Nós ainda estávamos digerindo aquela nova informação de que o pai da nossa melhor amiga também era um dos grandes inimigos que teríamos de enfrentar.
Aquele lance de instinto de dragão, bem, Luminus também tinha me avisado sobre ele e me deu um resumo rápido, me disse pra confiar nele e prestar atenção no que tia Ellie dizia, agora entendo o por quê.
- Amy é filha de Azazel !? - Jason gritou, acho que os policiais devem ter escutado. - Mas então por que ele sequestraria a própria filha ?
A Sra. Grace ou melhor a tia Ellie parecia um pouco envergonhada.
- Meninos, eu era uma moça boba e me apaixonei por ele quando estava ferido, cuidei dele em segredo e o escondi dos Iscariotes com medo de eles fazerem mal a ele.
- Mas Elaine ele é um anjo rebelde, e pior é o líder dos caídos. Por que você o ajudou, devia tê-lo o dedurado aos Iscariotes ! - disse Edward.
- Sim eu devia ter feito isso. - ela disse com tristeza na voz. - Mas eu sempre me inspirei nos ensinamentos da igreja e Deus ensinou sempre a amar e ajudar a quem precisa por isso não tive coragem de deixá-lo naquele estado.
- Em qual estado ? - perguntei.
Ela me olhou com os olhos tristes, pareciam estar se enchendo de lágrimas outra vez.
- Ele caiu em uma emboscada armada por anjos e magos celestiais, tentou lutar mas foi quase inútil. Ele ficou gravemente ferido e quase morreu, mas eu o encontrei perto da igreja todo ensanguentado, sua casca estava como um cadáver saído de um ataque de lobos.
O levei para casa e usando minha magia curativa, o tratei e fiz com que rapidamente estivesse pronto pra voar novamente. - ela fez uma pausa colocando a mão no rosto como se doesse quando se lembrava disso. - Mas ele acabou sendo descoberto, os magos tentaram matá-lo outra vez e como eu o ajudei me consideraram como sua cúmplice e queriam acabar comigo. Ele me salvou e me tirou daquele lugar, acabamos nos aproximando mais e tivemos Amy, até o dia em que tudo mudou.
Percebi que ali era o limite dela, não podíamos continuar forçando-a se lembrar de tudo daquilo, eram coisas que concerteza já havia a prejudicado muito.
- Tia Ellie não se preocupe, nós iremos atrás deles e vamos trazer Amy de volta aos seus braços, tudo bem. - eu disse.
Ela veio e nos abraçou novamente, mas dessa vez não era a gente que estava sendo consolado, era ela.
Ela soltou e deu um beijo em nossas testas.
- Eu sei que vão, agradeço por vocês serem estes rapazes tão maravilhosos.
Ela nos soltou e foi até o seu closet em direção ao lugar onde guardava suas jóias, imaginei o que ela poderia estar procurando ali ?
Ela então voltou de lá carregando consigo um pequeno colar. Ficou admirando por uns segundos e após isso nos mostrou.Ele era bem simples na verdade, apenas um fino cordão de prata segurando uma pedra roxa, acho que era uma ametista, do mesmo tom roxo dos olhos de Amy, eu sentia que algo emanava daquela pedra mas não era ofensiva, apenas diferente.
- O que é isso ? - perguntei curioso.
Edward se aproximou e segurou a pedra.
- Uma chave de selo ? Em um cristal divergente ? - ele disse. - É isto que a mantém em estado mortal ?
Tia Ellie assentiu e depois disso segurou o cordão contra o peito.
- O feitiço que eu usei invocava as duas naturezas da criação, o mortal e imortal. Enquanto essa pedra existir, o feitiço estará seguro, mas se ela sequer se rachar correrá o risco dele se desmanchar por completo. - ela explicou. - Eu peço que levem isso com vocês, ajudará a manter o selo intacto. - ela nos disse isso estendendo a mão em nossa direção com o colar.
- Mas tia Ellie. - disse Jason. - Se ele é assim tão importante então deve ser mantido aqui em segurança, nós vamos em uma jornada perigosa e repleta de situações em que o risco é muito alto.
- Eu entendo, mas só que quanto mais longe a pedra estiver de Amy maior o perigo do selo perder a força e ele só pode ser lançado uma única vez, se isso acontecer nunca mais poderei criar outro. - ela explicou. - Por isso precisam levar com vocês assim menor será o risco de ela despertar.
