"Got the gun in my hand and I point it straight to the target and I'm gonna blow my brains..."
Eu tinha terminado meu treino de softball e tomara uma breve ducha antes de visitar Camila. Eu estava com um peso na consciência por ter sido tão grosseira no outro dia, e também queria explicar meu lado da história, meus motivos para me esquivar da situação e tal.
Ela havia me dado sua chave reserva, então entrei sem nem mesmo avisar. Notei que a porta do banheiro estava encostada, por isso resolvi me sentar em sua cama e esperar que ela saísse.
Passaram-se 10, 15 minutos, e Camila ainda não tinha deixado o banheiro. Aquilo já estava me preocupando. Fui devagar até a porta semicerrada e empurrei um pouquinho mais para poder enxergar algo.
Ela estava nua deitada debaixo de um cobertor de água na banheira, os cabelos presos num coque frouxo e sua cabeça jogada para trás. Seus olhos estavam fechados e seu lábio inferior preso entre os dentes. Ela gemia baixinho, movendo os dedos em suas partes baixas, num movimento de fricção circular contínuo. Sua mão livre descia pelos seios rígidos e pela barriga lisa debaixo d'água. Eu me sentia estranha assistindo àquela cena e sabia que devia sair, mas simplesmente não conseguia tirar os olhos de sua dança.
Por um momento, eu queria ser aqueles dedos.
O que diabos eu estava pensando?
Conforme ela chegava a seu ápice, sua respiração ficava mais rápida e pesada, seus olhos se apertavam mais e sua boca formava um perfeito "O". Tudo estava indo bem, até ela decidir, por algum motivo, abrir os olhos e soltar um grito, jogando o sabonete em barra em minha direção. Eu caí para trás, fechando a porta em seguida.
- Quem está aí? - ela berrou de dentro do banheiro e ouvi que saía da água. Tentei me levantar o mais rápido possível para poder sair correndo, mas como o universo conspirava contra mim, bati minha cabeça na estante de Normani e derrubei alguns objetos que estavam sobre ela, como uma miniatura de uma bailarina com tutu e sua pequena coleção de livros.
Eu não me lembrava a ordem dos livros, portanto, eu simplesmente os coloquei de volta na estante e tentei deixar a bailarina na posição inicial. Quando obtive um resultado razoável, alisei a blusa e
me apressei para sair do quarto, mas foi exatamente o instante que Camila também saiu do banheiro, enrolada numa toalha.
- Parada aí - ela mandou e eu não tive opção se não fazer o que ela dizia. - Lauren, eu sei que era você.
- E-eu... Hmm, eu só... - tentei explicar minha situação, envergonhada demais para me virar e formular uma frase inteligível.
Senti a latina se aproximar de mim e passar um braço para fechar a porta do quarto. Ela me virou devagar para ficar de frente para ela. Eu esperava de tudo, menos que ela chegasse mais perto de mim e sussurrasse "Você é uma pervertida" em meu ouvido, fazendo eu me arrepiar inteira. Camila e sua mania de provocar com sussurros. Depois ela se virou e escorregou a toalha, sem se dar ao trabalho de pegá-la do chão. Ela desfilou despida e de costas para mim até o armário para escolher uma roupa.
Ela me lembrava a primeira e única vez que eu assistira um vídeo pornográfico com meu ex-namorado, Paul. Ele tinha insistido tanto que eu acabara cedendo. Na verdade, suas intenções iam muito além de apenas me mostrar um cara sarado metendo em uma garota aparentemente muito mais nova do que ele. Nem me preocupei, porque nós não faríamos mesmo.
- Já não é a primeira vez, né? - Camila interrompeu meus pensamentos.
- Sim - eu admiti, ainda mais envergonhada do eu já estava. - Juro que da próxima vez, eu bato na porta.
- Eu faço essas coisas à tarde, que é quando tem menos movimento por aí, e por acaso você vem justamente nessa hora. É só isso que tenho a dizer.
- Me desculpa, sério.
- Ta tudo bem. Mas e aí, o que achou da minha performance? - ela indagou, enchendo duas xícaras de chá (???) de alguma substância amadeirada. - Já posso virar pornstar?
