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XXI, Almas Gêmeas
ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤㅤㅤㅤEra quase duas da manhã de um sábado quando Mei acordou. Ela havia saído para um bar, na sexta à noite, com suas amigas ⸻ Hikari, Ann e Usagi ⸻, para curtir o final de semana e havia voltado para casa por volta da meia noite. Contudo, devido ao álcool e o cansaço, ela havia apagado no sofá quando chegou em casa.
Mei se levantou sonolenta do sofá e caminhou para o banheiro, tirando a roupa que havia usado para sair e tomou um breve banho e colocou seu pijama para finalmente cair nas graças de Morpheus e dormir intensamente até o horário do almoço de sábado ⸻ o qual havia combinado que passaria com Chishiya.
Recentemente, ela havia começado a se encontrar com muito mais frequência com Chishiya, passando muito mais tempo juntos do que antes. Não era apenas jogar uma partida de xadrez em silêncio ou ir em um museu, eles faziam tudo quanto é tipo de programação que um casal faria, porém sem o título oficial de que eram um casal. Depois do beijo em seu apartamento, a relação dos dois parecia ter evoluído de nível ⸻ um nível esse que era desconhecido para si. Eles não falavam sobre o que haviam se tornado, se era algo sério ou sem compromisso, mas certamente havia algo ali. E durante o tempo que passavam juntos, Mei começou a perceber a mudança de seus sentimentos pelo médico ⸻ não era mais uma euphoria descontrolada, mas uma tranquilidade confortável. E era fato que embora tivessem pensamentos e gostos semelhantes, eles ainda tinham suas diferenças, mas Mei não encarava nada daquilo como ruim. Ela gostava de estar na presença de Chishiya, mesmo que ele não fosse um dos homens mais comunicativos que havia conhecido em sua vida. Talvez o tempo em silêncio que compartilhavam era mais reconfortante do que diálogos forçados.
Mei sabia que as palpitações descompassadas de seu coração não era algo para se ignorar, mas mesmo assim ela se sentia com medo em frente aos seus sentimentos ⸻ sentimentos esses tão intensos que ela nunca havia sentido nada igual.
Quando estava prestes a deitar na cama, seu celular fez um barulho, indicando que havia chegado uma mensagem.
Intrigada com quem poderia lhe mandar uma mensagem naquele horário da madrugada, Mei sentou na beirada da cama com o aparelho telefônico em suas mãos. Ela o desbloqueou e clicou no aplicativo de mensagem, vendo que havia sido Chishiya.
Curiosa com o que ele poderia querer dela de madrugada, ela abriu a conversa lendo a simples mensagem que dizia que ele estava esperando ela do lado de fora de seu prédio.
Confusa com a mensagem que Chishiya havia mandado, ela rapidamente apertou no botão de chamada de voz.
"Alô?" A voz de Chishiya do outro lado da linha saiu rouca.
— Shuntaro... o que você tá fazendo aqui? — Mei perguntou passando a mão pelo cabelo solto.