- Ela tem razão meninos. - disse Alécia. - Esse tipo de feitiço requer um certo cuidado, mesmo estando em um cristal divergente.
- Sim, obrigado Alécia. - disse tia Ellie.
Jason estendeu a mão para pegar, mas eu fui mais rápido.
- Pode deixar comigo. - eu disse. - Você já está carregando aquela runa infernal e não sabemos se terá um efeito negativo no selo e acredito que isso não deva ser guardado em um baú de mago. Por isso eu levarei no pescoço mesmo.
Jason concordou e eu coloquei o colar por baixo da roupa para mantê-lo escondido.
- Bem acho que nossa último problema é como iremos ao inferno ? - perguntei. - A runa pode abrir uma passagem para lá ?
- Vocês tem uma runa infernal ? - perguntou tia Ellie. - Onde a conseguiram ?
- Mephisto nos entregou, quando foi até onde estávamos treinando avisar que fomos intimados pelo rei do inferno. - disse Jason.
- Runas infernais não abrem passagens para o Sheol apenas os guiam até onde ela foi vinculada. - disse tia Ellie.
- Sheol ? O que é isso ? - perguntei.
- Foi o primeiro nome que foi dado ao inferno. Foi batizado pela própria deusa Tehom, significa "Abismo". - tia Ellie explicou. - Mas talvez eu possa ajudar vocês com isso.
Me senti aliviado, nem havia parado pra pensar como nós iríamos entrar nos domínios do arcanjo sombrio.
- Bem levaria algum tempo para reunir os ingredientes para conjurar um feitiço, fora encontrar as palavras corretas para canalizar tudo. - disse Edward. - Mas como você irá conseguir ?
- Ainda tenho amigos da minha antiga vida, amigos em que posso confiar esta tarefa e que também me devem alguns favores. - ela disse.
Uau, tia Ellie tinha um passado bem interessante, quando resolvessemos isso teríamos uma longa conversa com ela.
- E quem seria esse seu amigo ? - perguntou Alécia. - Outro mago celestial ?
- Na verdade não. Eu o conheci em uma missão que realizei pelos Iscariotes quando visitei Jerusalém, um grande guerreiro querubim. - ela confessou.
- Espere eu pouco. - disse Edward. - Você é amiga de um querubim !!?
Ela deu um leve sorriso como se estivesse se lembrando de uma grande aventura que viveu.
- Ei ei ! Se esqueceram que não sabemos o que é esse tal de querubim ? - disse Jason.
Novamente esse nome, querubim. Me senti familiarizado com esse ele, provavelmente deveria fazer parte do meu passado esquecido. Deduzi que toda a vez que me sentisse familiarizado com alguma coisa mágica é porque ele devia ser parte do meu passado.
- Querubins são anjos. - respondeu Alécia. - Mas especificamente, uma casta que é formada pelos soldados que compõe as legiões dos céus. Sua função é zelar pela ordem, enfrentar ameaças e executar qualquer um que se oponha contra os planos de Deus.
Uau, eles pareciam ser seres bem poderosos, eu não imaginava que os anjos eram divididos nessas tais "Castas", mas se ele podia nos ajudar e tinha a confiança de tia Ellie então ele tinha a minha.
- Não é hora de ficarmos analisando amizades. Tia Ellie, ele pode ou não nos levar até inferno ? - perguntou Jason.
- Bem, somente até a os portões, mas aí a runa infernal lhes mostrariam o restante do caminho. - ela disse
- É o que eu precisava escutar. - disse Alécia. - É claro, Lúcifer não permitiria que chegassemos mais perto que isso, isso poderia gerar boatos sobre as defesas do inferno poderem estar enfraquecidas.
- E onde nós vamos encontrar esse anjo tão benevolente ? - Edward perguntou.
- Eu irei entrar em contato com ele e pedir pra os encontrar em uma igreja que vou lhes indicar onde fica.
Parecia que tudo estava dando certo.
- Tia Ellie. - disse. - Obrigado por tudo.
Ela se virou para mim e Jason e disse.
- Sou eu que devia agradecer a vocês por fazerem isso por mim e por Amy, ela tem sorte em ter vocês na vida dela. - ela disse com um sorriso.
- Elaine. - disse Alécia. - Escute, prometo que nós iremos fazer tudo que está ao nosso alcance para trazer sua filha de volta. Se Azazel a ama, então ele não fará mal a ela, tenho certeza disso.
