𝙲𝙰𝙿𝙸́𝚃𝚄𝙻𝙾 43 - 𝙲𝚒𝚗𝚌𝚘

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CAPÍTULO 43


Cinco


Ela está mais animada do que eu. Mais cedo, ela disse que finalmente vai comer um espaguete de verdade. Se eu soubesse que ela ficaria tão entusiasmada com a viagem, eu teria proposto antes.

Esperamos mais algumas semanas até viajar, só porque fiquei receoso quanto aos pontos dela. E todos os dias ela olhava para a mala como se quisesse me matar por ter feito-a tão cedo.

E finalmente chegou o dia. Estou bem ansioso. Foi difícil pra caralho convencer o irmão dela para que deixasse ela ir. Mas quando ele ouviu que eu iria pedir Eleanor em casamento na viagem, ficou tão animado que esqueceu que me odiava.

Eu não gosto de ter que contatar Miles para qualquer coisa que envolva Eleanor. Era muito mais fácil quando minha namorada era uma adulta sem uma criança de vinte anos grudada nela.

Mas vou fazer o quê? Esse moleque importa para ela. Tem que importar para mim também.

Na maioria das vezes eu só finjo que dou a Miles o poder de escolha.

— Tô pronta — Eleanor aparece com a mala e um sorriso que amo ver nela.

Seguro a sua mão e pego a maleta. Eu preferia a experiência de estourar os ouvidos com a diferença de pressão num avião, mas ela tem medo de altura. Sobrou para a velha viagem espacial.

Em menos de um minuto, estamos numa estação de trem, em um lugar não tão visível para as pessoas. Deixo a maleta no chão e levo meus olhos até Eleanor antes de qualquer coisa, para saber se ela está bem com a viagem.

— Elle?

— Revirou meu estômago, mas estou bem — ela assente, segurando meu ombro. — Porra, Cinco, olha isso.

Ela aponta para os prédios, e toda a cidade além da estação. Vai ver o fascínio dela pela Itália não é só a culinária.

— Já não esteve aqui antes?

— Só à trabalho.

Ela provavelmente não aproveitou a cidade porque estava ocupada demais matando pessoas. Não acredito que é essa mulher com quem vou me casar.

Seguro a mão dela, porque está tão alheia ao seu redor que seria terrível se algum carro a atropelasse.

— Quantos dias vamos ficar aqui?

— Um só — respondo. Só estou aqui pelo pedido. Ela me olha com tédio. — Que foi? Quer mais?

— Não vamos aproveitar a cidade inteira em um dia.

Por que eu fui ter essa ideia? Nem gosto de viajar. Estou fazendo isso por você, Elle.

Não retorno a resposta dela, e sei que ela odeia quando faço isso. Seguimos para o hotel. Me certifiquei que fosse o melhor hotel da cidade, não quero que meu dia com Eleanor seja atrapalhado por um mau atendimento.

Eleanor entra no quarto primeiro e se joga na cama, com um gemido exaustivo. Deixo a mala e fecho a porta.

— Você está bem? — pergunto, colocando as mãos nos bolsos.

Na mão direita, sinto a aliança e passo o dedo sobre ela. Será que eu devia pedir agora? Acabamos de chegar. Ela está meio nervosa e enjoada, talvez eu faça mais tarde. Ou amanhã, quem sabe. Acertar o humor de Eleanor é uma tarefa complicada.

Ela está olhando para o teto, com as mãos atrás da cabeça.

— Desacostumei com a maleta. Porra, odeio viajar pelo espaço — ela resmunga. Levanta da cama e segue em direção ao banheiro, me beijando no caminho — Vou tomar um banho. Me espera.

𝙼𝚎𝚗𝚝𝚒𝚛𝚊𝚜 𝚊̀  𝙿𝚊𝚛𝚝𝚎 - Cinco HargreevesOnde histórias criam vida. Descubra agora