Capítulo 59

150 10 2
                                    

(Pequena Cabana)

- Não seria fácil trazer-la de volta. - O medico fala franco.

- Não perguntei se seria fácil ou difícil mandei você cuidar da minha mulher! - Coloco minha mãos sobre a mesa e me inclino na direção ao médico - Alguém fez um atentado contra ela. Você deve saber de quem se trata não?!

- Na minha casa você não tem autoridade, então trate de abaixar esse tom de voz - Fala calmo. - Sei que está desesperado, mas é necessário calma - Ele começou a mexer em alguns papéis velhos que provavelmente continham remédio, percebi por conta dos frascos ilustrados. - Vamos lá majestade... Ela espumou?

- Sim... - Lembrei da cena e logo uma angústia tomou conta do meu corpo.

- Convulsões? - Ele parou de mexer em seus papéis e me olhou.

- Não sei... - Falo confuso.

— Interessante... — O médico parou por alguns minutos e ficou refletindo... Pensando profundamente.

— Eu só quero que minha mulher fique viva... É pedir muito?! Para que vivemos se só fazem o mal a nós... Nunca os vi fazendo um gentileza a alguém... É necessário algo em troca? Lhe dou o mundo se necessário... — Já estava ficando sem esperanças, a cada segundo que se passava menos Milena tinha sorte de sobreviver.

— O que o senhor está falando vossa majestade? — O médico me olhou como se eu estivesse delirando.

— Ele está falando de sua família... Ele já sabe quem fez isso com a senhorita Milena — Um dos guardas fala.

Ambos me olharam, o médico notou meu desespero mas apenas deu de costas.

— A vidente vai te ajudar. Não se preocupe a garota só adormeceu ela está viva. — Falou frio me empurrando para fora de sua cabana.

— E onde ela es... — Antes que qualquer palavra seja pronunciada ele fechou a porta em minha cara. — Vamos...

Volto para a carruagem.

Algo me dizia que Milena iria ficar bem mas minha consciência me impedia de me libertar da dor que é pensar nela...

Pedi para que me levassem para o parque. Onde dei meu primeiro beijo em Milena, e onde vi a tal vidente pela primeira vez.

Não foi difícil encontrar a tenda onde a suposta vidente estaria aliás a tenda estava bem chamativa. Antes de entrar na tenda pedi para que os guardas aguardassem do lado de fora. Ao entrar a vi sentada em uma cadeira consideravelmente confortável, em sua frente havia uma bola de cristal flutuante.

Ela sabia que iria vir...

A bola brilhava como as estrelas mas tinha tonalidades mistas uma azul igual o mar cristalino e um roxo não tão vibrante mas lindo, ambos tentando se misturar como se estivesse em pé de guerra.

— O senhor quer mesmo manter a garota viva não é? Admiro isso... Seu pai também era assim... Vocês são bem parecidos, ambos escolherão amar camponesas.

— Desculpa não estou entendendo... Eu só vim para a achar algo para que minha mulher melhore.

— Aqui... — Ela me entregou um frasco com um líquido transparente. — Ela ficará boa na mesma hora, fique tranquilo ela não vai morrer.

— Obrigada...

Olho para trás querendo ir embora mas ainda tinha algumas perguntas a fazer.

— Conheceu meu pai? Como sabe que somos parecidos? E como assim amar uma camponesa? Minha mãe não é uma camponesa...

— Melhor não saber meu querido.

Como sempre a vidente desapareceu e uma voz veio com um vento forte.

" A vida segue e eu sei que muitas vezes
ela não é um trem rápido
mas ela sempre segue adiante
então respira fundo
ajeita teu passo
enxuga teus dilúvios
porque a próxima curva te espera
e daqui de longe
eu já avisto
girassóis
lindos."

— Victor H. Machado

Melhor voltar para o castelo... Antes que seja tarde.

Meu Gracioso Rei!Onde histórias criam vida. Descubra agora