- Eu agradeço Alécia. - ela disse se virando pra ela. - Sua reputação precede, sei que é uma guerreira muito poderosa e sempre cumpre suas promessas.
- Devemos ir então. - disse Edward. - O tempo no sheol passa diferente do que em haled, por isso não sabemos o quanto iremos demorar lá, então vamos nos apressar.
Tia Ellie enxugou mais uma vez uma lágrima se formando e se virou para nós.
- Escutem meninos, eu sei que o destino que carregam é muito desanimador e que irá os esgotar completamente. Mas saibam que todos os seus atos, sejam eles bons ou ruins, serão recompensados, por isso tenham fé. Acredito em sua força e ainda mais nos seus corações. - disse isso segurando nossas mãos e as acariciando. - Agora vocês devem ir, como Edward disse, o tempo passa de maneira diferente no sheol então não devem perder tempo.
Soltou nossas mãos e nos preparamos para sair.
- Meninos, vocês irão voltar da mesma maneira que vieram e quanto a nós, bem, iremos voltar também pelo mesmo jeito. Encontrem-nos naquele mesmo beco. - disse Edward.
Nós saímos e demos nosso último abraço de despedida à tia Ellie, saímos do apartamento repleto de policiais e em seguida pela porta da frente, tomamos o elevador e passamos pela portaria. Atravessamos a rua e fomos àquele mesmo beco onde fizemos o feitiço de troca de roupa rápida e voltamos a usar as roupas de mago e ficamos na encolha esperando por Edward e Alécia.
Jason começou a andar de um lado pro outro ansioso, eu sabia o que estava o incomodando.
- Nunca imaginei que Amy seria um anjo caído. - disse Jason depressivo. - Depois do que passamos com Samael sonhei que nunca mais chegaríamos perto de um.
Eu olhei pra ele preocupado, Jason havia ficado mais traumatizado do que eu naquele ataque. Meu medo era que esse trauma mudasse o que pensava sobre Amy.
- Amy não é como Samael. Ela é a nossa amiga ! E jamais faria mal a nós. Na verdade, acho que ela não seria capaz de fazer mal algum. - eu disse. - Assim como a gente, ela não escolheu nascer desse jeito, carregando esse fardo.
- Eu sei, me desculpa tá bom. Mas é que, anjos caídos foram o tema dos meus pesadelos durante anos e aí do nada eu descubro que alguém que eu considerava muito e que esteve comigo durante tanto tempo teve o mesmo par de asas negras. - ele estava aflito, tentando se expressar mas não estava conseguindo.
- Lembre-se que Amy ainda não pode ser chamada de anjo caído, seu poder está selado e enquanto mantivermos esse colar intacto ela continua não tendo essa maldição. Estamos entendidos ? - já disse isso sentindo um tom de raiva na minha voz.
Jason concordou, mas eu sabia que aquela ideia iria continuar a ressoar na cabeça dele, então precisávamos encerrar qualquer indício de dúvida o quanto antes. Eu botei a mão no peito e senti a ametista do colar, ainda emanava aquela energia, algo caloroso e tranquilo, imaginei se aquilo não devia ser todo o amor que a mãe de Amy tinha por ela quando lançou esse feitiço para protegê-la, ela havia sacrificado muita coisa em nome de Azazel e por ela, uma mulher tão forte moldada por um passado tão difícil.
Nisso Edward e Alécia chegaram por um portal, Alexia segurava um pedaço de papel com algo escrito nele.
- Devemos ir agora. Elaine contatou o anjo e pediu para que nos encontrasse neste lugar, aparentemente uma igreja, bem típico dos anjos. - ela disse. - Edward poderia fazer as honras ?
Ele concordou e sorriu e com um selo na palma de sua mão abriu mais um portal roxo e fomos em sua direção.
- Antes de irmos. - disse Edward. - Preciso dizer algo. Também foi uma bomba pra nós descobrir tudo isso sobre Amy e sua mãe, o passado que elas têm com Azazel é algo que concerteza não é fácil de lidar, por isso peço que entendam o lado dela quando forem pensar sobre esse assunto.
Nós concordamos e continuamos em direção ao portal e atravessamos. Quando chegamos ao outro lado, logo percebi a igreja em nossa frente. Nós verificamos que a igreja parecia estar vazia, Alécia fez uma varredura confirmando e então disse pra que fôssemos para a parte de trás da igreja onde havia uma espécie de jardim.
