Meu Gracioso Rei!

Capítulo 17

Milena
(Castelo)

Havia se passado dois dias e Lawrence ainda não tinha enviado nem uma carta e caso tenha enviado provavelmente não terei mais acesso a elas. Eu e Kelly já estamos cheias de hematomas principalmente no pescoço, estamos magras não comìamos a um tempo, beber água era a única coisa que podíamos ingerir sem permissão, Abaddon nós torturava com um sorriso enorme de prazer principalmente quando ouvia nossos gritos de dor, tudo o que mais desejava era ver meus irmãos e Lawrence...

Já estava acordada novamente preparando a mesa de café mas dessa vez não consegui pegar nada escondido para comer. Abaddon começou a trazer mulheres de todos os tipos ruivas, loiras, morenas, negras entre outras, ouviasse gritos do quarto de Lawrence de fora do castelo, parecia que as garotas eram torturadas...

- Milena - Kelly fala Sussurrando.

- Oi - Susurro.

- Eu não aguento mais...

- Nem eu...

- Conversando em serviço! - Fala com frieza.

- Desculpe-me senhor - Nós duas nos curvamos.

- Melhor irem trabalhar! Ou vocês querem dormir na neve?! - Ele bate na mesa com força.

Ele pegou Kelly pelo braço arrastando ela pelos corredores. Apavorada corri atrás deles para tentar impedir de fazer alguma coisa com ela.

Abaddon jogou Kelly contra uma parede que continha algumas espadas, todas caíram em cima dela fazendo vários cortes pelo seu corpo. Corri para tentar ajudar ela mas fui impedida por um guarda de Abaddon.

- Leve essa para a floresta, e amarre com uma corrente de ferro - Ele não parava de olhar para Kelly com aqueles olhos frenéticos. - Não esqueça de jogar um balde de água nela - Riu.

- Sim, senhor! - O Guarda apertou ainda mais meu braço.

- Essa aqui eu cuido - Sorriu

O sorriso dele me deu enjoo não aguentava mais olhar para ele.

O guarda de arrastou pelos corredores, pegou uma corrente e seguiu para a floresta. Eu tentava me soltar dele mas sem sucesso ele era muito forte.

- Se você continuar irei te matar agora mesmo! - Fala frio.

O guarda me joga em uma árvore com tronco grande.

Ele amarrou minhas mãos na corrente de ferro e passou em volta da árvore, antes de jogar a água em mim, ele torceu meu tornozelo para que não podesse fugir. Eu gritava de dor, alguns pássaros se assustaram com o grito e saíram voando. O Guarda despejou a água em meu corpo e seguiu para o castelo. A água gelada queimava meu corpo inteiro, a dor intensa consumia meu corpo mal conseguia respirar direito...

Então, com tudo desmaiei...

[...]

Senti meu corpo dolorido e gelado mas ainda estava viva percebi que estava de noite a lua não brilhava muito menos as estrelas, um ambiente frio e doloroso.

Depois de muito esforço finalmente consegui me soltar das correntes que envolviam meus pulsos. Aos poucos fui levantando com apoio da árvore, com muita dificuldade consegui andar após três passos caí na neve devido a fraqueza e ao meu tornozelo.

Ouvi passos de cavalo cada vez mais perto. Um grito ecoou pela floresta com medo me arrastei de volta para a árvore.

- Senhorita Milena! - Grita.

Não era Lawrence, talvez um guarda.

- Senhorita Milena! - Gritou novamente.

Meu coração estava batendo muito rápido, o medo me consumia.

- Senhorita, cadê você? - O guarda grita.

O som havia parado não ouvia mais a voz do guarda nem o som dos passos do cavalo, um silêncio ensurdecedor mas não durou muito logo o suposto guarda voltou a me procurar.

Não queria responder ele, tinha medo de ser um guarda de Abaddon, por mas que eu quisesse não teria forças para gritar.

Havia fechado meus olhos sem perceber...

- Senhorita Milena... - A mesma voz ecoou baixa e preocupada - Kelly falou que você tinha sido amarrada na floresta... Lawrence pediu que entregasse uma carta para você...

Meus olhos se abriram devagarinho mas o medo consumia meu corpo. Senti uma mão quente em meu ombro.

- Senhorita vem comigo.

O guarda envolveu seu casaco no meu corpo.

- Pre...ciso...Law... - Com dificuldade tento falar.

- O Lawrence? Você quer ver ele? Senhorita? Não posso te levar até ele... Falarei que precisa velo - Fala preocupado.

Havia desmaiado novamente, mas senti ele me levando para algum lugar.

[...]

Senti meu corpo quente, as dores que sentia já não era tão fortes como antes. Ouvia o som de madeira queimando.

- Cuidem bem dela, o rei ordenou - A voz do suposto guarda estava mais fraca.

- Senhor, não quer beber alguma coisa? - Uma mulher fala.

- Agradeço mas não quero.

- E a garota, o que a gente faz? - A voz era masculina.

- Se algum guarda aparecer aqui esconda ela, o rei quer ela viva.

- E se eles conseguirem pegá-la? - A voz ficou abafada.

- Mandem uma carta... É a única coisa que podem fazer.

Pelo som a porta havia se fechado, me levantei da cama e fui a procura dos donos da casa.

Assim que saí do quarto que estava vejo um quadro de uma família bonita, brevemente Lawrence e eu estava naquele quadro mas não passava de uma ilusão.

- Mocinha? - Uma voz calma falou.

Olhei para onde veio a voz e vejo uma mulher morena, com cabelos grisalhos mas aparentava ser mais velha do que minha mãe.

- Venha comer, deve estar com muita fome - Sua voz era calma.

- Ah, sim - Vou para perto dela.

- Fiz um ensopado de cogumelos, você vai amar - Sorri sem mostrar os dentes.

- Senhora? Quem era o guarda? - Pergunto.

- Vamos cuidar de você primeiro depois respondemos suas perguntas, certo? - Fala pegando uma tigela.

- Não era um guarda, e sim um estafeta, nosso filho mais velho - O homem ao lado da mulher fala.

Na mesa estava dois homens, um aparentemente era marido dela o mesmo que respondeu minha pergunta e o outro provavelmente seu filho mais novo. Me sentei na mesa e fiquei brincando com meus dedos para me distrair dos olhares.

- Milena, o vosso rei ira vir logo talvez entorno da 3 a 4 dias.

Ela me entrega a tigela com o ensopado e começo a comer. Após comer tudo ela dispensa os homens e se senta na mesa.

- Gostou? - Pergunta.

- Estava muito bom senhora - Agradeço.

- Há mais alguém no castelo? - Ela segura minha mão.

- Sim... Uma amiga... Kelly.

Quando falei o nome de Kelly a mulher arregalou os olhos desacreditada com alguma coisa.