Capítulo 2

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Hoje já era dia 15, eu estava arrumando as bolsas das crianças não havia muitas roupas, então coube tudo em uma só; logo em seguida fui fazer as minhas malas não demorou muito para acabar de fazê-las, então fui chamar as crianças para irmos no centro da cidade para tentar comprar algumas coisas para comer, pois naquele casa não havia mais nada além de poeira acumulada; era uma caminhada que durava cerca de 45 minutos caso fossemos a cavalo porém iríamos a pé que no caso duraria cerca 1 hora e 20 minutos então tínhamos que nós apressar, peguei um pouco de dinheiro que guardava e fomos rumo ao centro. Já tínhamos andado por mais ou menos 30 minutos, não estávamos nem na metade do caminho e eu já estava morta de cansaço, já as crianças estavam pulando e cantarolando o caminho todo confesso estava invejando toda essa energia que os dois tinham.

Conseguimos chegar antes do que o previsto no centro da cidade. Logo me dirigi a mercearia com a esperança de ter pelo menos dinheiro suficiente para metade de um pão.

- Milena.

- Oi, meu anjo.

- Por que... Por que somos obrigados a ir para o castelo? - Maya pergunta fazendo-me arregalaram os olhos.

Eu não conseguia encontrar as palavras certas para responder ela mas, David toma frente e reponde por mim.

- Por que o rei precisa de uma mãozinha nossa - Falou enquanto conduzia Maya para dentro da mercearia - Porque você acha que chamou logo a Milena?

- Não sei... - Maya fala um pouco confusa.

- A Milena é a melhor cozinheira desse reino, nós dois somos a prova disso, não somos?

- Verdade! - Ela fala com empolgação porém seu brilho vai sumindo aos poucos - E a gente?

Parece que até David não sabia mais explicar a situação de um jeito que ela não ficasse apavorada.

- Isso vai ser surpresa Maya, agora pare de fazer perguntas e vamos comprar as coisas necessárias para a viagem.

- Só mais uma... Por favor - Ela fala segurando a barra do meu vestido.

- Somente uma - Falo fazendo ela concordar com a cabeça.

- Por que nós que temos que pagar pela comida não o rei? Não é ele que quer nossa ajuda.

- Nem tudo são flores Maya... Nem tudo são flores.

Com essa conversa toda não tinha percebido que já estávamos dentro da mercearia, me dirigi para perto do balcão onde ficam os pães, peguei dois pães e um pouco de queijo, paguei as coisas e pedi que David fosse a uma pequena loja que vendia frutas e verduras que ficava um pouco longe da cidade então poucas pessoas íam na loja por isso o preço dos produtos ficavam mais baratos. Enquanto isso eu e Maya iríamos procurar um lugar para ficarmos pois o céu começou a escurecer dando o sinal que iria chover.

- Que tal perguntar para a Victória se podíamos passar uma noite em sua casa?

- Melhor não... Ela se casou e seu marido não aceita visitas em casa - Mentira, depois que se casou com um homem importante não falou mais comigo - Acho que podemos pedir para a Natália.

- Então vamos.

- Já sabe onde nós encontrar não é David?

- Sim, vejo vocês mais tarde - Nós despedimos e cada um foi para um lado da pequena vila.

Por sorte Natália nos abrigou em sua casa, para tentar recompensa-lá de alguma forma ajudei nas tarefas que faltavam para fazer em sua casa. Passou-se um tempo e David já tinha chegado com as frutas em suas mãos, por sorte Deivid não pegou chuva pois assim que chegou a chuva começou derrepente e a cada minuto ficava mais forte.

Eu e Natália fomos para seu quarto para colocar as novidades em dia.

- Fiquei sabendo que os guardas foram em sua casa... O que eles queriam com vocês? - Natália fala com cuidado.

- Meus pais venderam a gente... Por dívidas... - Falo triste e com uma dor no peito imensa.

Ela abre a boca mas não saí som algum. Rapidamente ela me abraça quando percebe que lágrimas escorriam pelo meu rosto.

- Por dívidas ... Natália, por dívidas. - Falo perplexa com a voz trêmula.

- Você é forte... As crianças já sabem de tudo?

- Não, parece que o David já sabe, já a Maya, sabe pouco sobre isso - Falo enquanto limpo as minhas lágrimas que ainda escorriam pelo meu rosto.

- Vai dormir Mili... Deixa que eu cuido dos seus irmãos hoje. - Ela joga uma coberta sobre meu corpo e saí do quarto.

- Obrigada por tudo.

Não demorou muito para pegar no sono, então dormi profundamente ali mesmo, pois estava morta de cansaço.

Já era manhã ou seja dia 16 o dia que iria pegar o caminho em direção ao castelo, não estava nem um pouco ansiosa para ir mas era isso ou estaríamos mortos, não queria isso para mim muito menos para meus irmãos.

- Bom dia Natália,bom dia meninos.

- Bom dia! - os três falam juntos.

- Sente-se, preparei uma torta de morangos com as crianças, você vai adorar.

- Está com uma cara ótima! - Falo passado a língua em meus lábios - Crianças vão se arrumando para irmos, enquanto isso eu vou comendo.

Eles saíram da cozinha e foram em direção ao quarto onde tinham dormido.

- Dormiu bem?

- Dormi... Tirando a parte que acordava assustada por conta da chuva.

- A carruagem vai te pegar que horas?

- Não sei, acho que daqui apouco, aliás temos que nós apressar.

- Vai com Deus... Me manda cartas por favor.

- Digo o mesmo para a senhorita - Digo fazendo cócegas nela.

- Ok - Ela fala entre risadas.

- Adeus...

- Não fala isso! Nada é impossível.

- Tchau.

- Até logo.

- Vamos Milena, já pegamos tudo!

- Se despede da Natália, David e Maya.

- Até Natália! - David e Maya falam ao mesmo tempo.

- Até meninos...

Após nós despidirmos fomos andando até a saída da cidade, mas percebi que havia muita pessoas olhando torto para nós e depois rindo, o aperto que meu coração já estava só aumentava, e Maya segurava minha mão mais forte do que antes, quando David percebeu os olhares ficou mais perto de mim, então seguimos em frente andando mais rápido pois não queria passar por uma tortura dessas ainda mais com meus irmãos alí.

Já tínhamos chegado em casa e a carruagem já estava na porta então subi rapidamente para pegar a bagagem. Entramos na carruagem e seguimos viagem.

Meu Gracioso Rei!Onde histórias criam vida. Descubra agora