Capítulo 64 - Finalmente a Sós

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Qiang Yong retirou sua própria túnica externa para dá-la a Su Ning, mas uma das Orquídeas da casa apareceu correndo, trazendo uma para ele, de um cor branca em um tecido finíssimo e entregou respeitosamente para o médico. Su Ning foi então assediado pelo público, a situação que ele mais detestava do fundo de seu coração, que era chamar atenção.

Qiang Yong percebeu seu desagrado no sorriso forçado que sempre deixava seus grandes olhos fechados como dois traços de tinta. Su Ning odiava se destacar e aparecer. Na Seita, quando ele teve que aprender a dançar para poder aprender a disciplina do tal mestre fanático por artes, ele só dançou sob a condição que mais ninguém visse. Todos pensaram que ou ele era muito tímido ou dançava muito mal.

Ele também odiava quando faziam comparações como se ele fosse um modelo a ser seguido, com frases do tipo assim como Su Ning fez ou Su Ning, mostre como se faz.
Porém, com o dragão ao seu lado, está provação pareceu mais suportável. O Imperador se manteve ao seu lado e quando a bajulação estava demorando muito, ele intervinha, dizendo que a dança foi exaustiva, que ele já estava para se recolher.

É óbvio que isso foi mal interpretado, mas Qiang Yong não se importou com isso. Como Su Ning estava como acompanhante dele, não interessava se ele estivesse cansado ou não, o público estava ciente de como a noite deveria terminar. Assim, ninguém estranhou quando os dois se retiraram para o piso superior depois de ficarem algum tempo lá embaixo. Ren Loo até deu uma piscadela matreira para o irmão que ele retribuiu com indiferença.

Qiang Yong estava tranquilo até entrar com ele no quarto. De repente, o peso da situação finalmente caiu sobre sua cabeça. Os dois se encararam e abaixaram a cabeça ao mesmo tempo. O Imperador procurou o que dizer, mas o médico se adiantou.
"O efeito da fórmula logo deve acabar, eu vou tomar um banho rápido e me trocar."
"Hum... pode tomar um banho mais demorado, eu só vou esperar as pessoas irem embora e vou para o meu quarto." Qiang Yong disse, a voz saiu tão baixa que parecia ter sido dita para dentro.

Mesmo assim Su Ning compreendeu e se dirigiu para a sala ao lado, onde havia uma banheira onde as moças da casa haviam já deixado com a água aquecida. Ele retirou as roupas e as deixou dobradas sob a cadeira, depois entrou na água devagar, se acostumando com a temperatura.  Como ele mesmo havia dito, após o tempo da queima de um incenso, ele sentiu aos poucos crescer dentro da água e viu que havia voltado a sua forma original.

Ele suspirou satisfeito por ter calculado certo o tempo de ação da fórmula e relaxou enquanto seus músculos tensos e doloridos logo cederam ao calor. Ele encostou a cabeça na borda da tina de madeira e fechou os olhos suavemente. Ele pensou que precisava se exercitar mais, estava ficando muito sedentário para este tipo de atividade.

Antes disso, Qiang Yong observou sentado em sua cadeira a figura do médico se despindo pela tela de bambu, sentindo-se desconfortável. O biombo daquele lugar parecia propositadamente mais fino do que o normal. Ele mordeu os lábios e comentou, como que desinteressadamente: "Ce Rang tem sido uma espinha na garganta do imperador humano. Ele mantém a Seita mas não consegue controlá-lo."

Ele viu Su Ning se mexer um pouco na água. Ele começou a se sentir sonolento aspirando o vapor d'água, porém ouvir falar do mestre da Seita o despertou um pouco.
"Humm... Ce Rang é uma espinha na garganta de qualquer um." Ele deixou escapar sem pensar.
Qiang Yong percebeu que a voz de Su Ning estava masculina de novo e perguntou: "O efeito do remédio passou?"

"Sim." Ele respondeu languidamente. Ele não esperava ver Qiang Yong aparecendo de trás da tela de bambu e agachar-se ao lado da tina para olhá-lo frente a frente. A face de Su Ning já estava corada pelo vapor quente e ficou mais ruborizado com isso.
"Você o conhece bem. Ele tem sido uma espinha na sua garganta também? Se for, terei prazer em resolver isso para você." Qiang Yong disse com um leve sorriso.

