Capítulo 15

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O quartel-general estava tão quieto quanto ele havia deixado quando Draco se esgueirou pela porta da frente e tirou as luvas. Havia uma escuridão pesada, terrível e recém-descoberta que se aninhou em seu coração. Quanto mais ele se aproximava de seu quarto - descendo o corredor, subindo as escadas - mais pesada e terrível se tornava a escuridão. Estava atacando-o de dentro para fora com uma imagem singular: o rosto de William, para sempre congelado em seu momento final, medroso, frio, morto...

Quando chegou ao último degrau, a escuridão ameaçou dominá-lo. Seu estômago deu uma guinada desagradável e ele correu para o banheiro mais próximo para vomitar no banheiro. Enquanto seu estômago se esvaziava, Draco desejou poder jogar fora sua culpa com o doente.

Tremendo de vômito e com os olhos cheios de lágrimas, ele saiu do banheiro e foi em direção ao seu quarto.

"Draco?"

Ele fez uma careta. Claro que sim...

Apoiando-se no batente da porta, ele se virou. Granger havia aberto a porta de seu quarto e piscava para ele com os olhos cansados. Ela parecia tão vulnerável em seu pijama de algodão fino. Vulnerável, mas calorosa. Levou tudo o que ele tinha para não tomá-la em seus braços e chorar. Poderia o calor dela afugentar o frio que se instalava em sua alma?

"Você está bem?"

Não, Granger, não estou.

Sua alma parecia estilhaçada - esfolada, revelando seu coração enegrecido.

"Volte para a cama, Granger," ele respondeu suavemente.

Seus olhos cor de mel viajaram sobre ele, observando sua capa, suas botas, sua varinha na mão.

"O que você está-?"

"Vá dormir, Granger," ele rosnou, fechando os olhos contra o olhar preocupado dela.

Ele se virou e entrou em seu quarto, ignorando o olhar dela do outro lado do corredor enquanto fechava a porta.

No momento em que a madeira pesada se fechou atrás dele, Draco se virou para lançar feitiços de bloqueio e silenciamento. Então, sem cerimonia, tirou as botas e tirou a roupa, subindo na cama totalmente nu. Olhando para o teto, deixou-se chorar. Para William Hammond, para Pansy e para si mesmo.

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Contra todas as probabilidades, Draco dormiu, e dormiu bem. Ele supôs que, apesar da culpa que sentia, matar cinco pessoas em uma noite seria exaustivo o suficiente para superar qualquer turbulência emocional. Ou talvez as várias noites agitadas que ele teve desde a morte de Pansy finalmente o alcançaram.

Quando ele acordou, a casa estava viva. A luz do sol da manhã espiava por entre as cortinas, iluminando o quarto com um brilho nauseantemente alegre. Seu feitiço silenciador havia passado durante a noite e ele podia ouvir a tagarelice animada de uma organização prestes a prender uma casa cheia de fugitivos.

Passou a maior parte do dia preparando-se mentalmente para ser preso e encarcerado. Assim que a Ordem descobrisse a carnificina no esconderijo dos Comensais da Morte, ele com certeza seria preso, especialmente quando Granger compartilhou com Potter ou Shacklebolt o que ela tinha visto na noite anterior. Shacklebolt sabia o que Draco tinha feito com os Comensais da Morte. Certamente o Ministro adivinharia facilmente como cinco homens foram assassinados na véspera de uma invasão planejada da Ordem.

Shacklebolt teve a gentileza de lhe conceder imunidade por seus crimes, mas esse acordo se estendeu apenas aos crimes que Draco havia cometido como Comensal da Morte. Seus crimes agora certamente o levariam a Azkaban. Ele se viu andando ansiosamente pela sala durante a maior parte da manhã. Em um breve momento de insanidade, ele considerou ir a Shacklebolt e confessar. Talvez isso fosse melhor do que ser descoberto. Ele poderia alegar que foi um crime passional. Ele estava tão cego de raiva que nem sabia o que estava fazendo.

Dragon In The Dark | Dramione | Tradução PT-BROnde histórias criam vida. Descubra agora