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V, Walkman E Cabeça De Cavalo
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ— 𝐇ey! VOCÊ AI EM CIMA!
A Kugisaki desviou o olhar do céu estrelado e procurou de onde vinha o grito e não tardou a notar uma pessoa na rua acenando freneticamente com os braços para cima, em sua direção.
— VOCÊ MESMA SENTADA NA VARANDA!
Mei estreitou os olhos, forçando sua visão, tentando enxergar a pessoa. Embora seu grau de miopia fosse pouco, a jovem tinha dificuldade de enxergar perfeitamente de longe, sua visão ficava levemente embaçada. Mas Mei conseguiu perceber que a pessoa usava uma calça jeans e uma blusa laranja e o cabelo preso em um rabo de cavalo com dreads.
— EU SEI QUE AS COISAS NÃO SÃO AS MELHORES POR AQUI, MAS SE MATAR NÃO É A SOLUÇÃO! AINDA TEMOS UMA CHANCE DE SAIR DAQUI MESMO QUE NÃO PAREÇA!
A jovem pesquisadora apenas observou a pessoa gritar com todo o folêgo que possuía em seus pulmões.
— VOCÊ NÃO DEVERIA DESISTIR AGORA!
Sem mais a acrescentar, a pessoa acenou para Mei e voltou para seu caminho inicial.
Mei observou a pessoa até perde-la de vista e voltou a observar o céu se lembrando mais uma vez da pintura de Van Gogh. Uma lágrima escorreu de seu olho direito, trilhando um caminho por sua bochecha. Por fim, Mei estilhaçou-se em um choro agonizante, liberando tudo que possuía em seu peito.
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤNos últimos sete dias que passaram-se, Mei permaneceu em um conflito interno consigo mesma acerca de sua ⸻ falha ⸻ tentativa de suicídio e sobre as falas da pessoa desconhecida daquela noite. Talvez aquela pessoa estivesse certa, e morrer naquele lugar que ainda permanecia um mistério para si não era uma das escolhas mais inteligentes a se fazer.
Quando anoiteceu, a Kugisaki alimentou-se (pelo sétimo dia) de macarrão instantâneo, que ainda possuía em seu estoque, e bebeu uma das garrafas de água. A jovem vestiu-se com sua roupa de academia ⸻ que acabou se tornando um "uniforme" para os jogos ⸻ e prendeu o cabelo em uma trança embutida. Após terminar de arrumar-se, saiu do prédio pedalando a bicicleta.
Em poucos minutos, enquanto rodava um dos bairros da cidade de Tóquio, Mei avistou um edifício brilhando em meio a escuridão. A jovem estacionou a bicicleta na rua e caminhou até o local.
Quando adentrou o prédio, os olhares dos demais jogadores presentes viraram-se para si. Ignorando os oito pares de olhos curiosos em sua direção, Mei alcançou um dos dispositivos eletrônicos na mesa e encostou-se em uma das paredes visualizando a rua escura. Seja qual fosse o jogo, a Kugisaki já não possuía forças o suficiente para analisar cada mínimo detalhe em sua volta buscando uma vantagem inicial, a partir daquele momento seria sua sorte que decidiria seu destino.
