𝙲𝙰𝙿𝙸́𝚃𝚄𝙻𝙾 37

1.5K 135 88
                                    

CAPÍTULO 37:
Breve estadia.


⊰◎⊱


— Eu não lembrava que eu odiava o cheiro desse lugar — sussurro para Cinco.

Estamos caminhando pelos corredores da ala Norte quando chamo a atenção dele. Sinto a mão de Cinco deslizar pelo meu braço, até chegar na minha mão. Ele a aperta enquanto caminhamos, e aparentemente ele está fazendo isso por ele. Então dou um apertãozinho também.

Gestora está há uns três metros a nossa frente, mas quando abre a boca, sua voz parece estar gritando no meu ouvido.

— Entrem!

Engulo minha antipatia e entro em sua sala com Cinco. Nos sentamos na frente da mesa dela, enquanto o barulho de seus saltos ficam mais próximos.

— Balinhas? — ela oferece, e logo se senta em sua cadeira extravagante. Ela tem a ousadia de deixar essa merda parecendo um trono. Cinco se atreve a pegar algumas balas, então dou um tapa na mão dele. — Onde paramos? Ah, em como Eleanor traçou seu próprio futuro.

— Com certeza não era assim que eu planejava.

— Então, Cinco, como gostaria que eu gerisse a logística da minha empresa para não mandar agentes de campo atrás de Eleanor? Devo lembrá-los que a senhorita Clifford quebrou o contrato? Ou melhor, falsificou o contrato.

Cinco aperta seus lábios, e eu não faço ideia de como vamos prosseguir essa negociação sem esganar essa mulher.

— Somos os melhores agentes que essa empresa já teve. Dois anos não irão fazer diferença aqui, nós sabemos, então por que você não pode apenas fazer vista grossa para esse assunto?

Gestora se inclina na mesa, fixando seus olhos no meu homem. Com certeza de um jeito que ela não faria com outra pessoa.

Porque são as regras. Eleanor sabia muito bem e estava consciente quando fez. Quando traiu você. Quando traiu essa empresa.

Odeio a forma que ela fala como se eu não estivesse aqui. E como tenta entrar na cabeça de Cinco para me ver como vilã novamente. Vejo as mãos de Cinco apertarem o próprio joelho, com tanta força que elas tremem. Seu rosto continua firme na indiferença.

— A história que você criou foi totalmente injusta. Quantos contratos são violados e os funcionários recebem uma multa, mas com ela, estão caçando até a morte. O que muda, dessa vez?

— Você. Eu só fiz o que você me pediu, querido. — Gestora coloca um cigarro na boca. Eu olho para Cinco, porque sei que ele, mesmo no auge da sua fúria, nunca pediria para me matar. — A sua… namoradinha que cuidava do caso.

— Podemos ter uma conversa profissional ou é difícil?

A raiva dele está começando a transbordar. Preciso interferir. Apoio minhas mãos na mesa e me inclino quando digo:

— O que estamos pedindo é uma trégua. Essa empresa deve isso a nós. Sem contar que sabemos de coisas que te tirariam dessa cadeira.

Como seria o voto popular para tirar a Gestora da presidência se descobrissem a verdade? Noventa por cento? Ela devia repensar.

— Vejo que você aprendeu como se joga, Eleanor — Gestora se recosta na cadeira, provavelmente para ocupar a maior parte dela enquanto ainda pode. — Mas não posso fazer isso. Sem chances.

— É claro que pode — Cinco a fuzila com o olhar, dizendo como uma ameaça. — Vamos assinar um acordo de paz. Vamos voltar para casa e seguir nossas vida. Tão simples.

𝙼𝚎𝚗𝚝𝚒𝚛𝚊𝚜 𝚊̀  𝙿𝚊𝚛𝚝𝚎 - Cinco HargreevesOnde histórias criam vida. Descubra agora