O Imperador Yao e Seu Médico Humano

Capítulo 10 - Revelação

Qiang Yong teve finalmente uma boa noite de sono. Ele despertou com a primeira luz da manhã, sentindo a cabeça leve e os músculos relaxados. Ele não se lembrava bem de como foi para o quarto mas supôs que algum criado o tinha ajudado. Ele bebeu vinho demais. E também, no fundo, sentia-se tão estressado que acabou descontando tudo na bebida.

Curiosamente, não havia o menor sinal de ressaca. Ele riu consigo mesmo, de fato, ele era muito tolerante com bebidas fortes, não tinha nem como comparar com o qual tolerante o Dr. Su era. A verdade é que o médico bebia pouco com medo de não aguentar.
Qiang Yong espreguiçou-se e levantou para tomar um banho frio e vestir-se.

Hoje era o dia em que se veria livre daquele humano. E quando saberia finalmente qual o diagnóstico de sua mãe. O Imperador ainda se preocupava com a possibilidade de uma recidiva. Porém, depois de ver sua mãe melhor, Qiang Yong concluiu que se até mesmo a presença deste médico pudesse evitar que a Imperatriz Viúva adoecesse de novo, ele o manteria como refém para sempre!

Qiang Yong se assustou com este pensamento. Manter aquele humano prisioneiro contra sua própria vontade? Ele faria algo assim? Ele franziu a testa incomodado. Se a Imperatriz lhe pedisse algo assim, o que ele faria?
A figura esbelta e elegante de Su Ning parecia flutuar diante de seus olhos enquanto ele jogava água fria sobre o rosto. Que sensação estranha...

Ele tocou seus lábios de leve. Algumas lembranças surgiam vagas, eram resquícios de um sonho? Ele tinha procurado o médico na noite anterior, não foi? Havia algo de errado e Qiang Yong tinha percebido que o médico havia escondido algo grande e grave no fim das contas e queria tirar satisfação com ele no fim da festa.

O resto ele não se lembrava, mas restava uma sensação de queimação que subia do baixo abdômen até peito quando ele forçava a memória.
Ele... teve um sonho de primavera.
Qiang Yong se assustou. Sua mãe sempre que tinha alguma oportunidade lhe apresentava alguma beleza para tentar conquistá-lo, porém ele nunca sentiu nada por elas.

Mesmo que sentisse uma leve atração física ele não conseguia desenvolver nenhum laço de afeição ou desejo por essas candidatas. Por que agora ele estava apresentando esses sintomas? Na tarde anterior ele percebeu que sua mãe estava conversando sobre ele com o Dr. Su. Poderia ser que o problema fisiológico do qual falavam fosse algo sobre isso?

O dr. Su teria lhe ministrado algum afrodisíaco sem que ele percebesse?
Qiang Yong saiu do banho e meteu a cabeça na parede. Ah! Se for isso! Eu mato este médico! Ele colocou seu melhor traje, disposto a pegar o médico pelo pescoço de novo se comprovasse sua teoria. Enquanto andava ele sentia as memórias fluírem melhor, alguém o trouxe até o quarto na noite anterior mesmo, depois ele foi dormir e teve esse sonho estranho.

Parecia tão real... como se ele pudesse sentir ainda a pele fria daquele alguém sob seus dedos e o cheiro de ervas e pinho... Qiang Yong meteu a cabeça de novo na parede, assustando um servo que passava ao seu lado.
"MAJESTADE! O senhor está bem? Está com dor de cabeça?"
"N-não, não, pode ir! Continue seu caminho!" Ele gemeu.

De repente ele se lembrou do sonho. Ele sonhou que havia beijado aquele humano!!!!
P****!!! QUANDO A-NIANG ME PARECER COM ALGUMA PRETENDENTE EU VOU CASAR COM ELA NA HORA!!!!
O Imperador bateu a cabeça seguidas vezes até deixar um buraco na parede.

Sua aparência estava assustadora quando ele entrou no salão das refeições. De longe ele viu Su Ning e An Shu conversando baixo. Qian Young parou a distância. Ele percebeu algo de diferente em Su Ning. Algo que ele vinha procurando nestes últimos três dias. Ah Shu estava reportando algo importante, isso ele tinha certeza. Mas o olhar do médico era glacial.

Ele nunca tinha o visto com uma expressão tão dura e sombria antes... Nem mesmo durante o período em que lutou na guerra ele tinha visto alguém ter um olhar tão gélido assim. Ele tinha visto muitos olhares inflamados de ódio, mas nunca um assim. Que sentimento era esse? Não era ódio, não era raiva, o que ele estava sentindo naquele momento?