Capítulo 11 - Razão e sensibilidade

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Lee Know

Era muita coisa se passando na minha cabeça ao mesmo tempo e eu tinha certeza que não estava fazendo sentido para eles, fosse nas minhas palavras ou no meu comportamento. A tal altura do campeonato, eu já nem ao menos saberia dizer se não tinha dado abertura para Han perceber que eu tinha ciúmes de Hyunjin.

Eu estava uma bagunça, tinha apresentado o programa totalmente no automático e lutado internamente contra a vontade de chorar a cada minuto do relógio. Ter em mente que estávamos gravando quando deveríamos estar resguardando nosso tempo para pensar em quem tinha partido e desejar que fizesse uma boa passagem, me corrompia e me fazia sentir como se estivesse sujo por não ter respeitado o período que deveria ser dedicado à lembrança daquela pessoa que era querida para mim.

A maior parte dos meus gritos e demonstrações de fúria eram impulsionados por esse sentimento de ira e constrangimento, porém, uma pequena parcela era realmente direcionada tanto a Han quanto a Hyunjin. Primeiro, porque eles aparentavam estar bem e entrosados, como se nada tivesse acontecido; segundo, porque eles estavam juntos e eu não consegui compreender a natureza disso, pois fazia meses que eles não interagiam a fundo.

Não soara apenas estranho, como me parecera sugestivo e, na verdade, eu não sabia bem como lidar com um sentimento tão ambíguo, porque o ciúmes transitava de um para outro e eu não conseguia distinguir direito de qual eu sentia mais naquela hora.

Era por tudo isso que eu estava perdendo as estribeiras e beirando o auge do meu estresse, até que ele finalmente me consumiu por completo, a ponto de que nem as minhas pernas me sustentaram mais, pois eu não tinha força para continuar segurando tanto peso dentro de mim.

Após o meu desabamento, ambos os garotos tentaram me ajudar, mas, como de costume, Hyunjin quis se retirar do cenário pouco tempo depois, por se sentir acanhado toda vez que eu ficava próximo ao Han. E não era para menos, já que no passado tinha se sentido mal ao presenciar a nossa convivência como casal. Todavia, eu poderia estar sendo egoísta, mas eu não queria que ele fosse embora, eu não queria nenhum dos dois longe.

Quando pedi que ficasse, não consegui ter coragem de olhar em seus olhos, porque temi que estivesse exatamente com a mesma expressão da vez que decidira ir para casa com Yongbok ao invés de compartilhar o mesmo espaço em que Han e eu estávamos.

- É melhor vocês ficarem um pouco sozinhos - tentou argumentar Hyunjin.

- Por favor - pedi, ainda com os olhos no chão.

- Jagiya - disse Han delicadamente -, você quer conversar um pouco com Hyun? Eu não vou me importar, você pode ir com ele.

Eu sabia que Jisung não estava sendo sincero, mesmo que ele não soubesse sobre a traição, eu tinha certeza de que só estava me liberando da sua presença por gentileza e não por vontade própria, porque a voz dele se entristecia toda vez que se sentia negligenciado. Hannie não parecia perceber que o seu tom mudava, mas era bastante nítido para mim e eu me sentia culpado por ser a pessoa responsável por essa questão tão característica da sua personalidade.

- Hyunjin vai ficar - falei, insistindo como se eu pudesse tomar a decisão por ele.

Finalmente encarei os olhos de Hwang e eles estavam um tanto apreensivos, talvez o que eu estivesse pedindo fosse demais para ele, porque eu não podia fingir que não namorava Han, da mesma forma que fingia que não tinha nada com Hyunjin quando estava perto de Hannie.

Isoladamente, Hwang parecia conseguir passar um tempo ao lado de Jisung e quantas horas quisesse ao meu lado, mas não com os dois juntos, onde ele seria considerado a vela entre o casal.

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