- Bem eu verifiquei, parece que a igreja está passando por algumas reformas e estará temporariamente fechada, o que nos garantiu um certo sigilo contra qualquer tipo de curioso. - disse Alécia.
Edward parecia estar preocupado, como se a ideia de receber a ajuda de um anjo não fosse uma boa coisa.
- Será que podemos confiar nesse anjo ? - ele disse. - Ainda mais sendo um querubim, eles são do tipo mais encrenqueiro.
- Sério ? Anjos são encrenqueiros ? Eu achava que eles eram do tipo paz e amor. - eu disse.
- Alguns são realmente, geralmente os serafins por serem grandes aristocratas. Mas também existem anjos cujo temperamento e personalidade não são muito amigáveis. Lúcifer e Azazel são exemplos vivos disso, não se esqueçam jamais. - Alécia respondeu.
- Quantas destas "castas" de anjos existem, afinal ? - Jason perguntou.
- Ao todo são sete, fora que ainda existe a dos arcanjos óbvio, é uma casta diferente de todas as outras, são mais fortes do qualquer outra casta e cada um deles lidera uma. - disse Alécia.
- Quem comanda os querubins ? - eu perguntei.
- Aquele que é dito como o mais forte de todos os anjos, o arcanjo Miguel. Dizem que acima dele só está o próprio Deus. - ela respondeu.
- Ahh esqueci de dizer uma coisa. - Edward falou. - A sua visão dragoniana lhes permite ver coisas sobrepostas ao véu espiritual que existe entre as três dimensões, como monstros escondidos ou espíritos, mas ela também lhes permite ver a verdadeira forma de um anjo ou de um demônio, eu peço que vocês evitem usar isso pois geralmente quando um anjo se apresenta ele vem na forma de sua casca, ou seja, para se disfarçarem em meio aos mortais.
Tá nisso eu concordo, eu acho que ia ser meio estranho um ser com duas enormes asas desfilar pelas ruas da cidade tentando se misturar pra não ser percebido.
- Além disso. - completou Alécia. - A aparência deles não é muito amigável, não são como aqueles bebezinhos gorduchos e alados que vocês vêem pintados em catedrais e igrejas.
A ideia estava começando a me apavorar.
Nisso comecei a ouvir um som estranho, parecia ser de um apito de trem, só que muito mais agudo, sério era muito agudo, acho que se eu estivesse com uma taça de vidro ela concerteza explodiria na minha mão. Aquilo começou a ficar desconfortável ao ponto dos meus ouvidos começarem a doer.
- Acho que é o nosso convidado de honra que está chegando. - Alécia disse isso com as mãos tapando os seus ouvidos e um pouco alto, provavelmente efeito daquele som.
- Ah eu detesto essa parte. - disse Edward repetindo o que Alécia fazia. - Está formando sua casca para nos encontrar.
Por algum motivo eu sei que parece estranho em meio à aquele apito infernal, eu estava escutando alguém falar, eu sei é loucura, a voz nem parecia humana na verdade era como se uma Águia tentando cantar no karaokê e as palavras que ele dizia não eram na nossa língua e mesmo assim eu compreendia algumas poucas coisas como "formar" ou "retribuir favor", como eu disse, parecia loucura.
Vi então uma luz, mas não vinha do céu e sim da nossa frente, como se um holofote super potente tivesse sido ligado e aos poucos ela foi diminuindo revelando membros como braços e pernas, um rosto surgiu e com ele o resto do corpo, que caiu com um joelho e um punho apoiados ao chão.
Bem, era um cara charmoso na verdade, cerca de trinta anos, cabelos um pouco longos e ondulados, pretos, tinha uma pele clara e um fino cavanhaque elegante e seus olhos eram azuis como os do céu num dia ensolarado. Usava uma calça jeans simples e tênis esportivos e uma camiseta dos Guns N' Roses.
Ele se levantou e sacudiu algo das roupas, será que no céu tem poeira ?
- Mas que maravilha, eu quase destruí minha camiseta favorita na formação. - queixou-se o anjo. - Se tivesse acontecido algo com ela eu não me perdoaria.
Tudo bem, eu não esperava por essa reação meio humana, eu imaginei que ele iria chegar num terno sei lá e diria "saudações eu sou um anjo do senhor e vim até aqui para lhes ajudar com sua missão, recebam a graça de Deus".
- Ahh com licença. - disse Edward levantando um dedo como uma criancinha quando pede pra ir ao banheiro na aula. - Você é o tal Querubim que Elaine nos enviou ?
