Capítulo 3

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Já era noite, as crianças dormiam profundamente em meu colo, enquanto acariciava seus cabelos castanhos. A noite estava linda para um dia tão infeliz... a lua seguia a carruagem, as estrelas brilhavam como nunca, os meus cabelo dançavam quando o ar fresco batia em meu rosto estava um ambiente agradável e minha imaginação fluía, mas meus pensamentos foram interrompidos.

- Coloca o rostinho para dentro da carruagem se não quiser ficar sem a cabeça! - Um dos guardas falou com a voz grossa e fria me deixando arrepiada.

Rapidamente coloquei meu rosto para dentro da carruagem e fechei a cortina, com medo do que o guarda possa fazer não fiz nem um barulho. Passou-se cerca de 10 minutos e comecei a ouvir barulhos estranhos de homens gritando e sons de corte; abri uma pequena brecha da cortina e vejo um corpo de um homem estirado no chão todo ensanguentado cheio de cortes de faca, com medo rapidamente tampo minha própria boca tentando não fazer barulho, eu senti meu corpo fraco, tremendo, arrepios por todo corpo, agarrei as crianças com o pouco de força que ainda me restava, quando um forte impacto balançou a carruagem me fazendo apertar mais ainda o braço das crianças, o que fez elas acordarem.

- Cadê o rei! - Um grito ecoo do lado de fora, com uma voz grossa e firme.

- Não está aqui... - alguém falou com a voz rouca.

- Quem está aqui dentro? Vamos fale! - Ordenou - Fale! Onde está o rei?!

A cada grito que o homem dava o meu coração batia mais rápido. As crianças começam a entrar em desespero então coloquei minha mão sobre a boca deles tentando evitar que começassem a gritar, Maya e David começaram a chorar me deixando com o coração mais apertado do que antes... Um dos homens começou a vir em direção a uma das portas da carruagem pelo som de seus paços, quando olhei para o rosto do indivíduo quase infartei, era um guarda do reino vizinho no qual estavam em guerra com vosso reino, aquilo não era bom...

- Peço que saía com as crianças do veículo senhorita. - Ele fala grosso porém gentil, de uma certa forma.

- Claro... - Com medo obedeci a ordem.

- Me acompanhe senhorita - Outro homem fala.

Segui com a vista baixa segurando firmemente as mãos das crianças, a história da minha vida começou a passar em minha cabeça, mas minha maior preocupação era meus irmãos... Eram as únicas pessoas em que me mantém viva a todo momento especialmente agora, com tudo o que acontecia ao meu redor ver os corpos dos guardas estirados no chão, alguns brutalmente feridos, começou a me causar tontura, enjoo e fraqueza, minhas pernas começaram a falhar a vista escurecer... a última coisa que escutei foi... Um grito.

- Milena!

Senti alguém segurar meu corpo.. uma mão pesada... com muitos...

Meu corpo estava quente fervendo, tremendo, havia desmaiado... ainda estava tonta e enjoada, estava fraca.

Ainda sentia o ar fresco, e o um balanço então deduzi que estava em uma carruagem abri um pouco meus olhos e percebi que havia dois homens ao meu lado, o homem a minha direita era branco com os cabelos loiros, olhos castanhos claros, aparentemente alto; O Homem que estava a minha esquerda, tinha os cabelos pretos, pele negra, olhos azuis também aparentava ser alto, ambos eram forte e tinham uma sigla cravada em seus pescoços infelizmente não consegui decifrar pois estava com a vista embasada, ainda estava meio desnorteada então de demorei a perceber a ausência dos meus irmãos.

- Onde estão meus irmãos! - Grito desesperada.

Eles se olham, e o homem que estava a minha direita sorriu de canto de boca.

- Estão mortos, quer ver? - Caí no chão da carruagem e as lágrimas escorriam pelo meu rosto sem parar.

- Fica calma... Os dois estão em outra carruagem - O homem que estava a minha esquerda me puxou pela cintura para o banco.

O homem que estava a minha direita caiu na gargalhada rindo da situação.

- Você acha mesmo que iríamos matar crianças?

- Não duvido de nada - Digo enquanto limpo as minhas lágrimas.

- Agora pare de brincadeiras e vamos focar no trabalho.

- Sim senhor! - Falou de um jeito sarcástico.

Fiquei quieta o caminho todo até chegarmos no castelo, eu só queria ver o rostinho das minhas pestinhas abraçar, apertar e morder, mas não podia ver eles... por algum motivo tinha que ver o rei primeiro. Assim que chegamos em frente ao castelo havia um chafariz lindo, um grande jardim cheio de rosas brancas e vermelhas, o castelo era enorme e graciosamente lindo, deslumbrante, havia bandeiras com a cor que representava o reino: Amarelo e preto, haviam muitas janelas no castelo, e no fundo do jardim avistei uma pequena capela bem antiga porém muito linda. Enquanto olhava maravilhada o castelo um dos guardas me puxou pelo braço com muita força o que me fez tropeçar caindo de cara no chão que era de pedras.

- Olha o que você fez com a menina, com essa estupidez! - Uma terceira pessoa fala - Tudo bem moça?

- Não... - tentei me levantar porém cai novamente.

Alguém me pegou no colo mas não consegui decifrar quem era já que o meu rosto estava cheio de sangue e mal conseguia abrir os olhos.

- Desculpe senhorita, só vamos poder tratar seus ferimentos depois que conversar com vossa majestade.

- Tudo bem - Não estava doendo tanto então não me importei.

O homem me deu um pedaço de pano para que pode-se limpar o sangue que escorria pelo meu rosto, logo me deixou na sala do rei para que possamos conversar o que ele tanto queria. Demorou muito para anunciarem sua entrada, mas não me importei, consegui raciocinar o que havia acontecido nesses últimos dias. Ele se sentou em sua mesa, arrumou alguns papéis que alí havia, após isso ficou olhando atentamente para mim.

Meu Gracioso Rei!Onde histórias criam vida. Descubra agora