O dragão aproveitou esta oportunidade para fazer um teste. Sutilmente ele liberou seus feromônios, a um nível baixo, para ver como o médico reagiria. Su Ning não compreendia bem o porquê mas o vapor da água parecia ter um cheiro muito agradável, até tranquilizante. Ele sentiu todo o corpo ficar entorpecido que ele se esqueceu até de responder a pergunta feita. Acho que já estou tempo demais na água... mas está tão bom...

"Então, Ce Rang tem te trazido problemas?" Ele ouviu a voz de Qiang Yong como se ela viesse de dentro de sua cabeça, parecendo mais grave e profunda do que o normal.
"Hu... ele que não tente nada..." Su Ning murmurou, sentindo a mente enevoada.  "Caso contrário falarei com o imperador para exilá-lo." Ele não percebeu o que estava dizendo, falando sem cuidado como se estivesse embriagado. 

Qiang Yong riu. Ele respondia bem aos feromônios, podendo até mesmo falar abertamente com ele. Ele havia descoberto uma forma de fazer essa pessoa ser sincera em suas palavras e parar de esconder segredos dele. As pálpebras do médico estavam levemente caídas, com gotículas de água presas aos cílios.
"Você se sente confortável com este cheiro?" Qiang Yong apoiou o rosto com uma das mãos e ficou admirando a expressão sonolenta do outro.

"É um cheiro bom... me lembra um tipo de flor que crescia perto da minha casa... eram brancas e pequenas, mas tinham esse cheiro. É muito reconfortante. "
"Que bom que você gosta." A voz parecia tão próxima. Su Ning lembrou que o imperador tinha algo para lhe falar antes.
"Você disse que tinha algo para falar comigo, o que é?"

"Oh! Você está tão curioso para saber?" Qiang Yong riu. Ele estava segurando uma mecha de cabelo úmido, pensativo. Então ele se aproximou do rosto do médico e sussurrou em seu ouvido: "Se você quer mesmo saber, darei uma dica do que é."
Su Ning sentiu um arrepio quando o hálito quente do dragão saiu do ouvido e desceu até a bochecha, passando a roçar a pele quente com os lábios. Era a mesma sensação que ser acariciado com uma pluma.

Os olhos de Su Ning se arregalaram um pouco com esta sensação, no entanto ele não conseguia reagir, como se não tivesse força alguma em seu corpo. Os lábios desceram da bochecha até encontrar a curva macia e úmida da boca dele. Com a ponta da língua Qiang Yong contornou a pequena abertura devagar, sondando. Ele fitou os olhos atordoados do médico, achando-os muito inocentes. Sob o efeito dos feromônios, ele estava impotente mas ainda plenamente consciente.

Qiang Yong então o segurou pela nuca e o puxou para si, chupando a boca com avidez. Su Ning pensou que ele estava bêbado como naquela segunda noite na fortaleza, pois sentia o hálito de álcool. Ele podia sentir até mesmo os resquícios do sabor frutado do vinho que Qiang Yong havia bebido.  Só podia ser isso. Por que este yao sempre que bebia se tornava um beijoqueiro?

Além disso, dessa vez, ele tomou a liberdade de com a mão livre, alisar as costas magras e esguias do médico, descendo perigosamente até a cintura esguia. Su Ning queria recuar, reagir, mas dormente como estava ele não teve escolha a não ser lutar para respirar. A boca dele havia sido invadida e sua língua sugada e mordida levemente.  Quando ele foi solto, sua respiração ainda estava ofegante e novamente ele foi subjugado por aquela boca insatisfeita.

O cheiro de antes parecia mais forte e quando ele deu por si ele já havia se  rendido, permitindo que aquelas mãos e lábios fizessem o que quisessem com ele. Seu coração estava batendo tão forte em seu peito que ele sentia como se as batidas pudessem ser ouvidas a distância. Ele estava perdendo os sentidos quando foi liberado dessa prisão. Qiang Yong sorriu e lambeu os lábios como se tivesse acabado de se lambuzar com um doce. "É sobre isso que eu quero falar com você."

Nota da Autora:

Isso, pode falar mais Qiang Yong. Sou toda ouvidos. Gostei, simples e direto.

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O Imperador Yao e Seu Médico HumanoOnde histórias criam vida. Descubra agora