina disse para Noah a respeito de sua filha.
— Não falamos dela, certo? — ele tentou mantê-la fora do assunto.
— Mas ela é sua filha, Noah, você não pode simplesmente fingir que ela não existe, ela é sua família, assim como a sua esposa.
— Mas você sabe que eu me importo mais com você do que com ela né? — ele disse mas logo corrigiu o que havia dito. — Não Alyssa, mas Liana, estou suportando isso pela minha família, pela a Alyssa. Liana não é mais a minha família faz muito tempo, muito antes de eu te conhecer.
Noah se aproximou de seu ouvido e disse:
— Você uma dia será minha, por completo, e não precisaremos nos esconder de ninguém.
— Se você quisesse mesmo isso, não estaria dormindo na mesma cama que a sua esposa. — Sina disse pegando o presente e saindo do carro mas antes de fechar a porta completou. — Tchau Noah.
A sua voz estava tão quebrada quanto ela naquele momento, o pequeno caso de exatos três meses havia mexido com a sua cabeça e não lembrava de como sua vida era antes daquela família adentrar a lanchonete da qual ela resolveu fazer um extra, por uma única noite.
E lá eles se beijaram, no depósito de chocolates e cafés, com a família dele do outro lado da porta.
Mas naquele momento, era como se isso nao importasse, Noah só queria saber da loira que havia fisgado algo dentro dele e Sina só queria saber do moreno tatuado que adentrou a lanchonete.
Noah se sentia mal por fazer isso com a loira, mas ele não podia colocar a filha em tal posição de sofrimento.
Sina corria pela estrada entre as árvores enquanto chorava sentindo seu coração apertando.
Ao chegar na frente do apartamento, respirou fundo e olhou no seu relógio que eram 1:30 da manhã.
E naquela noite, ela pensou em acabar com tudo.
Mas ela se recordou do que ele havia dito à ela meses atrás.
"Acho que posso me apaixonar por você, Deinert"
Será mesmo? Será que ele se apaixonaria por uma recém-adulta, uma acadêmica de enfermagem, sendo ele um grande médico?
Noah deu um beijinho na testa da filha de apenas cinco anos e sorriu pelo fato dela não ter acordado durante aqueles 40 minutos.
Sina olhou seu corpo no vestido preto colado que destacava as curvas de seu corpo e lembrou do que ele havia a dito.
"Deinert, você não faz ideia do quanto eu te desejo"
Ela era desejável, desejável para ele e para ela mesma, era mais que o suficiente.
Paris era conhecida por ser a cidade do amor.
Mas o amor estava bem longe de Paris.
Sina tirou o vestido, tomando um banho rápido e vestiu o moletom outra vez, o mesmo moletom que ela havia fugido do carro de Noah, sentindo o seu cheiro.
Ela se deitou em sua cama e abraçou um dos seus travesseiros fingindo que era alguém ali.
Todos precisamos de alguém para ficar.