POV Lauren
Fui arrastada para mais uma festinha mensal que Erica organizava. Estava frio e as garotas pareciam menos eufóricas. Veronica pegou minha mão e fui conduzida a um tronco de árvore caído, bem em frente à fogueira.
- Você não tem mais nada com a Camila, certo? - ela perguntou, pegando um pouco de vinho quente que estava numa garrafa térmica perto da fogueira.
- O quê? Você sabe que nunca tive nada com ela - eu afirmei, dando de ombros.
- Se você diz, então não vai se importar... - Vero se interrompeu para dar um bom gole em sua bebida.
- Me importar com o que? Seja mais direta, fazendo o favor.
- Eu vi a Ariana saindo do quarto dela ontem, no começo da noite. Olha, isso não quer dizer nada, mas como uma boa namorada, eu ficaria esperta.
- Que namorada, o que! Já disse que el não é nada além de minha amiga. - Tomei o copo descartável de sua mão e bebi todo seu conteúdo.
- Hey!
- Se ela quiser, ela pode ficar com Ariana ou com quantas quiser. Isso não é problema meu.
- Então você tem o mesmo direito - ela comentou.
- Lógico. Direitos iguais a todos.
- Então vem aqui.
Eu obedeci e ela me beijou. Não foi nada de mais, bem coisa de criança, mas ela gargalhou como se tivesse acabado de ouvir a melhor piada do mundo.
- Pensei que nunca faria isso. - Ela apertou minha bochecha e encheu outro copo para mim. - Saúde!
- Saúde. - Nossos copos se tocaram no brinde e então bebemos o líquido quase negro.
- Sempre soube que você não era hetero.
- Sempre soube que você algum dia abusaria da minha inocência.
- Não abusei de nada, você que precisa ficar mais esperta.
Balancei a cabeça e ela riu. Claro que ela não admitiria que se aproveitara do meu processamento mais lento.
- Certo, garotas, vocês precisam do relatório deste trabalho para amanhã - avisou a Sra. Marion, a professora de física. - Obrigada pela atenção. Tenham um bom dia.
Deixei a grande sala, acompanhada de Ally (como sempre), e nós fomos direto para o corredor dos armários.
- E aí, vai fazer o que hoje à tarde? - disse a baixinha enquanto guardava os livros no armário ao lado do meu.
- Não sei, sinceramente. Se Camila não inventar nada, acho que só vou ler - eu respondi rapidamente. - Por quê?
- A gente podia jogar uma partida de xadrez ou sei lá o que. Se você puder, passa lá no meu quarto que vou estar à espera.
Pisquei para e fui para o refeitório. Nem mesmo me dei o trabalho de procurar alguma companhia para meu almoço, pois ainda precisava deixar alguns livros na biblioteca.
Assim que deixei o local de refeições, trombei com alguma garota que acabou derrubando suas coisas. Pensei ter entregado tudo a ela, mas havia sobrado uma folha meio amarelada dobrada em quatro. Quando a chamei para devolver, já era tarde; ela já tinha corrido porta afora.
Eu sabia que não me interessava, mas o universo conspirava contra minhas forças e a curiosidade tomou conta. Sondei a área e entrei numa sala vazia antes de abrir o papel. Parecia um tipo de mapa, pois tinha o desenho de todo o perímetro do colégio e mais um pouco, além de uma pequena rosa dos ventos e até mesmo uma escala métrica no canto inferior direito. Havia uma legenda para as linhas coloridas sobre o mapa. Eram nomes de hidrocarbonetos e não fazia o mínimo sentido ter aquilo ali. Devia ser algum código. Fechei-o, e assim que deixei a sala, dei de cara com Camila.
- Hey, olha por onde anda, gatona! - reclamou ela, empurrando meu ombro.
- M-me desculpe - gaguejei em resposta, intimidada por seu tom de voz. Ela riu.
- Você sabe que eu to zoando. O que há? Que papel é esse? - Ela tomou-o de minhas mãos e eu não pude fazer nada para impedir. Abriu-o ali mesmo, mas depois olhou para mim e me puxou para dentro da sala da qual eu tinha acabado de sair. Ela o colocou sobre a mesa do professor e apontou para o grande "x" vermelho marcado no meio do bosque representado no mapa.
- Sabe o que é isso? Um mapa para um esconderijo. Me deparei com muitos desses quando eu tava lá fora. Sei reconhecer um de longe.
Ela proferia aquelas palavras de modo que fazia qualquer estudante da Francis Venture se sentir uma prisioneira. Quando eu tava lá fora.
- Sabe desvendar legendas? - eu murmurei e ela sorriu com malícia.
- Claro. Só precisaria de algumas horas, ou talvez dias. Veja: São hidrocarbonetos. Há números entre esses prefixos e sufixos. Deve ser algo ligado ao número de metros que precisamos percorrer para chegar ao "x".
- Olha, só queria que soubesse que não sou muito esperta com esse tipo de coisa...
- Tudo bem. Eu cuido disso. Sabe de algum lugar que possa tirar xerox sem que me façam muitas perguntas ou fiquem me observando?
- Acho que na biblioteca eles são bem tranquilos em relação aos xerox. Ninguém nunca me questionou muito sobre o que eu copio.
- Então ta ok. Eu vou passar lá e tirar uma xerox pra cada, e aí você devolve esse mapa pro lugar que você achou.
- Certo, mas...
- Só faça o que eu digo, ta? Vai dar tudo certo se o fizer.
Eu simplesmente assenti, sem saber o que fazer, e ela acenou para mim, escondendo o mapa debaixo de sua blusa e saindo da sala.
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ok, estou tendo um pequeno problema com a escolha das músicas, acho que já deu pra perceber... espero que não se importem hahaha
p.s.: gente, eu comecei uma adaptação de um filme que eu gosto muito, "patrik, age 1.5", e é no estilo de uma frase por capítulo. então, se quiserem ler, já está disponível no meu perfil.
obrigada pela atenção, se alguém chegar a ler isso.
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PopRocks And Coke (Camren)
Fiksi PenggemarUma menina doce e reservada é enviada para um colégio interno. Ela só não imaginava que a partir dali sua vida tomaria um novo rumo... Essa mudança viria com a chegada de uma morena com intensos olhos castanhos. A chegada de alguém na sua vida pode...