Um Conto de Maio

Capítulo 33 - Juntando os cacos

Hyunjin

Assim que chegou quarta-feira, a empresa caiu com tudo em cima do grupo por conta de um comentário que Bang Chan havia feito durante uma live do Chan's Room. Na realidade, não havia nada de mais no que ele tinha falado, pois não era o primeiro membro de um grupo a reclamar da falta de educação de novatos da indústria que se abstinham de utilizar os termos de respeito ao se referir aos veteranos, Chan nem ao menos tinha citado nomes ao fazer essa queixa, mas como a carapuça deve ter servido em alguém, isso tomou uma proporção além do esperado e a JYPE o obrigou a se desculpar publicamente por dizer a verdade.

Como isso aconteceu muito cedo, não tive como prestar o suporte que gostaria para ele e esperava que Han estivesse conseguindo suprir Chan em questão de companhia e apoio, pois naquele mesmo dia, Felix, I.N e eu tínhamos a gravação de um programa da KBS.

Nós chegamos na locação com os corações apertados por conta daquela situação, mesmo que não tivesse sido diretamente com a gente, aquela aura de angústia pairava sobre as nossas cabeças como se também tivéssemos sido acusados injustamente. Todos nós havíamos pegado as dores de Bang Chan, pois aquela retratação era absurda, porém, se queríamos manter nossos contratos, não havia mais o que fazer quanto a isso, além de baixar a cabeça e aceitar, pois a JYPE não era nada flexível ou compreensível com os seus agenciados.

A produção nos separou durante as primeiras filmagens do programa, mantendo Yongbok na função de preparar uma refeição, enquanto Jeongin e eu montávamos um brinquedo, já que a atividade do dia seria cuidar e entreter um bebê de oito meses. Fiquei um tanto aliviado por não ter que gravar com Felix logo de cara, levando em consideração que nada tinha mudado entre nós até então.

Entretanto, até que as coisas acabaram se saindo melhor do que eu esperava, porque desde o momento que trouxeram a criança para interagir com a gente, foi como se os nossos ânimos tivessem se reacendido, pois só conseguíamos prestar atenção nela. Além de que, isso fez com que eu não me sentisse mais tão estranho perto de Lix, uma vez que não tínhamos escolha a não ser trabalhar juntos para que aquela missão fosse bem sucedida e o bebê não chorasse o tempo todo.

Yongbok parecia mais aberto com relação à minha presença do que eu com a dele, porque apesar de termos brincado e rido juntos, eu ainda não conseguia olhar nos seus olhos com facilidade.

Ao menos aquele programa serviu para distrair a nós três do peso das notícias daquela manhã e quando entramos no carro para voltar para nossas casas, nossos estados de espírito estavam renovados.

I.N se sentou primeiro no banco do passageiro, então Felix ficou no meio e eu acabei na outra ponta, pois a minha parada era antes da deles. Por mais que tivéssemos tido uma tarde leve e nos comunicado melhor dessa vez, eu ainda me sentia muito retraído ao lado dele sem as câmeras em volta, quando elas estavam em foco, eu poderia agir de forma mais descontraída, afinal, era o meu trabalho fazer isso, mas longe do encargo, a sensação era diferente e eu não tinha certeza se ele estaria realmente confortável em ficar tão próximo a mim.

Fiquei com o olhar baixo dentro do carro e por isso reparei no mesmo instante em que Lix pousou a mão sobre o meu joelho, dando uma mexidinha suave nele.

- Ei - chamou minha atenção -, você está bem?

Automaticamente olhei em seus olhos, sentindo que era a primeira vez que fazia isso por mais tempo do que me limitava atualmente e levei mais do que imaginava para responder aquela pergunta.

- Estou bem - falei, assentindo também com a cabeça.

- Foi divertido hoje, não foi? Eu estava precisando disso - confessou Yongbok.