Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
XIX, Caixa De Pandora ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤJogar xadrez com Chishiya havia se tornado o passatempo favorito de Mei no hospital ⸻ além de ouvir Kuina falar sobre suas coisas favoritas.
O silêncio confortável que eles ficavam submersos enquanto tinham sua concentração voltada ao tabuleiro e as peças pretas e brancas dispostas sobre ele, era algo que Mei valorizava em seus dias. Ela havia passado a parte feliz de sua infância com o objeto de vencer seu pai naquele jogo ⸻ algo que nunca aconteceu devido seu falecimento ⸻ e por muito tempo ela acreditou que não conseguiria jogar outra partida de xadrez pelo resto de sua vida. Mas agora ela tinha encontrado um oponente formidável.
Chishiya era um homem complexo aos olhos da Kugisaki.
Ele era calmo e reservado, falava apenas o necessário ⸻ mesmo que seus olhos falassem muito mais que suas palavras. Às vezes Chishiya tinha um olhar de superioridade e às vezes tinha um sorriso arrogante em seus lábios, mas era nítido ⸻ para Mei ⸻ que aqueles eram hábitos passados que ele parecia tentar mudar, mesmo que muitas das vezes fosse inevitável para si. Ele não era de falar muito, mas para Mei era fácil entrar em uma conversa aleatória com ele (embora não fosse uma situação recorrente), Shuntaro só não costumava falar muito sobre assuntos pessoais, sempre dando respostas vagas sobre os tópicos sobre sua vida.
Mei o achava estranho. Ele, de fato, era um homem estranho. Mas a verdadeira pergunta era: mas quem não é estranho?
As pessoas nascem em mundos diferentes, situações diferentes, enfrentam coisas diferentes, recebem oportunidades diferentes. Ninguém é criado da mesma forma. Eram todos estranhos que estranhavam outros estranhos.
Mas, surpreendentemente, Mei gostava da companhia de Chishiya.
Ela nunca chegava a uma resposta do porque gostava de passar o tempo com ele e sempre ficava envergonhada quando Kuina apontava tais fatos em voz alta com um sorriso malicioso.
Eles eram amigos. Talvez. Mei desejava que fossem…
Mei e Shuntaro não conversavam muito. Na realidade, não era preciso muitas palavras para se entenderem. Eles haviam tido quase que uma conexão instantânea na primeira vez que se falaram, era como se estivessem conectados, fadados a se encontrarem. Entretanto, aquilo não era um conto de fadas ou uma comédia romântica digna de cinema. A Kugisaki não poderia se deixar levar pelas ideias malucas de Kuina.
— Essa é a minha última partida com você. — Mei diz após dar um xeque-mate, acabando com o jogo.
Kugisaki e Chishiya estavam sentados no mesmo lugar de sempre. A jovem mulher, então, desviou seu olhar do tabuleiro e olhou para Chishiya, que mantia sua expressão neutra ⸻ nada fora do comum.
