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XV, Deus Não Me Deixa Morrer
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ𝐊ugisaki Mei já havia pensado na morte.
Não era um pensamento inédito ou passageiro. Certamente era algo melancólico e mórbido de se pensar, mas ao mesmo tempo era algo completamente mundano. Quando era mais jovem, mais ingênua, Mei não entendia o porquê da morte de alguém era algo tão triste ⸻ até porque todos estavam fadados à morte um dia, aquele destino não tinha escapatórias. Mei pensava assim até entender a dor do luto, até perder as pessoas mais importantes de sua vida, uma a uma, sem que ela pudesse ao menos se despedir apropriadamente.
Mas pensar na sua morte era algo completamente diferente do que pensar na morte de outros.
A propósito, Mei era a única que sabia o que passava em sua própria mente. Era a única vítima constante de seus pensamentos mórbidos. A única culpada de todos os seus próprios erros. E no fundo, bem lá no fundo, ela acreditava que talvez a morte fosse a sua única salvação. Mas mesmo acreditando que a única maneira de livrar-se de todo aquele sofrimento eterno, ela tinha medo. Tinha medo de não ser o suficiente para dar um fim em tudo.
Mas mesmo assim, havia algo dentro de si que a impedia de morrer, mesmo que aquele fosse seu desejo.
Sentindo uma dor insuportável em sua cintura e o cheiro metálico de sangue misturado com o cheiro salgado de suor, Mei abriu os olhos marejados de lágrimas enquanto soltava um grito agonizante. Chishiya tentou ignorar todos os sons dolorosos vindos de Mei enquanto tentava ser o mais ágil e cauteloso com o machucado que estava levemente infeccionado. O loiro viu suas mão tremerem levemente, o intrigando sobre suas próprias emoções no momento. Certamente ver Mei naquele estado o fazia sentir algo que nunca havia sentido em seus anos de carreira como médico. Ou talvez tudo aquilo fosse sua mente lhe pregando peças.
— Por que não me deixa morrer? — a voz de Mei saiu trêmula e rouca, quase engasgando em suas próprias lágrimas — Deveria ter me deixado morrer...
— E por quê eu faria isso? — Chishiya perguntou curioso.
— Porque já faz tempo que morri, você só está prolongando meu enterro...
— Por que acha isso? — perguntou novamente.
— Porque não há motivos para voltar para o mundo antigo, nunca houve. — um suspiro deixou os lábios secos e rachados de Mei — Demorei para aceitar isso, mas não faz sentido nenhum em continuar viva, não enquanto gasto meus dias tentando sobreviver sem um propósito, esperando a morte me buscar.
— Você não tem vontade de estar viva?
— Do que adianta estar viva, mas não se sentir viva? — Mei fechou novamente os olhos, tentando controlar sua respiração ofegante — Até mesmo minha colega de laboratório disse uma vez que eu estava desperdiçando minha vida.
