Capítulo 34 - De Volta Para Casa

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Sílvia Narrando

A semana passou bem rápido e hoje eu havia recebido alta hospitalar, eu estava muito feliz por finalmente ir embora pra casa, pois ficar no hospital era muito cansativo.

A Gabi ficou comigo a semana inteira, ela realmente é uma amiga maravilhosa. O Jorge veio aqui me visitar todos os dias da semana, mas eu me recusava a falar com ele, ainda não estava pronta pra perdoa-lo.

— Boa tarde Silvia, você está pronta pra ir pra casa? - o doutor Henrique disse, assim que entrou pela porta do quarto.

— Sim, não vejo a hora de chegar na minha casa e deitar na minha cama. - respondi, terminando de arrumar as bolsas que continham algumas roupas e kits de higiene que Gabi trouxe de casa pra mim quando acordei.

— Que bom, seu padrasto está aqui e sua amiga também. Vou autorizar a entrada deles pra eu passar alguns recados. - o doutor Henrique falou, chamando Jorge e Gabi que estavam no corredor.

Terminei de arrumar minhas coisas, fechei as bolsas e me sentei na cama pra escutar o que o doutor Henrique iria falar.

— Então Silvia, você está liberada pra ir pra casa, vou te passar alguns medicamentos que você terá que tomar por mais duas semanas. - eu assenti e ele me deu a receita com os medicamentos prescritos.

— Você também precisará continuar com a fisioterapia por pelo menos 1 mês. Sei que você está se sentindo bem, mas é necessário, você ficou duas semanas desacordada e ainda sente algumas dores no corpo, então você precisará manter esses cuidados por 1 mês... - O doutor Henrique me passou várias recomendações e finalmente me liberou pra ir embora.

— Vamos Gabi. - perguntei a ela, ignorando Jorge.

— Você não vai com a Gabi, você vai passar uns dias lá em casa. - Jorge falou, pegando minhas bolsas.

— O que? De jeito nenhum. Eu vou pra minha casa. - respondi brava.

— Amiga, eu e o Jorge conversamos e achamos melhor você ficar na casa dele por um tempo, pois o doutor Henrique disse que nesses primeiros 3 meses é melhor que você não fique sozinha e eu não consigo ficar na sua casa sempre. - Gabi falou.

— Não Gabi, eu não me importo, quero ir pra minha casa. - respondi.

— Silvia, deixa de ser teimosa, vão ser apenas 3 meses e eu ando muito ocupado na empresa, você não vai nem me encontrar em casa, mas lá vão ter vários funcionários a sua disposição, pelo menos você não estará sozinha. - Jorge falou.

— É amiga, você não precisa falar com Jorge se não quiser, mas fica lá por favor, eu não vou ficar despreocupada sabendo que você está sozinha na sua casa depois de um trauma desses. Sem falar que eu vou dormir lá com você sempre que eu puder. - Gabi insistiu.

— Tá bom, mas não quero saber de gracinhas pra cima de mim Jorge. - respondi olhando pra ele.

— Ok, senhorita. - falou num tom debochado.

Sai do hospital acompanhada de Jorge e da Gabi, entramos no carro com destino a casa de Jorge. Não achei uma boa ideia ficar na casa dele, mas eu tenho medo de passar mal sozinha em casa e na casa da Gabi não tem como eu ficar e também não posso pedir a ela que fique comigo o dia todo pois ela tem a vida dela.

— Jorge, você pode pedir ao motorista pra passar na minha casa, preciso pegar algumas coisas. - perguntei.

— Já passei lá e peguei todas as suas roupas e objetos pessoais. - Marcos respondeu seco.

— Hum. - falei indiferente. Não demorou muito pra chegamos na casa de Jorge. Já estava tudo preparado para a minha chegada, como se ele já soubesse que eu iria aceitar ficar na casa dele.

— Silvia, estou no meu quarto se precisar e também pode chamar qualquer um dos empregados se você se sentir mal ou precisar de algo. - Jorge falou, abrindo a porta do meu antigo quarto.

— Ok. - respondi seca, não queria dar muita liberdade pro Jorge.

— Gabi, não sei se você vai dormir aqui, mas se for dormir, sinta-se em casa. Boa noite pra vocês! - Jorge disse e se retirou do local, indo até seu quarto.

Avisei a Gabi que eu iria tomar um banho pra tirar o cheiro do hospital e que logo depois ela poderia tomar que eu emprestaria uma roupa pra ela, já que hoje ela iria dormir comigo. Entrei no chuveiro e deixei a água quente cair nas minhas costas. Vários momentos repassavam em minha mente me torturando, eu só conseguia sentir raiva de Jorge.

Fiquei ali pensando em como tudo poderia ser diferente se ele não tivesse desaparecido, eu jamais teria vindo até aqui procurá-lo e jamais teria me envolvido naquele acidente.

Sai do banho e vesti uma roupa confortável e me sentei na cama. Gabi rapidamente entrou no banheiro e tomou seu banho.

— Amiga, eu quero te falar uma coisa. - Gabi disse enquanto se aconchegava na cama deitada ao meu lado.

— O que foi? - perguntei curiosa.— Acho que estou afim do Bruno. - Gabi falou.

— Como assim? Que Bruno? - arregalei os olhos.

— O amigo do Jorge. Ele foi até o hospital algumas vezes dar um apoio ao Jorge enquanto você estava desacordada e aí a gente conversou algumas vezes e agora eu estou muito afim dele. - Gabi contava meio envergonhada.

— Nenhum deles presta, são todos farinha do mesmo saco, todos cafajestes. São bonitos, mas não valem nada, te digo por experiência própria. - disse me referindo a Jorge, Bruno e Ricardo, os três amigos que antes eram inseparáveis.

— Ah amiga, não tem problema, se ele quiser só comer, pra mim tá ótimo, pq eu só quero dar. - Gabi falou sem vergonha nenhuma e gargalhou.

— Meu Deus, sua safada. - eu ri muito do que ele tinha falado.

— Da um jeitinho de fazer ele me chamar pra sair, me aproximar mais dele, o que você acha?

— Sabia que ia sobrar pra mim. - ri. — Eu vou dar um jeitinho sim amiga, assim que eu encontrar com ele, vou dar um jeito dele te chamar pra sair. - respondi.

Fiquei ali conversando com a Gabi por horas, nesse meio tempo a gente pediu uma pizza, comeu e depois conversou mais e finalmente fomos dormir...

Continua...

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