𝙲𝙰𝙿𝙸́𝚃𝚄𝙻𝙾 1

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CAPÍTULO 1:
O Maior dos Casos.



Apresentando A Comissão: Responsável pela preservação da linha temporal através de manipulação e remoções.

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𝙼𝚒𝚜𝚜𝚊̃𝚘 092: 𝙻𝚘𝚞𝚒𝚜𝚟𝚒𝚕𝚕𝚎, 𝙺𝚎𝚗𝚝𝚞𝚌𝚔𝚢.
𝙴́𝚙𝚘𝚌𝚊: 1902
𝙴𝚕𝚒𝚖𝚒𝚗𝚊𝚛: 𝚆𝚒𝚕𝚕𝚒𝚊𝚖 𝙲𝚊𝚛𝚙𝚎𝚛.
𝙾𝚛𝚍𝚎𝚖 𝚎 𝚊𝚞𝚝𝚘𝚛𝚒𝚣𝚊𝚌̧𝚊̃𝚘: 𝙶𝚊𝚋𝚒𝚗𝚎𝚝𝚎 𝚍𝚎 𝙴𝚡𝚎𝚌𝚞𝚌̧𝚊̃𝚘 𝙾𝚎𝚜𝚝𝚎, 𝙰 𝙲𝚘𝚖𝚒𝚜𝚜𝚊̃𝚘.

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Mais um dia de trabalho. Eu mal terminei meu café da manhã e esse tubo infernal já me mandou a próxima tarefa. Já tive incontáveis pesadelos com aquela merda, mas não largo esse emprego por nada. Eu recusaria esse caso para ter um café da manhã mais decente, porém não tenho esse privilégio por não alcançar a quantidade mínima de missões.

Amasso o papel e coloco no bolso. Vou ter que terminar meu café fraco e triste a caminho do vestiário.

- Senhora, ainda bem que te encontrei. Nós detectamos uma anomalia se alastrando pelos anos 50. Pode dar uma olhada ni...

- Deixa na minha mesa, Susan. Estou ocupada agora - interrompo sua frase. Esse café ralo junto a voz insuportável dessa mulher me tira do sério.

Aqui na comissão há uma espécie de hierarquia. Eu obedeço ordens, mas também dou ordens. Na pirâmide, eu estou no meio. Meu, não tão anônimo concorrente, também. E é por ser tão competitiva que eu escolho deixar uma alimentação boa de lado para cumprir minhas missões.

Eu chego ao vestiário e deixo meu café dentro do armário, enquanto tiro meu uniforme lá de dentro. Uma camisa social branca, ternos e calças azul marinho com detalhes nos fechos do blazer, uma gravata nada promissora e... a porra de um par de saltos. Aparentemente não viram o bilhete que deixei na caixinha de sugestão onde eu berrava com as palavras dizendo para trocarem a porcaria dos saltos.

É para passar um ar mais feminino? Para eu me misturar com a multidão? Não sei.

Fico de calça e sutiã quando sou interrompida de terminar minha troca de roupas. Aquele cara. Aquele cara. Ele entrou no vestiário. Não estava sorrindo, ele nunca está sorrindo, mas agora seus olhos esbanjam felicidade. Deve ter recebido a notícia, aposto.

Havia outros homens e mulheres por aqui trocando suas roupas, mas estavam mais preocupados com suas próprias vidas do que com o meu sutiã rosa-bebê.

Aquele cara tira sua gravata e depois seu terno. E depois todo o resto até que só sobrasse aquela felicidade irritante presente no modo como ele respira. E como anda. E como exerce qualquer outra tarefa básica. A atmosfera entra num profundo e melancólico ar de aversão porque o lastimável Número Cinco chegou.

Dou um grande gole no café e logo me arrependo. Esqueci como estava horrível. Começo a abotoar a minha camisa e finjo que não percebo quando ele se aproxima. Desejo não ser o seu alvo.

Na mesma hora - não sei se agradeço ou não -, ouço barulho de outra missão chegando. Abro o armário e retiro a mensagem lá de dentro.

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𝙼𝚎𝚗𝚝𝚒𝚛𝚊𝚜 𝚊̀  𝙿𝚊𝚛𝚝𝚎 - Cinco HargreevesOnde histórias criam vida. Descubra agora