Capítulo 45

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Finalmente Lawrence me levou para ir ver minha amiga. Fazia um bom tempo que não nos víamos.

Já estávamos na estrada, a vista não era uma das melhores pelas lembranças... Aliás conheci Lawrence por causa de tudo isso então não me sinto tão mal pelos acontecidos. Estava tarde e um pouco nublado mas não me impedia de ver as coisas pelo caminho.

A estrada é muito esburacada com inúmera pedras que dificultam a passagem então com isso pode ser que a carruagem quebre no meio do caminho, com medo os cocheiros diminuíram a velocidade para que isso não aconteça. Ao lado da estrada á um rio bem calminho, infelizmente a água é barrenta, aparentemente cercada de argila provavelmente alguns artesão pegam argila aqui e depois levam para fazer alguns artesanatos.

De longe avistei alguns guardas, aparentemente fazendo o controle das pessoas que passam por alí. Provavelmente olhando para ver se ninguém leva escravos ilegalmente.

Olhei para Lawrence que lia um livro de poemas.

- Está lendo que tipo de poema? - Quebro o silêncio entre nós dois.

- Quer ouvir um? - Ele me pergunta procurando um poema.

- Conta aí - Me deito sobre seu ombro.

" Eu estaria mentindo se dissesse que você me deixa sem palavras a verdade é que você deixa minha língua tão fraca que ela esquece a língua que fala. "

- Rupi Kaur

- Eu concordo plenamente com esse poema - Lawrence fecha o livro. - Se eles pararem a gente não desce tá bom?

- Tá. - Respondo.

Os guardas apenas trocaram algumas palavras com os cocheiros e logo liberaram a carruagem. Lawrence agora ficou atento com os cocheiros a viajem toda. Para tentar quebrar o silêncio tentava puxar assunto mas ele não respondia com total atenção então descidi voltar minha atenção para a estrada, apesar da paisagem repetitiva estava bem mais interessante do que o silêncio aqui dentro.

Depois de algumas horas chegamos na casa de Natália.

Os cachorros da rua começaram a latir freneticamente querendo pular em cima de mim, e Lawrence, com medo me escondi atrás de Lawrence que por sinal parecia calmo.

- Milena?! - Uma voz feminina e cansada ecoo com surpresa.

Quando olho para trás vejo o rosto cansado de Natália. Ela parecia bem mais velha dês da última vez que á vi.

- Natáliaa! - Corro em sua direção.

O corpo da coitada estava fraco, tão fraco que era possível sentir seus ossos apenas de encosta meu corpo ao seu. Ela não era nem magra nem gorda mas também não tinha seus ossos tão espostos como agora. Seu rosto cansado não deixava sua felicidade transparecer...

- Esse é o tal rei? - Ela cochicha.

- Lawrence! - Chamo ele.

- Estou indo... - Ela não fala nada por alguns minutos - Milenaaaa! Me ajuda! Como que tira esse cachorro daqui?! - Choraminga.

Ao olhar para trás vejo ele fazendo carinho no cachorro. Por alguns segundos não entendi o motivo do desespero mas assim que ele para de fazer cafuné no cachorro entendo o porquê. Assim que Lawrence parava de fazer carinho o cachorro pulava em cima dele querendo mais carinho, confesso não consegui fazer nada além de rir.

Natália com dó foi ajudá-lo.

- Majestade acho que o pequeno te adotou - Ela coloca Lawrence para dentro do cercado de casa. - Melhor entrarmos.

- Quer um cachorro? - Lawrence fala encantado. - Eu só não recomendo fazer carinho nele... - Ele olha para sua mão que estava com uma mordida.

- Mejestade eu acho que o cachorro seria uma cadela - Natália encosta a porta.

- Como você sabe? - Ele se senta em um sofá todo remendado.

- Geralmente as pessoas só gostam de machos, dizem que as fêmeas são fracas de mais - Ela vai para a cozinha.

- Quer um? Se você não quiser tudo bem...

- Espero que ele não roube meu lugar na cama - Brinco.

- Majestade, você gostaria de um chá? Ou prefere café? - Ela põe sobre uma mesinha de madeira desgastada um prato com biscoitos.

- Café por favor. Aliás não precisa me chamar de majestade apenas Lawrence - Ele paga um biscoito. - Alguém comeu sua língua Milena?

- Não - Sorrio - Só estou refletindo...

- Você quer o cachorro né?! Eu sabia! - Brinca. - Vou pegar ela ou ele já volto.

Ele saí todo feliz.

- E você Milena como está?

- Bem - Ela se senta ao meu lado.

- Você continua a mesma - Sorri - Vocês se casaram? - Ela se serve com o biscoitos.

- Ainda não, a gente só namora. - Se ele me pedir em casamento eu caso - Sorrio sem perceber.

- Por que ela não quer! Eu já pedi - Lawrence chega cheio de pelo de cachorro.

- Meu Deus vossa Majestade! Você realmente vai levar o cachorro?! Ela está cheia de carrapato e doenças!

- Vou. Não quero nem saber eu peço para que meus empregados cuidem do cachorro. Eu vou levar de qualquer forma.

- Onde vocês vão dormir? - Pergunta.

- Provavelmente em algum hotel.

- Bem, vou deixar vocês a sós - Lawrence saí novamente da pequena casa de Natália.

- Nunca mais me enviou cartas... O que aconteceu?

- Eu só tinha direito a te enviar uma carta e depois eu não tive muito tempo para ficar escrevendo para você e nem mesmo para as crianças.

- Falando nelas onde estão? - Fala empolgada.

Ficamos conversando por horas até que Lawrence se cansou de ficar lá fora com seu novo bicho de estimação.

- Milena, vamos procurar algum lugar para dormir antes que escureça ainda mais - Fala bocejando.

- Vamos - Me levanto e sigo em sua direção.

- Infelizmente não chamo vocês para dormirem aqui por que não tenho onde colocá-los.

- Não precisa se encomodar Natália só vim aqui para te dar um oi mesmo. Quando estiver voltando eu passo aqui.

- Vou preparar aquela torta que você mais gosta. Milena... Você vai ir ver seus pais? - Ela pergunta com cautela.

- Provavelmente...

Nós despedirmos com muito abraços e logo fomos a procura de um local para dormir.

Meu Gracioso Rei!Onde histórias criam vida. Descubra agora