Ele olhou para Edward e disse:
- Por acaso está vendo outro anjo por aqui nesse exato lugar onde foi combinado ? Acho que não, né ? - uau, essa foi uma atitude nada angelical. - Sim sou eu ceifador de Anúbis, e muito prazer amazona de Athena. Meu nome é Nathanael, vim a pedido de Elaine, infelizmente ainda devia um favor a ela por ter me livrado daquela maldição irritante.
- Obrigado. - disse Edward rangendo os dentes.
- Muito prazer Nathanael, sua ajuda será de grande importância. - disse Alécia.
- Sim é claro que ela será. Afinal de contas eu sou o "dom de Deus". - ele disse se gabando. - Serão só vocês quatro ? Mais ninguém ?
- Na viagem de ida, sim. - respondeu Alécia. - Na volta traremos mais.
- Entendo, bem Elaine lhes explicou que só posso levá-los e não buscá-los não é ? E além disso, só consigo posicioná-los até a entrada do primeiro círculo.
- Sim ela nos explicou essa parte. - Edward disse.
Espera a parte de ir até o começo da trilha sim, mas não ter volta ? Provavelmente deve tê-los avisado quando saímos de lá, concerteza para que não nos assustasse.
- E quem são esses garotos afinal ? - Nathanael perguntou.
- O de preto de chama Jason. - disse Alécia. - E aquele de branco se chama Dylan. Eles são os dragonianos dessa geração.
- Eles são o quê ? Eu não posso acreditar nisso ! - ele estava entusiasmado, veio sorrindo em nossa direção. - Há décadas que não os via, provavelmente não se lembram de mim, não é ?
- Bem foi mal cara. - Jason disse. - Ainda estamos recuperando algumas memórias das vidas passadas.
- Bem eu entendo. Nunca é fácil essa parte, mas se caso se lembrarem onde está um certo baú cheio de ouro, por favor me avisem. - ele disse e eu fiquei confuso.
- O que um anjo iria fazer com ouro ? - perguntei. - vai pagar pra trocar a cor das asas ?
Ele riu.
- Isso aí. - ele disse gargalhando. - Estava com saudade desse seu senso de humor ingênuo. Não é ouro mortal garoto, é ouro maldito, extraído do próprio inferno, é um ingrediente crucial na fabricação de armas ou amuletos. Vocês me ajudaram a roubar de um rei idiota porque estava causando a morte de várias pessoas em seu reino por atrair muitos demônios.
- Já que tocamos em assunto de senso de humor, eu queria te perguntar uma coisinha. - disse Jason. - Dá pra me explicar o por que de um anjo usar uma camiseta dos Guns N' Roses ?
Ele olhou pra Jason e depois para a camisa e deu um sorriso.
- E por que eu não a usaria ? - uma resposta rápida. - Eu amo essa banda, estive no primeiro show deles e sempre que posso vou a um só pra assistir de camarote. E esta camiseta foi uma das primeiras a serem criadas, guardo ela com muito carinho.
- Anjos gostam de rock ? - perguntei.
- Anjos gostam de muita coisa garoto, não é porque servimos ao criador que somos obrigados escutar apenas corais de igreja, me entende ? Devia ver quando tem um show do Elvis Presley lá em cima. - eu fiquei impressionado.
- Com licença Nathanael, mas será que você poderia abrir aquele portal pra nos enviar ao Sheol agora ? - disse Alécia. - Estamos com um pouco de pressa.
- Nossa foi mal aí. - ele veio em direção a Alécia e passou por ela, então estendeu os braços. - Não vai demorar muito, então podem esperar à vontade.
Alécia e Edward mantiveram uma distância de cerca de dez passos. Mas eu e Dylan ficamos ainda mais atrás vendo ele fazer aquilo, Jason se sentou na grama e eu continuei em pé.
À primeira vista Nathanael parecia ser um bom anjo, ao menos não tentou nos matar o que já me deixava bastante aliviado.
Mas bem lá no fundo havia algo que ainda estava me deixando curioso, então recorri a única pessoa, ou fera que podia me ajudar nessa.
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As Crônicas Dragonianas 1° A Prisão da Deusa
FantasyDylan e Jason eram garotos comuns que haviam acabado de se conhecer no colégio mas após ajudarem uma senhora eles descobrem que ela era na verdade um anjo caído que estava os caçando loucamente e sem entender a situação eles quase morrem por suas mã...