Capítulo 14

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Nos dias que se seguiram ao funeral de Pansy, Draco fez um esforço para se aventurar nas áreas comuns da sede com mais frequência. A cada vez, entretanto, ele notava que a atmosfera calorosa e receptiva em relação a ele havia se tornado um pouco... fria. Vários membros da Ordem voltaram a olhar carrancudo para ele quando ele passou. Alguns lhe ofereciam sorrisos débeis, mas contornavam-no como se temessem que ele pudesse explodir. Na hora das refeições, as pessoas conversavam educadamente perto dele, mas Draco notou que raramente faziam um esforço para incluí-lo na conversa.

"Eles têm medo de você," Granger explicou na noite de sábado enquanto eles se sentavam juntos na sala de estar.

"Medo de mim?" Draco zombou. "Por que?"

Granger se mexeu desconfortavelmente no sofá. "Houve rumores – rumores que fiz todas as tentativas para esmagar, veja bem – de que você pode ter algo a ver com o ataque dos Comensais da Morte."

"O que?" Draco hesitou, seus dedos cavando nos braços da cadeira em que ele estava sentado. "Eles acham que eu sou um espião?"

Granger limpou a garganta, desviando os olhos. "Aparentemente."

"Baseado em que evidência? O fato de que quase morri há alguns meses? Ou o fato de que eles quase arrancaram meu braço no início desta semana?"

Ela mordeu o interior de sua bochecha nervosamente. "As pessoas estão apenas tentando entender o fato de que nosso esconderijo foi comprometido. Se Pansy fosse a espiã, eles não a teriam matado, e você era o único outro ali."

"Isso é ridículo! Eu... você sabe que eu não... eu não..."

"Eu sei," Granger disse seriamente. "Ninguém com qualquer poder real na Ordem suspeita de você, se isso faz você se sentir melhor. Kingsley e Harry sabem que você é leal."

Draco se deixou cair contra o espaldar da cadeira com um suspiro. "Não sei como provar para as pessoas que não traí o esconderijo. Alguém poderia pensar que o fato de os Comensais da Morte parecerem especialmente interessados em me assassinar seria prova suficiente."

"Alguém poderia pensar," Granger murmurou com uma inclinação pensativa de sua cabeça. "Apenas continue fazendo as coisas certas. Vai acontecer."

O sono o iludiu naquela noite. Entre seus pesadelos de Pansy e pensamentos ansiosos de membros da Ordem suspeitando dele como um espião, ele se jogou e virou por horas antes de desistir e descer para beber. Ele presumiu que ninguém estaria lá para encará-lo quase às quatro da manhã, mas não esperava encontrar Charlie Weasley sentado no escuro bebendo firewhisky direto da garrafa.

O homem ruivo ergueu os olhos quando Draco acendeu a luz e entrou. Ele parecia terrível. Seu cabelo ruivo estava oleoso e desgrenhado e seu rosto estava terrivelmente pálido, exceto pelas olheiras roxas sob os olhos.

Draco deve ter parecido assustador também, porque Charlie convocou um copo e serviu um pouco de uísque para ele sem nem mesmo falar antes de levar a garrafa de volta aos lábios.

Draco sentou-se e tomou um gole saudável, deixando a bebida ardente entorpecer sua mente perturbada. Ele se perguntou quanto Charlie tinha bebido. Muito, pelo que parecia. Talvez ele devesse tirar a garrafa dele.

"Não consegue dormir?" A voz de Charlie era baixa e rouca. Seus olhos estavam um tanto desfocados na mesa diante dele, e ele estava balançando ligeiramente em sua cadeira.

"Não," Draco interrompeu, terminando seu copo e estendendo-o para encher novamente. Charlie obedeceu, o uísque espirrando levemente sobre a mesa enquanto ele o servia com as mãos trêmulas.

Dragon In The Dark | Dramione | Tradução PT-BROnde histórias criam vida. Descubra agora