Eu não entendo

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Boa leitura beberes ;)


O sabor agradável do vinho espalhava-se em sua boca atingindo todos os lugares necessários para degustá-lo, a massagem em seus pés a fez recostar-se mais contra a poltrona macia, a vista do SPA era indiscutivelmente bela e reconfortante, distante do cinza da cidade que possuía apenas um punhado de verde em comparação com a sua quantidade de arranha-céus.

Ainda assim, apesar da calma que refletia seu rosto, a massagem e o bom vinho aliado a bela paisagem, havia aquele borbulhar em sua mente, ultimamente ela estava sempre fervendo em torno de uma única coisa: sua segurança. Bem, não tão simplório dessa forma, uma vez que era em torno dos sentimentos que estavam se desenvolvendo gradativamente pela sua segurança, ela suspirou metodicamente.

Era irritante pensar sobre aquilo, era irritante que algo do gênero a estivesse ocorrendo, ela precisava de portas as quais pudesse abrir e atravessar, o SPA foi uma das primeiras delas, quem sabe se relaxasse..., entretanto, aquela porta a devolveu para seu ponto de partida, sua mente seguia irrequieta sobre como se sentia em relação a ela.

Bem, se fosse para se sentir daquela forma por alguém que não fosse ela mesma... pensou e olhou para fora novamente ponderando o que havia acabado de surgir em sua mente.

As coisas estavam atípicas entre ela e Liz, não havia conversa, era como se não fossem cúmplices, como se outrora não transassem, como se fossem de fato apenas patroa e segurança, a situação estava arruinando o humor de Lisa, odiava que aquela mulher pudesse descartá-la tão facilmente enquanto ela não conseguia parar de pensar nela.

Como quando sorria para alguém no shopping, ou como ria com Kim Jisoo, como quando se comunicava com seus professores, fosse de Pilates, ioga ou qualquer um dos outros, quando estava concentrada em algo que a estavam dizendo, a seriedade, como praticamente tudo, a caía tão bem, não menos importante sentia falta dos seus lábios encaixados nos seus, do seu corpo contra o dela, da cabeça escorada em seu peito ou de sentir a respiração dela na curva do seu pescoço, seu cheiro também era, infelizmente, agradavelmente característico e conviverem nas condições nas quais ela estavam o fazendo era, portanto, torturante.

— Sabe querido, eu estive pensando... — Jennie começou durante o jantar, Lisa estava apostos próxima, mas não exageradamente, da mesa, seu horário do jantar era após o da senhora Kaminski. — E se tivermos um filho? Talvez eu esteja pronta para sentir a felicidade do amor de ser uma mãe.

Otero franziu a testa surpreso com as palavras da esposa, Lisa não pôde conter a expressão de desgosto em seu rosto e não houve necessidade já que nenhum dos dois a estava olhando.

— Confesso que não tinha pensado dessa maneira, mas eu não estou interessado em ter filhos, seremos apenas eu e você meu amor, somos tudo o que precisamos. Eu sou tudo o que você precisa, você é tudo o que eu preciso.

Disse o homem com um meio sorriso trazendo uma expressão de ânimo no próprio rosto para não tratar do assunto da sua infertilidade e sentir parte da sua masculinidade perder-se no vão daquele assunto.

Quando Jennie se recolheu e Lisa a seguiu corredor adentro, a segurança sentia como se houvesse arame enroscado em sua garganta, todavia, eram apenas as palavras não ditas e elas transformaram-se num mar que inundou para fora de sua boca sem que ela tivesse controle a respeito.

— Qual é o seu problema? — Lisa perguntou-a a empurrando para dentro do quarto.

Jennie olhou-a abismada e puxou o próprio braço.

— Qual é o SEU problema? Eu sou sua patroa! Acha que tem direito de me tratar dessa forma?

— Você não vê o que está fazendo consigo mesma? Querendo findar raízes com um cara como ele?

That Mission • JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora