𝙲𝙰𝙿𝙸́𝚃𝚄𝙻𝙾 31

2.1K 186 230
                                    

CAPÍTULO 31:
Recomeço.


⊰◎⊱


Está entardecendo, e imagino que Cinco esteja chegando. Confiro o meu cabelo e minha roupa: que é o meio termo entre maravilhosa e dá pra ficar em casa.

A campainha toca. Minha barriga congela.

Vou até a porta, conferindo o olho mágico, e abro. Ele está ali parado, com uma caixa nas mãos, e um sorrisinho que apareceu quando abri a porta. Cinco está usando uma camisa social branca, junto com a calça preta, assim como era comum eu vê-lo na Comissão.

— Oi, gata.

Ah, o apelido.

— Entra — eu aceno com a mão.

Ele dá alguns passos, para na minha frente e dá um beijo de bochecha. Em seguida, vai direto até a minha cozinha. Eu fico como uma estátua, ainda com a porta aberta, e reflexiva com o quanto ele está cheiroso. Ele pensou nisso. Aposto. Pensou em mim enquanto passava esse perfume.

Tranco a porta e vou atrás dele na cozinha. Ele está deixando a caixa no balcão e olhando ao redor, e quando chego, suas sobrancelhas relaxam. Assim como ele faz quando está feliz mas não se esforça para sorrir.

— O que trouxe? — caminho até a caixa.

Ele entra na frente e me afasta, empurrando meus ombros.

— Surpresa — abre um sorriso divertido, que combina com o olhar sem preocupações. — Seria nosso jantar, mas vi que você fez comida.

É, na qual passei a madrugada inteira de hoje pensando em qual faria. Ou se ele iria trazer. No fim das contas, acabei preparando espaguete. Tudo o que eu pensava parecia simples demais ou extravagante demais. Fiquei indecisa e insegura, apostei no espaguete que tenho confiança e uma torta de maçã como sobremesa.

Agora que ele trouxe mais, temos comida para um dia inteiro.

— Quem realmente prepararia a comida? Faltou organização dos papéis — eu falo, dando uma risada e observando a quantidade.

— Tem razão — ele ri também.

Eu levo o espaguete até a mesa, perfeitamente organizada com os pratos e talheres. Olho para trás e vejo a torta, eu iria pegá-la, porém Cinco se ofereceu e levou por mim. Deixamos na mesa e eu endireitei os pratos, quero deixar isso mais que perfeito.

Não sei de onde Cinco tirou a garrafa de vinho, mas assim que o fez, colocou em cima da mesa, ao lado das taças que ele mesmo trouxe.

Sinto que Cinco observa a torta de maçã por cima do meu ombro, atrás de mim, e isso faz meu coração bater duas vezes mais rápido que o normal.

— Você é viciada em macarrão ou algo assim?

— Gosto de tentar acertar o ponto.

As mãos dele me fizeram tremer, ao ponto que tenho medo das minhas pernas me traírem e acabarem tremendo também. Cinco vira meu quadril, até que eu esteja de frente para ele. Coloca meu cabelo para trás e depois sua mão volta contornando meu rosto.

— Você está linda, Elle.

Provavelmente mais vermelha.

— E você está acabando comigo — devolvo o elogio, porque aquela camisa meio aberta e o perfume dele estão mesmo acabando comigo.

Ele sorri, dando um beliscão fraco no meu quadril. Dou a volta na mesa e, como um raio, Cinco se teleporta da sua cadeira para a minha.

— Deixe eu ser cavalheiro — ele diz, quase como um pedido.

𝙼𝚎𝚗𝚝𝚒𝚛𝚊𝚜 𝚊̀  𝙿𝚊𝚛𝚝𝚎 - Cinco HargreevesOnde histórias criam vida. Descubra agora