𝙲𝙰𝙿𝙸́𝚃𝚄𝙻𝙾 19

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CAPÍTULO 19:
Drástica mudança de planos.

Cinco entra e deixa as comidas na sua mesa, enquanto eu me apresso para fechar a porta novamente. Noto pela embalagem que a comida é de um restaurante que fica a uns quarenta minutos daqui.

— Como você foi tão rápido?

Ele hesita em responder, me deixando confusa.

— Fui de moto.

Ainda assim é um pouco estranho. Junto com o meu espaguete, ele trouxe um sanduíche e nós passamos bons minutos jantando na mesa, lado a lado. Quase derramei molho nos documentos dele e perdi a minha vida, mas foi só um detalhe.

— Quer chocolate? — eu tiro um do bolso, abrindo a embalagem.

— Quero — ele diz com entusiasmo. Deve amar esse chocolate mais do que eu amo.

Ele dá vários beijos na minha bochecha e pega um pedaço do chocolate. Eu tiro meus sapatos, vou para o sofá dele e me deito. Talvez eu consiga dormir agora e não vou precisar ter que vê-lo ir embora de novo. Na verdade, nem sei que horas é a reunião, ele só disse que seria de madrugada.

Deve ser por esse curto tempo livre que ele veio até o sofá para me fazer companhia. Cinco se sentou e colocou minhas pernas em seu colo, fazendo uma massagem enquanto percebo o clima ficar reflexivo. Ele está há dois minutos encarando o mesmo abajur, deve estar prestes a me perguntar algo.

— Elle, tem alguma ideia de onde pode estar o caso do fim do mundo?

Para ele, eu estava pensando em possíveis locais onde poderia estar, mas na verdade eu estava preparando minha próxima mentira.

— Não sei, foi mal.

Cinco suspira abalado, sem querer acaba apertando um pouco mais a minha perna. Eu sei que não é por mim, pois seu olhar está cabisbaixo, decepcionado.

— Ah, você era minha última esperança… — ele diz com um gemido, como se eu pudesse dar outra ideia brilhante assim como fiz na sala dos arquivos infinitos. — Eu preciso achar.

— Você já procurou em todos os lugares. Onde mais deve estar? — eu digo, tentando fazê-lo mudar de ideia.

— Desistir não é uma opção, Eleanor. É a minha família.

— O que está pensando em fazer, então?

Cinco faz uma pausa, como se não quisesse contar isso a ninguém, mas vai abrir uma exceção para mim.

— Eu fiz um trato com a Gestora. Ela vai encontrar a pessoa responsável pelo caso, e depois, vai me entregar.

Mas. Que. Merda.

Tudo faz sentido agora. É mesmo a Gestora quem está no meu pé. Há poucos minutos atrás, ela estava querendo falar com Cinco, batendo na porta dele impacientemente. Se Cinco estivesse aqui, ao invés de mim, a Gestora contaria que sou eu quem pegou o caso?

Quase fui pega e nem percebi?

— A Gestora não faz favores. O que você vai fazer em troca?

— Vou assassinar a presidência da Comissão, seja lá quem for. A Gestora quer ser presidente então fizemos esse acordo — Cinco explica.

Sinto meu sangue ferver na mesma hora, uma raiva desconhecida me tomou quando ouvi. Me obriguei a tirar minhas pernas de seu colo e encará-lo seriamente. Cinco estaria se arriscando muito ao fazer esse acordo que não é nada proporcional. Ele simplesmente mata a porra do presidente da Comissão para receber em troca a possibilidade incerta de ter seu arquivo em mãos.

𝙼𝚎𝚗𝚝𝚒𝚛𝚊𝚜 𝚊̀  𝙿𝚊𝚛𝚝𝚎 - Cinco HargreevesOnde histórias criam vida. Descubra agora