- Devo responder? - eu disse baixinho e ela revirou os olhos.
- Para onde foi o seu humor, mulher? Tudo bem, tome. - Ela me estendeu uma das xícaras, mas eu não sabia se deveria aceitar.
- Quero ficar sóbria. - Eu cruzei os braços e encostei na parede mais próxima.
- É só seu chá hipster! Roubei um pouco do final do corredor, juro.
- Não sei se posso confiar em você.
- Qual é, não sabia que seu chazinho deixava pessoas bêbadas. É por isso que você bebe essa coisa?
Eu a fuzilei com os olhos e tomei a xícara de sua mão. Bebi tudo de uma só vez. O líquido queimou meu esôfago, mas não era por conter álcool; era porque estava muito quente.
- Viu? Eu to de boa. - Entreguei-lhe o objeto branco de cerâmica e sorri amarelo, fingindo não estar sentindo a dor em meu peito depois daquele shot de chá de camomila.
- Seu esôfago está bem? - ela questionou, realmente preocupada e quase como lendo meus pensamentos. - Esse chá estava fervendo.
- Está tudo bem. Doeu um pouco no começo, mas agora já passou.
- Ok. E então, por que veio aqui?
- Eu queria me desculpar pela grosseira de quando você queria me levar para o meu lago. Eu só não quero me meter com drogas.
- Ta certo, eu também pensei sobre isso. Não precisa usar os laranjinhas e azuizinhos, estou pensando em revender ou tentar pedir meu dinheiro de volta. Mas maconha não vai fazer mal. Vamos ficar com ela e a vodka, por favor.
- Ta legal. Mas você vai precisar se livrar das outras o mais rápido possível.
- Ok, isso não é problema.
Ela pegou a caixa de papelão de dentro do armário e tirou todos os saquinhos coloridos, excetos os verdes. Tudo na minha frente para eu ver que não estava mentindo.
- Hoje vou ligar pro Col vir buscar essas coisas e devolver meu dinheiro - ela disse, separando apenas um de cada cor para si.
- E você acha que ele vai aceitar a devolução? - eu interroguei, fazendo-a rir alto.
- Não acho, tenho certeza. - Ela sorriu para si mesma e eu não sabia o motivo daquilo. - Mas vamos precisar arranjar mais o que fazer.
- Hmm, tenho uma ideia - comentei, distraída, e observei seu rosto expressar confusão e curiosidade ao mesmo tempo. - Que tal nos prepararmos para a faculdade e fazermos uma competição de quem faz todas as leituras adicionais de filosofia primeiro?
- Para, Lauren! Você não tem vida! Aliás, tive uma ideia melhor. Já leu o Manual da Aluna?
- O quê? Ninguém lê essa merda. Por quê? Quer apostar quem lê primeiro? Admita que minha ideia foi melhor que a sua.
- Você deveria ler. Vamos precisar disso alguma hora.
E com isso ela deixou o quarto. Tentei entender o que ela queria dizer com "vamos precisar disso alguma hora". Eu vivia naquele "infernato" há anos e nunca precisei nem tirar o manual do plástico de proteção. Rolei os olhos pelo quarto e avistei o pequeno livro verde sobre a escrivaninha da Cabello. Por um segundo, eu hesitei. Será que eu devia mesmo ler aquilo? Quer dizer, Camila era um imã de coisas ruins. Desde que começamos a andar juntas, eu só me ferrava. Tinha me envolvido com bebida, droga, celular e até com ela mesma. Mas agora também tanto fazia. Eu já estava dentro. Saltei da cama e comecei a folhear o Manual da Aluna. Estava sem livro para ler no momento mesmo.
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quebrando tabus ( ͡° ͜ʖ ͡°)
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PopRocks And Coke (Camren)
Fiksi PenggemarUma menina doce e reservada é enviada para um colégio interno. Ela só não imaginava que a partir dali sua vida tomaria um novo rumo... Essa mudança viria com a chegada de uma morena com intensos olhos castanhos. A chegada de alguém na sua vida pode...