O Imperador Yao e Seu Médico Humano

Capítulo 14 - Acusações e Mais Acusações

Ren Shyu ficou paralisado na frente da porta. Logo Ren Loo, Qiang Ling e An Shu apareceram atrás dele, estupefatos.
"Mestre, o que houve, ela não conseguiu..." An Shu também perdeu a voz de tão perplexo com o cenário à sua frente.
No pequeno quarto havia uma yao, com orelhas parecidas com as de uma corça.  Seu corpo se mantinha em boa parte como na forma humana, restando apenas as patas traseiras como as de um animal. Ela estava se curvando inúmeras vezes diante de Su Ning, vermelha como uma pimenta, chorando e gritando ao mesmo tempo: " ME DESCULPE, ME DESCULPE, ME DESCULPEEE!!!"

O dr. Su estava caído contra a parede com sangue vertendo do nariz, ele parecia atordoado e então sorriu de repente.
"Ah! Veja só! Eu consegui tirar o espinho! Vamos agora limpar e desinfetar a ferida!" Ele disse e levantou-se um pouco cambaleante. Ele apertou o nariz quebrado e colocou-o no lugar com um pequeno estalo.

Em seguida bloqueou dois pontos de acupuntura em si mesmo, estancando o sangue. Sobre a mesa, o médico depositou  um espinho do tamanho da palma de sua mão.
Todos "............."
Corça: "ME DESCULPE DOUTOR! EU TENTEI ME SEGURAR MAS FAZIA CÓCEGAS DEMAIS!"

"Calma! Calma! Já passou, olha, já tiramos todos os espinhos, agora tudo ficará bem!" Su Ning tentou apaziguá-la mas não estava tenho muito sucesso.
O médico aproveitou e terminou o serviço como havia falado, enquanto o grupo ainda observava atônito.
"Eu sinto muito mesmo Dr. Eu não queria ter acertado o senhor..." A corça ainda choramingava ao se despedir sendo que Su Ning até já tinha limpado o sangue do rosto com um lenço para que ela não ficasse ainda mais chocada.

"Eu já disse que está tudo bem. Se sentir dor, tome a medicação que eu lhe prescrevi."
"Doutor, eu não trouxe dinheiro comigo, posso te pagar amanhã?"
Todos "........................."
"Ah, sim. Claro, são três moedas de cobre."
"Eu trarei seis para compensar o coice!"
"Não! Só traga o valor do tratamento! Não tem que compensar nada! Agora pode ir." Su Ning bufou levemente.

A corça agradeceu curvando-se várias vezes novamente e assumindo a forma original total, desapareceu correndo pelos pinheiros.
"Ah, eu falei para ela não ir correndo!" Su Ning gemeu, passando os dedos pelos cabelos soltos em tom de desaprovação. Então o médico voltou-se para a o grupo de visitas que havia voltado a sala principal.

"Desculpe o atraso. Demorou um pouco mais do que eu esperava. An Shu, você poderia trazer o chá, por favor?"
"Humm, doutor, o seu nariz... o senhor não vai tratar ele?" A cobra apontou preocupado.
"Eu já o tratei. Ela não me acertou em cheio, eu bloqueie uma parte do golpe.  Só vai ficar um pouco arroxeado e dolorido por uns dias."

"Seus pacientes costumam tentar te matar sempre assim?" Ren Loo riu.
"Ahh, algumas vezes sim." Su Ning riu. "Esta corça tem muita sensibilidade nas patas e toda vez que eu tocava os cascos ela sentia cócegas. Ela pisou em um arbusto espinhoso e tinha vários espinhos presos nas patas traseiras. Esse último era o mais profundo e estava mais difícil de tirar. Por sorte, com o impacto do coice ele saiu de uma vez só, sem quebrar."

"Hã, por sorte?" Ren Loo se segurou para não rir. Este humano é louco!
"Sim, se quebrasse dentro da pata eu teria que operar." Su Ning conclui enquanto An Shu trazia a bandeja com o chá. Ele passou a servir as xícaras.
"Dr. Su Ning, eu gostaria de te apresentar esta é a minha filha, Ren Loo e o meu neto, Ren Shyu." Qiang Ling apresentou os membros de sua pequena comitiva.

"É um prazer conhecê-los." Su Ning curvou-se em sinal de respeito.
"O prazer é meu doutor. Saiba que sou muito grata por você ter cuidado de minha mãe." Madame Ren deu um abraço carinhoso por trás dos ombros da Imperatriz.
"Dr. Su, seu nariz não está doendo mesmo? Você mão quer tomar um remédio?" A Imperatriz o questionou ainda muito preocupada com esta situação.